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Modelo toyotista-fordista e suas implicações, tendo como base o filme a classe operaria vai ao paraíso

Por:   •  9/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  943 Palavras (4 Páginas)  •  429 Visualizações

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        No início da era industrial a implementação de máquinas na produção possibilitou a ampliação desta e a otimização da qualidade do produto final. Esse desenvolvimento foi fundamental para impulsionar a cultura de mercado e para o enriquecimento e fortalecimento da burguesia, nova classe ascendente e detentora dos meios de produção, em contrapartida o enfoque dos cuidados na produção voltava-se apenas para arrecadação do capital. Nesse contexto a máquina detinha foco principal, sendo o operário considerado parte da mesma. “sua saúde depende do seu comportamento com a máquina”. Os valores atribuídos a força de trabalho humana eram minimizados em favor do investimento em maquinário, pois se considerava que a eficiência da maquina era exponencialmente maior que a do humano, e o intuito era diminuir a necessidade humana na operação das máquinas. Ou seja, esse modo de produção que acreditava que maximizando a fabricação maximizaria o lucro, almejava induzir o trabalhador a buscar uma eficiência comparável a de um robô/ferramenta, e não como um indivíduo, havendo assim um processo de desumanização do trabalho. “Este trabalho pode ser feito até por um macaco”. Pois nessa lógica, quanto mais simples fosse a tarefa exercida pelo humano menor a possibilidade de erro.

        Assim, a filosofia taylorista acarretou uma série de mudanças na maneira de produzir e também gerou uma desestabilização social, primeiro por que os produtos artesanais não conseguiam ter competitividade com os manufaturados, tanto em relação ao preço quanto à qualidade e volume de produção, logo os artesões tinham que se submeter as fabricas para não morrerem de fome, segundo que esse modo gerou um trabalhador alienado, pois onde antes o trabalhador conhecia de todo o processo no qual contribuía, se não o fizesse todo, agora seu saber estava restrito a uma parte mínima da produção. “Uma vez encontrei o engenheiro, peguei pelo pescoço e disse: vai me dizer que merda se fabrica nesta fábrica e para que merda servem as peças? Do contrário te mato”. Esse processo leva ao sujeito a perda do sentido do trabalho, que em última estancia leva a um comportamento neurotizante.

        Nessa perspectiva adoecida o trabalho é trazido com algo necessário, mas não prazeroso, onde o sujeito se utiliza do trabalho para constituir papeis sociais de pai, marido, cidadão, para ser reconhecido como um sujeito integrado socialmente, porém reconhece que esse trabalho o exaure e o adoece física e psicologicamente. No contexto do filme, lulu teve duas intoxicações quando trabalhava na fábrica de tintas, uma ulcera que o impedia de almoçar... Isso posto caracteriza um processo de distorção da normalidade, pois, não é normal que um sujeito adoeça por desempenhar um trabalho, porém por tanto acontecer acaba se inserindo num contexto de perspectiva distorcida do trabalho.

        A entrada da mulher no mercado de trabalho para garantir a subsistência familiar segundo Giddens (2008) implicava na má qualidade do momento destinado as crianças e a família de modo geral, pois devido ao excesso de trabalho acarretado pelas longas jornadas, curtos intervalos, altas repetições, os pais que trabalhavam chegavam em casa exaustos e ansiosos. “De acordo com os críticos, as horas de trabalho estão gradualmente a usurpar o valioso tempo de descanso que a saúde das pessoas exige”. (Giddens,2008). No filme a relação com o que foi dito a cima se evidencia com a convivência familiar do personagem principal, onde a cônjuge se queixa de tomar pílula a 3 meses e ele não fazer nada, e o mesmo afirmar que a fábrica suga todas as suas energias.

        Também, em uma associação com tempos modernos, a cena do filme a classe operaria vai ao paraíso onde apresenta os operários entrando na fábrica e o sindicato gritando frases como: “quando vocês saírem o sol não brilhara mais para vocês” é facilmente comparada com a de Chaplin, onde é assemelhada a entrada desses operários a ovelhas caminhando para o abate, fazendo assim uma analogia ao desgaste que a fábrica trazia, sendo as horas de trabalho as principais horas do dia inviabilizando uma vida social produtiva.

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