O CASO CLÍNICO FICTÍCIO
Por: Débora Granville • 14/11/2022 • Artigo • 1.209 Palavras (5 Páginas) • 143 Visualizações
Alunas: Débora Granville, Marllyane Muratt e Rubiana Moura.
CASO CLÍNICO FICTÍCIO
Maria tem 20 anos, ela veio até o consultório há mais ou menos três semanas atrás, completando duas sessões de terapia, vindo a cada quinze dias. Apresentando sintomas de sofrimento psíquico significativamente prejudicial, Maria demonstra baixa autoestima, críticas ao corpo, ao seu modo de falar, agir e andar. Trancou a faculdade duas vezes, acreditando ser “burra”, por se comparar em excesso com seus colegas, e se cobrar mesmo tirando notas altas, pensa em não ser boa o suficiente. Quando questionada se possui algum vínculo afetivo com seus pais, informa que o pai morreu quando ela tinha 10 anos, e que era o único que ela tinha uma boa relação em casa, relata que: “se sua vida já era ruim, virou um inferno”, menciona que sua mãe é professora e sempre foi exigente com ela mesmo em casa, cita que: “Ela nem parece ser uma mãe”. Também fala que na adolescência ela tinha muitas crises de ansiedade, e se a sua mãe a visse chorando, em vez de ajudá-la, falava que era drama, que era pra parar de chorar. Quando alguém vinha visitá-la, parecia ter “prazer” em falar mal contando suas crises e relatando que ela era muito dramática, e isso continua acontecendo até hoje. Maria conta que tem medo de sair de casa, e morar sozinha, não se sente capacitada.
Aos 17 anos teve seu primeiro namorado, e quando sua mãe soube fez maior escândalo, pois o motivo era “porque não simpatizava com ele”. Então após isso terminou o relacionamento com o rapaz. Maria se queixa por não conseguir manter mais vínculos afetivos com ninguém, a sua mãe critica qualquer amiga que ela tenha.
Maria sente-se muito sozinha, geralmente se isola no seu quarto, diz perder a vontade de fazer atividades que antes lhe davam prazer, sente estar sem energia, nem vontade de comer. Contou que há um tempo atrás (mais ou menos 7 meses) ter sido diagnosticada com Depressão Maior de grau moderada-grave, por um psiquiatra, mas que não faz uso da medicação, quando sua mãe soube que a filha teria que tomar medicamentos, fez o maior escândalo na frente do médico, sua filha não ia tomar, pois aquele remédio é para “louco”, e sua filha não estava “louca”.
Caso e técnica
Na primeira sessão foi passado para Maria a técnica de Respiração Diafragmática, pois a paciente demonstrava estar com os níveis de estresse e ansiedade muito altos. Notamos na fala da paciente a distorção cognitiva “tudo ou nada”, Quando é relatado que trancou a faculdade duas vezes, acreditando ser “burra”, por se comparar em excesso com seus colegas, e se cobrar mesmo tirando notas altas. O que será trabalhado nas seguintes sessões é a reestruturação de pensamento que poderá reduzir a ansiedade da paciente. Foi identificado pensamentos e crenças disfuncionais, será feito a tentativa de alterar esses padrões, sendo o objetivo não mascarar ou mudar totalmente o funcionamento desse sistema, mas sim flexibilizar ao tentar não tornar esses pensamentos absolutos, tentando diminuir o sofrimento desse paciente.
As técnicas cognitivas Questionamento Socrático e Teste de Evidências foram previamente selecionadas, e serão discorridas nas próximas sessões.
(OBS: Cuidar para não falar as desvantagens ao paciente, em vez disso questionar o que ele pensa sobre, “qual a vantagem/desvantagem disso?”, “será que estamos esquecendo de olhar para alguma parte?”.
Ideias de estruturamento da sessão.
Psicóloga:
Inicia a sessão.
Que bom q vc conseguiu vir hj, a gente está na terceira sessão
~Saudações iniciais~ Estamos na terceira sessão.
-VOCÊ FEZ A TÉCNICA DE RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA QUE EU HAVIA LHE ENSINADO NA ÚLTIMA SESSÃO?
Paciente:
-Sim fiz por três dias na semana anterior, ajudou-me um pouco, mas ainda me sinto angustiada, parece que eu não tenho energia para fazer nada, estou sempre muito cansada e esgotada emocionalmente e fisicamente.
Psicóloga:
-É? O que achou? Lhe ajudou a controlar os sintomas de ansiedade?
Paciente;
Eu gostei, realmente a técnica que você me passou é bem eficaz, me ajudou sim!!!
Estou me sentindo até mais animada, e um pouco mais calma e menos ansiosa.
……..
Psicóloga:
- Ótimo que você conseguiu reservar alguns minutinhos do seu dia para exercer a técnica.
Anteriormente você me disse ter trancado a faculdade por sentir-se mal ao não se achar boa suficiente como aluna, como você define ser uma “boa aluna”?
Paciente: Pra mim ser uma boa aluna é tirar sempre dez, no caso gabaritar sempre. Parece que se eu não gabaritar, eu me sinto muito burra e que eu serei menos que meus colegas.
Psicologa:
E tem alguma evidência q vc n é boa aluna? vc tira notas altas, o que é ótimo, alguém já falou algo negativo a respeito disso?
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