O DESENVOLVIMENTO HUMANO SOB LIMITES SENSORIAIS

O DESENVOLVIMENTO HUMANO SOB LIMITES SENSORIAIS: uma reflexão da influência da interação ambiental e social no aprendizado, a partir do filme Black

 

   

 

 

A adaptação do ser humano está estritamente ligada à sua capacidade de se desenvolver, produzindo e aplicando seu conhecimento sob o ambiente. Esta aplicação, a intercessão no meio, gera uma cadeia de mudanças, fazendo com que o homem e o meio em que está inserido estejam em um constante e dinâmico  movimento: o homem altera o ambiente, que exige a criação de novas habilidades, portanto, sendo também alterando, para que novamente possa atuar sob ele.  

O filme hindu- indiano Black, lançado em 2005, dirigido por Sanjay Leela Bhanshali, retrata a história de Michelle McNathy, uma jovem surda e cega congênita, que, sem receber a educação apropriada, não desenvolve a linguagem, e sofre com a impossibilidade de realizar tarefas básicas sozinha. Sua vida muda quando seus pais, desesperançosos, contratam o serviço de um professor, que de maneira progressiva, auxilia no desenvolvimento da menina. Através da educação, Michelle conquista sua independência, que a possibilita ingressar no ensino superior e cuidar de seu professor, quando ele é internado, devido aos sinais de demência.

 

O impacto da relação de Michelle e seus pais

 

Michelle vive em uma mansão, rodeada de empregados, com sua família. Seus pais, representados por uma figura masculina autoritária- que recusara a filha, devido as condições físicas da criança- e uma mãe submissa, assumem um cuidado de forma inadequada.    

A má criação dos pais são, por diversas vezes expostos na fala de Sara, a irmã mais caçula.  Enquanto Sara, sem deficiência física e sensorial, aprende a falar e frequenta o estudo formal, Michelle, em seus primeiros anos de vida, é tratada de maneira em que a prioridade não seja sua estimulação, mas o suprimento, de maneira indevida, de suas necessidades biológicas básicas. O capacitismo exposto em frases como “você não tem dó de uma criança deficiente?” e “é seu trabalho torná-la humana” ditas pelo pai para o professor, empobrecem as relações do corpo familiar. Segundo Vendramini (2019) o capacitismo , resultante da cultura e a forma de enxergar a deficiência, ”é uma leitura que se faz das pessoas, assumindo que a condição corporal destas é algo que as define menos capazes”, o que ocasiona  na incapacidade da menina de reconhecer o mundo exterior, a condenando a viver na escuridão (menção ao título Black)..  

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CONCLUSÃO

 

Diversas correntes filosóficas e psicológicas teorizam a construção do desenvolvimento, através do adquirir do conhecimento. A concepção construtivista implica na interação entre o biológico, marcado pelo potencial delimitado pela filogênese, a maturação nervosa, as interações sociais e a cultura, que delimita a presença (ou a falta) dos estímulos facilitadores da epigênese.  

A adaptação do ser humano implica na criação da autonomia, ou seja, na capacidade de conduzir as próprias escolhas, como ingressar na Universidade, feita por Michelle, como na independência, domínio da função de realizar tarefas sem auxílio.  O processo de transição e o crescimento cognitivo é possível pela troca entre indivíduos entre e o meio. Contrariando as teorias de conhecimento inativo, a construção se dá por meio da troca, facilitada pelo uso de instrumentos. A personagem.      

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