O Desafio da Baleia Azul

Introdução

Os meios de comunicação, atualmente, fazem parte do cotidiano de um número muito extenso de pessoas. Com a Internet e os demais avanços tecnológicos, pessoas do mundo inteiro podem se comunicar livremente sem que estejam perto umas das outras. Esses avanços que possibilitaram a interação entre pessoas desconsiderando fronteiras e distância trouxeram consigo inúmeras vantagens, porém como se sabe, juntamente com as coisas benéficas vieram os malefícios.

O presente trabalho tem por função analisar aspectos de um jogo denominado: o desafio da Baleia azul, que se utiliza de meios de comunicação e redes sociais para se efetivar e que tem trazido enormes problemas por se tratar de um jogo que induz os seus participantes a práticas extremamente perigosas e que culminam no suicídio do usuário.

O Desafio da baleia azul

Estima-se que o desafio Blue Whale, em tradução livre "baleia azul" tenha sido criado na Rússia no ano de 2015. O jogo consiste em 50 desafios que os participantes devem realizar, um por dia. Para participar do jogo é necessário que a pessoa seja convidada por um dos administradores do jogo(também chamados de "curadores") através de grupos privados em redes sociais. Após serem convidados os administradores começam a enviar os desafios para que os participantes cumpram.

Não se sabe ao certo o teor de todos os desafios, pois alguns são individuais, baseados em medos do participante. Porém alguns dos desafios variam entre automutilações; exposição ao perigo, por exemplo ficar na borda de um prédio alto; inscrições com pregos nas palmas das mãos, assistir a filmes de terror; desenhar uma baleia azul no antebraço com uma lâmina; isolamento por longos períodos de tempo, sendo o último deles tirar a própria vida.

Para provar que realizaram os desafios propostos, os participantes devem enviar fotos ou vídeos aos administradores do jogo. Uma das regras do jogo consiste em não contar a ninguém sobre os desafios sejam eles quais forem. Uma vez que os participantes entram no jogo não existe possibilidade de saírem, uma vez que estes são ameaçados pelos administradores que dizem possuir informações sobre a rotina tanto dos participantes, quanto de seus familiares.

Segundo a Delegada Fernanda Fernandes, da Delegacia de Repressão aos crimes de informática do Rio, o perfil dos usuários do jogo é de adolescentes que têm em média entre 12 e 14 anos e com predisposição à depressão. Em geral, além de apresentarem comportamentos depressivos, vale ressaltar outras características como: instabilidade; estar passando por algum momento de angústia ou desespero, e nesse caso, o jogo seria um incentivo ou um gatilho para que esses jovens encontrem algum sentido para a solidão que estão passando.

A adolescência é considerada um período propício tanto para a ideação quanto para as tentativas de suicídio e presença de sintomas depressivos como a baixa autoestima, os conflitos familiares, sentimentos de tristeza, desesperança, depressão, falta de motivação, diminuição do interesse ou prazer, as perdas afetivas são sintomas que, associados às condições de estresse emocional, podem induzir jovens ao suicídio, principalmente quando associadas a depressão.

Pesquisas mostram que na depressão há um desequilíbrio químico no cérebro, com alterações de neurotransmissores (substâncias que fazem a comunicação entre as células nervosas) principalmente da noradrenalina e da serotonina. Para Freud a depressão se dá como resultado das manifestações de vulnerabilidade adquiridas no desenvolvimento da personalidade. A introjeção dos sentimentos negativos levaria a autoacusação e à culpa, que ao extremo essa raiva autodirigida poderia levar à conduta suicida.

Até o momento ao menos três estados brasileiros – Mato Grosso, Minas Gerais e Paraíba – estão investigando casos de suicídio relacionados com o desafio. O número estimado de suicídios que supostamente têm ligação com o jogo no mundo já chega a mais de 130 pessoas, sendo o primeiro caso registrado em 2015 na Rússia.

Vale ressaltar ainda que, as pessoas por trás