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Morte Ou Morrer

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Por:   •  12/6/2014  •  2.959 Palavras (12 Páginas)  •  765 Visualizações

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Morte e Morrer

Antigamente o paciente em fase terminal, morria lentamente em sua própria casa, onde tinha tempo para despedir-se e passar seus últimos momentos com seus familiares. Com o desenvolvimento científico o morrer tornou-se mais solitário e desumano. Geralmente o doente é confinado em um hospital, estando as pessoas mais preocupadas com o funcionamento de seus pulmões, secreções e não com o ser humano que há nele. Estando muitas vezes sofrendo mais emocionalmente que fisicamente.

Morte é o final da vida material, tal como nós conhecemos. E o morrer é o ato pelo qual ocorre a morte.

Uma coisa é encarar a morte como algo inscrito necessariamente no destino dos homens, em geral, enquanto membros da classe dos seres vivos. Outra coisa é pensar a realidade de cada morte individual.

Segundo KLÜBLER ROSS um paciente em estágio terminal pode passar por cinco fases:

 Negação: pode ser uma defesa temporária ou, em alguns, casos pode sustentar-se até o fim. O paciente desconfia de troca de exames ou competência da equipe de saúde. Geralmente o pensamento que traduz essa defesa é: “não, eu não, é verdade”

 Raiva é a fase na qual surgem sentimentos de ira, revolta, e ressentimento: “porquê eu?”. Torna-se mais difícil lidar com o paciente, pois a raiva se propaga em todas as direções, projetando-se no ambiente, muitas vezes, sem “razão plausível”.

 Barganha o doente faz promessas por um prolongamento da vida ou alguns dias sem dor ou males físicos. As barganhas são feitas com Deus, na maioria das vezes e, psicologicamente, podem estar associadas a uma culpa recôndita.

 Depressão pode evidenciar seu alheamento ou estoicismo, com um sentimento de grande perda. As dificuldades do tratamento e hospitalização prolongados aumentam a tristeza que, aliada a outros sentimentos, ocasionam a depressão.

 Aceitação é aquela em que o paciente passa a aceitar a sua situação e seu destino. É o período em que a família pode precisar de ajuda, compreensão e apoio, à medida que o paciente encontra certa paz e o círculo de interesse diminui. No entanto, há pacientes que mantém o conflito com a morte, sem atingir esse estágio.

Estas fases são como mecanismos de defesa para enfrentar o processo desconhecido de morrer, não há uma ordem para acontecerem.

São fatores que dificultam a aceitação da morte:

 Desequilíbrio financeiro que o tratamento da doença ou a falta daquela pessoa podem acarretar à família.

 Dificuldade da pessoa em aceitar cuidados, quando esta estiver acostumada com o cuidar.

 História e elaboração de perdas anteriores e crenças com relação a morte.

 Momento em que a morte ocorre no ciclo da vida, quanto mais jovem for o paciente, mais difícil será a aceitação de sua morte.

 A morte súbita impede os familiares de elaborarem gradativamente o luto, ao contrário da morte prolongada.

Dor e Sofrimento

A dor e o sofrimento pode destruir a integridade global da pessoa. Constata-se que a grande maioria dos profissionais de saúde não sabe o que significa “dor” quando falam de dor.

Dor: experiência emocional e sensorial desagradável associada com dano potencial ou atual de tecidos, descritos em termos de tais mudanças - Associação Internacional de Estudo da Dor.

Sofrimento: experiência de impotência com o prospecto de dor não aliviada, situação de doença que leva a interpretar a vida como vazia sem sentido. – Daniel Gallaham.

Portanto, sofrimento é mais global que a dor e essencialmente é sinônimo de qualidade de vida diminuída. Um dos principais perigos em negligenciar essa distinção é a tendência em focar nos sintomas físicos, como se apenas esses fossem fonte de angústia para o paciente.

Pacientes terminais confidenciam que não tem tanto medo de morrer, e sim temem o sofrimento do processo do morrer.

O objetivo deve ser aliviar a dor e o sofrimento causado pela doença. Embora a dor física seja a fonte mais comum de sofrimento, a dor no processo do morrer vai além do físico, assume aspectos psicológicos, sociais e espirituais. Se os esforços para lidar com a dor enfocam somente um aspecto e negligencia outros, o paciente não terá alivio da dor e sofrerá mais.

“O sofrimento somente é intolerável quando ninguém cuida” – Dr Cicely Sanders

Sentimentos dos profissionais

É também relevante o aspecto emocional dos profissionais de saúde, pois esses também criam mecanismos de defesa que os auxiliam no enfrentamento da morte e do processo de morrer. Por serem preparados para a manutenção da vida, a morte e o morrer, em seu cotidiano, suscitam sentimentos de frustração, tristeza, perda, impotência, estresse e culpa. Em geral, o despreparo leva o profissional a afastar-se da situação.

Tristeza: talvez venha da impotência mediante a algo mais forte e inevitável. A conivência diária, as vezes, por tempo prolongado com os pacientes, gera um certo envolvimento, especialmente, nos profissionais de enfermagem que acabam por sentir tristeza e sensação de vazio quando estes morrem, pois a preservação e o prolongamento da vida é o objetivo desses profissionais, por conseguinte, sentem-se incapazes quando não obtém êxito em suas tentativas.

Apego e envolvimento: durante o cuidar da pessoa, há uma troca de ideias e afinidades, formando um elo, sendo suficientes para que, quando na ausência da pessoa cuidada, gere um vazio e, a saudade. Via de regra há o envolvimento de caráter profissional. O envolvimento do profissional é necessário pra humanizar o morrer o que consequentemente, levaria a sentimento de saudade.

Aceitação: o sentimento de aceitação surge devido a compreensão de que a morte é inevitável. Parte-se do principio de que apesar de tudo que pode se escrito ou dito, somente o homem tem consciência de sua morte, já que todos seres vivos possuem um ciclo vital. A vida continua e o profissional, partindo desse principio, direciona seu olhar para o valor da vida!

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A Enfermagem conhece melhor o

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