O Comportamento Operante
Por: FelipeBizzoto . • 6/6/2017 • Trabalho acadêmico • 4.889 Palavras (20 Páginas) • 2.173 Visualizações
1- Aprendizagem pelas consequências: O Reforço
Nesse capítulo será estudado o comportamento operante, classificamos como operante aquele comportamento que opera, que produz consequências, modificações no ambiente e é afetado por elas.
Logo, consideraremos como as consequências daquilo que fazemos nos mantem no caminho ou nos afasta dele.
Comportamentos que são aprendidos em função de suas consequências.[pic 1]
Comportamento operante
R → C
(Uma resposta emitida pelo organismo produz uma alteração no ambiente)
1.1 O comportamento operante produz consequências no ambiente
A maior parte de nossos comportamentos produz consequências no ambiente. Essas consequências são mudanças no ambiente.
Um comportamento simples, como estender o braço, produz a consequência pegar um saleiro (mudança no ambiente).
O comportamento é afetado (é controlado) por suas consequências
As consequências de nossos comportamentos vão influenciar suas ocorrências futuras.
Dizer que as consequências dos comportamentos chega a afetá-los é o mesmo que dizer que as consequências determinarão, em algum grau, se os comportamentos que as produziram ocorrerão ou não outra vez, ou se ocorrerão com maior ou menor frequência.
Se o comportamento é influenciado (controlado) por suas consequências, isso nos dá duas possibilidades fantásticas, extremamente importantes para os psicólogos:
- Podemos manipular as consequências dos comportamentos para compreendermos melhor como a interação comportamento (resposta)-consequência (R→C) se dá;
- Se os comportamentos das pessoas são controlados por suas consequências, isso significa que podemos modificar os comportamentos das pessoas programando consequências especiais para seus comportamentos.
- O reforço
Consequências que aumentam a probabilidade de um comportamento voltar a ocorrer.
Quando as alterações no ambiente aumentam a probabilidade de o comportamento que as produziu voltar a ocorrer, chamamos tal relação entre o organismo e o ambiente de contingências de reforço, que é expressa da forma se... então.. (se o rato pressiona a barra, então ele recebe água).
Devemos nos lembrar sempre que ao falar de comportamento estamos nos referindo das relações entre organismo e ambiente. Portanto, para determinarmos se um estímulo é um reforçador, ou se uma consequência é um reforço, devemos considerar a relação entre o comportamento e sua consequência, verificando se a consequência afeta um determinado comportamento traduzida no aumento de sua probabilidade de ocorrência.
- Reforçadores naturais vs reforçadores arbitrátios
No momento em que a consequência reforçadora do comportamento é o produto direto do próprio comportamento, dizemos que a consequência é uma reforçadora natural.
Quando a consequência reforçadora é um produto indireto do comportamento, afirmamos que se trata de um reforço arbitrário.
Por exemplo: o comportamento de um músico de tocar violão sozinho em seu quarto é reforçado pela própria música (reforço natural); se ele toca em um bar por dinheiro, referimo-nos a um reforço arbitrário.
Criança que precisa de um reforçamento arbitrário para iniciar os estudos, como poder jogar víde-game depois da aula, e com o tempo os reforçadores naturais de utilização do conhecimento no cotidiano passam a operar, não sendo mais necessário o uso de reforçadores arbitrários.
- Outros efeitos do reforço
Além de aumentar a frequência de um comportamento reforçado, o reforço tem dois outros efeitos sobre o comportamento dos organismos.
Uma delas é a diminuição da frequência de outros comportamentos diferente do comportamento reforçado.
Outro efeito do reforço é a diminuição da variabilidade na topografia (na forma) da resposta (do comportamento) reforçado.
Nas primeiras vezes que um rato pressiona a barra para ganhar água, ele emite o comportamento com uma topografia variada - com a pata esquerda, com a direita. À medida que o comportamento de pressão à barra é reforçado, o ratinho passa a emiti-lo de forma cada vez mais parecida.
- Extinção operante
A suspensão do reforço tem como resultado a gradual diminuição da frequência de ocorrência do comportamento.
- Resistência à extinção
Tempo ou número de vezes que um organismo continua emitindo uma resposta após a suspensão do seu reforço.
Quanto mais tempo (ou maior número de vezes) o comportamento continua sendo emitido sem ser reforçado, maior será a resistência à sua extinção. Quanto menos tempo o comportamento continua sendo emitido sem ser reforçado, menor será a resistência à sua extinção.
Fatores que influenciam a resistência à extinção
Basicamente, três fatores influenciam a resistência à extinção de um comportamento:
- Número de reforços anteriores
O número de vezes que um determinado comportamento foi reforçado até que o reforço fosse suspenso. Quanto mais um comportamento é reforçado, mais resistente à extinção ele será.
- Custo da resposta
“Se for mais difícil, desisto mais rápido”.
Quanto mais esforço é necessário para emitir determinado comportamento, menor será a resistência à extinção.
- Esquemas de reforçamento
Quando um comportamento às vezes é reforçado e às vezes não o é, ele se tornará bem mais resistente à extinção do que um comportamento reforçado continuamente.
- Outros efeitos da extinção
O principal efeito da Extinção Operante é o retorno da frequência do comportamento aos níveis prévios (nível operante). No entanto, a extinção produz outros três efeitos muito importantes no início do processo:
- Aumento na frequência da resposta no início do processo de extinção
Antes de a frequência da resposta começar a diminuir, ela aumenta abruptamente.
- Aumento na variabilidade da topografia (forma) da resposta
Logo no início do processo de extinção, a forma como o comportamento estava sendo emitido começa a modificar-se de diversas formas.
- Eliciação de respostas emocionais (raiva, ansiedade, irritação, frustração, etc)
Ao se colocar um comportamento em extinção, respostas emocionais tendem a aparecer.
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