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Memória de bairro e encontro intergeracional

Por:   •  9/12/2016  •  Resenha  •  515 Palavras (3 Páginas)  •  141 Visualizações

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Memória de Bairro

Memória de Bairro é o estudo de uma coletânea de memórias sobre um espaço coletivo reconhecido como bairro. Esse coletivo é sempre o resultado de ações de indivíduos na sociedade, isto é, as lembranças de um indivíduo e a forma como lembra são construídas coletivamente. A essa complementaridade entre o pessoal e o coletivo, que não se sobrepõem e não se anulam, mas constituem uma soma de saberes e de diferentes olhares, nessa ação acontece à inclusão dessas memórias individual na coletividade.

No movimento oposto pode-se destacar a transmissão, pois, ela acontece na ação dos idosos a narrarem aos seus netos e às crianças de sua vizinhança as memórias, no caso da atual intervenção essa transmissão também foi realizada, utilizando-se recursos tecnológicos de áudio e vídeo. Foram transmitidas para a comunidade: memórias, tradições, saberes e azeres dos idosos.

O encontro intergeracional entre crianças e idosos e a transmissão de memória.

A escolha dessa narrativa entre gerações favorece a identificação dos percursos e os temas que esses moradores antigos selecionam para contar.

Lembrando Bosi (2004), uma memória se desenvolve a partir de laços de convivência. A coleta de Memória do Bairro a partir de história oral intergeracional, além de contribuir para o resgate do velho como elemento valorizado socialmente em seu grupo, contribui para a coletivização da memória, favorecendo a produção de memórias familiares e comunitárias.

Sobre a História de Vida contada a crianças, Bosi (2004) comenta que, na cotação, é a essência da cultura que atinge a criança por meio da memória. A criança recebe do passado não só os dados da história escrita. Ela recebe também, principalmente de seus avós, as raízes de sua história vivida. Durante milênios, em diversas culturas, conhecimentos foram transmitidos por uma longa cadeia de tradição oral. Neste universo, o da palavra falada, surge à figura do idoso contador de histórias.

Entretanto, em nossa sociedade, esse lugar e esse papel da pessoa idosa vem perdendo relevância. Assim como o idoso, a criança também não tem um lugar garantido de expressão própria na sociedade, como informam Lopes (2001). Para essa autora, a infância “de parcela significativa da população brasileira encontram-se na indigência, vivendo em situação de vulnerabilidade extrema” (LOPES 2001). É importante que, na pesquisa em comunidades, possamos pensar na criação de um lugar/papel para a criança e para o idoso que os coloque enquanto sujeitos de direito, apresentando aos adultos jovens da comunidade a oportunidade para revisitar seus próprios conceitos de infância e de velhice.

Por esse motivo, nos estudos de Memória de Bairro podemos tomar como possibilidade a reinvenção deste lugar da infância e da velhice no interior das comunidades a partir do diálogo entre essas gerações, em direção à construção da memória coletiva.

Ao ouvirem os relatos de seus avós ou das pessoas mais velhas com as quais convivem, as crianças entram em contato com uma história que, ao mesmo tempo em que não lhes pertence, é familiar, o que pode se apresentar ora como interesse, ora como enfado, ora como intervenções que coloquem em questão os depoimentos

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