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O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE NA ADOLESCÊNCIA

Por:   •  6/2/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.610 Palavras (7 Páginas)  •  473 Visualizações

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DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE NA ADOLESCENCIA

O desenvolvimento do ser humano na infância é sempre unitário, é um desenvolvimento interligado. Em sua análise é habitual, no entanto, distinguir diversos setores diferentes: o desenvolvimento cognitivo, o da personalidade, e o das relações sociais.

Personalidade é um conjunto de processos e de sistemas comportamentais, intimamente relacionados entre si, é são definidos pelos seguintes elementos: o fato de que, na mesma situação ou em situação semelhante, diversos indivíduos reagem e se comportam de maneira diferente; as pessoas manifestam algum tipo de regularidade e estabilidade em sua maneira de se conduzir.

No início da adolescência, a autoestima diminui vindo aumentar ao longo dos anos do mesmo período. A questão central nesta idade é a busca de identidade, a qual tem componentes ocupacionais, sexuais e de valores. Erik Erikson descreveu a crise psicossocial da adolescência como o conflito entre identidade e confusão de identidade (ou de papel). A “virtude” que deveria surgir a partir da crise é a fidelidade (PAPALAIA & OLDS, 2006).

Através do conceito de “personalidade” são referidos a certas classes de condutas, relativas ao autoconhecimento (autoconceito e autoestima), ao reconhecimento interpessoal na apresentação da própria identidade nas relações sociais.

Ao falar de personalidade refere-se a fenômenos, e não só a conceitos; e para nos referir a processos, e não só a estruturas psicológicas da pessoa.

Os conteúdos da personalidade são variáveis, processuais, não estáticos, não fixos, e consistem em processos. Possuem um desenvolvimento e comportam todos eles, uma dimensão evolutiva. Não podemos falar de personalidade, sem incluir a perspectiva temporal e também evolutiva.

A adolescência representa um importante momento de formação da personalidade e dos diferentes sistemas que a integram.

IDADE DE TRANSIÇÃO.

A partir do intervalo temporal entre duas idades que estariam mais definidas, a idade infantil e adulta, a adolescência constitui um período e um processo:

Sendo o primeiro, de ativa desconstrução de um passado pessoal, em parte mantido e, por outro, abandonado e definitivamente preterido; e o segundo, de projeto para construção do futuro, a partir de um enorme potencial de possibilidades ativas que o adolescente tem consciência de possuir.

Neste processo, de recapitulação e de preparação, determinados temas vitais passam a ser preponderantes nas relações do adolescente com seu meio e em sua própria vivência consciente dos acontecimentos. Temas como a própria identidade, a sexualidade, o grupo de amigos, os valores, a experiência e a experimentação de novos papéis.

A IMAGEM ROMÂNTICA

O adolescente aparece como um ser capaz e vulnerável, dominado por sentimentos muito intensos, onde não consegue se orientar, existe uma inegável semelhança entre a experiência adolescente e a compreensão romântica da existência humana. Essas características não podem ser generalizadas sem restrições.

Dentre outros, a literatura e estereótipos sobre a “tempestade adolescente”, podem tornar alguns sujeitos turbulentos, pelo único motivo das expectativas: o que se espera do adolescente e o que se prognostica que vai ser.

DETERMINANTES CULTURAIS E RITOS DE TRANSIÇÃO

A puberdade é o fato fisiológico, transcultural. A adolescência é o processo psicossocial que não se desenvolve do mesmo modo em todas as sociedades. Nem sequer a duração é a mesma, em diferentes culturas e épocas históricas.

A IDADE PESSOALA

Um tema vital na personalidade adolescente é o desenvolvimento do eu e da identidade pessoal. Refere-se a um núcleo da pessoa, que rege outros comportamentos e que está presente, de alguma forma na consciência do próprio sujeito, nas representações a respeito de si mesmo, projetos e expectativas de futuro, coordenação das próprias experiências e apresentação de si diante dos demais.

GENÊSE DA IDENTIDADE

A formação da identidade pessoal representa o núcleo da concepção evolutiva de Erikson (1968) e de sua análise da etapa adolescente porem ele analisou o desenvolvimento da personalidade sadia, como gênese da identidade. Para o mesmo ela se dá de forma gradual, através de complexas etapas que levam a uma crescente diferenciação, individualização e plenitude da pessoa, na adolescência, o indivíduo atinge esse ponto de maturação que permite viver em sociedade e relacionar-se com os demais, como pessoa psicossocialmente sadia e madura.

A adolescência e a cristalização da identidade: o adolescente trata de definir de maneira explícita, o que ele é. Tenta defini-lo através de suas atividades, suas inclinações, suas aspirações e principalmente, seus amores. Faz apaixonadas tentativas para conseguir definir a própria identidade, projetando sobre o outro – o ente querido- sua própria imagem, para vê-la refletida e gradualmente esclarecida em uma paixão, que em grande parte, consiste justamente na conversação sobre quem sou eu e quem és tu.

A vida adulta, além da identidade: cada uma das fases da identidade colhe, na imagem de Erikson, a “glória” das etapas anteriores: cada um contribui com uma cota específica para um afã humano principal, que vai continuar existindo até a morte. Essas etapas permanecem na adolescência e também na idade adulta. Na idade adulta, há uma transcendência da problemática da identidade adolescente, desenvolvida ainda em etapas, em três momentos diferentes, que superam progressivamente a etapa adolescente.

Primeiro momento adulto – aquisição da intimidade: é a superação do “eu sou”, próprio das etapas anteriores, em um “nós somos”, arriscando a própria identidade individual na aventura de compartilhá-la com outro (a), em uma autêntica intimidade.

A criatividade: característica de quem é capaz de ampliar seu próprio eu, ao gerar realidades objetivas em torno de si, como resultado de sua ação. Como uma extensão de si mesmo, seja em filhos ou em obras de criação, em atos que deixam marcas e isto em oposição ao estancamento e à esterilidade da própria existência.

A integridade: é a aceitação do caráter único e exclusivo do próprio ciclo vital, sendo assim como sua limitação, e não uma limitação temporal, da morte inevitável, mas também uma limitação das experiências e das opções, da relatividade das normas morais e dos estilos de vida.

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