O Documentário O Jovem Freud
Por: Luiza Rodrigues • 3/11/2020 • Resenha • 1.546 Palavras (7 Páginas) • 764 Visualizações
TEORIA PSICANALÍTICA
O Jovem Freud
Síntese
Este trabalho baseia-se em fazer a relação do documentário “O Jovem Freud” com as teorias e conceitos da psicanálise. O documentário tem como base descrever a trajetória de Freud e de sua carreira, mais precisamente de como houve a criação da Psicanálise. Pensamentos e teorias que ele teve ao abordar sobre a histeria e as teorias da sexualidade e da descoberta sobre o inconsciente humano. Freud foi sempre muito contrariado, dificilmente ele conseguiria criar comoção e a confiança das pessoas a sua volta que o fizesse realmente comprovar sua tese, mas jamais desistiu. O enredo se passa em Viena no século XX abordando sobre Sophie Freud, sua filha, e também sobre sua neta. O documentário foi dirigido por David Grubin com 120 minutos de duração, estreou em 27 de novembro de 2002 e foi gravado nos Estados Unidos da América. O elenco contou com a Martha Freud.
Principais Ideias
Freud foi o primeiro a usar o inconsciente dos paciente como uma forma de descobrir a cura para doentes onde suas regiões obscuras, isto é, as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a interioridade do homem, os desejos jamais interiorizados, como problemas científicos. Isso claramente é mostrado no documentário como Freud foi ousado e destemido em criar teorias tão diferentes e tão únicas. Mesmo todos negando sua percepção à mente humana a investigação sistemática desses problemas levou Freud à criação da Psicanálise. A psicanálise caracteriza-se pelo método interpretativo, ou seja, é a busca daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos.
Compreender realmente a Psicanálise significa percorrer o trajeto pessoal de Freud, desde a origem dessa ciência e durante grande parte de seu desenvolvimento. A relação entre autor e obra torna-se mais significativa quando descobrimos que grande parte de sua produção foi baseada em experiências pessoais, de fato. Na sua Autobiografia, afirma-se que desde o início de sua prática médica usara a hipnose, não só com objetivos de sugestão, mas também para obter a história da origem dos sintomas.
Posteriormente, passou a utilizar o método catártico. Catarse vem da palavra tragédia das obras de Aristóteles que significa basicamente colocar expressões e sentimentos para fora. Freud então percebe que a Hipnose, método que ela acreditava fielmente ajudar a curar as pessoas através do poder da mente e do inconsciente, não era tão efetivo assim, pois os sintomas voltavam a aparecer, enquanto que através da catarse, onde as pessoas falam de si mesmas para quem as está tratando sobre sua vida e seus problemas funciona melhor. O autor chamou isso de Método Catártico. Esse método nada mais foi do que o procedimento terapêutico pelo qual o sujeito consegue expurgar seus afetos patogênicos revivendo os acontecimentos traumáticos a que seus afetos são ligados. A Hipnose é sistematizada para designar um estado alterado da consciência (sonambulismo ou estado hipnoide) provocado pela sugestão de uma pessoa em outra. É o conjunto das técnicas que permitiam provocar um estado de hipnoide num sujeito com finalidades terapêuticas. Mesmo que Freud tenha abandonado a tese inicial, o método catarse também foi um grande marco na sua história com a psicanálise e sem dúvida de grande importância, pois são estudos e técnicas utilizadas até nos dias de hoje salientadas no documentário.
Freud acreditava que todos os neuróticos tem sintomas que se formam de maneira inconsciente e que a psicanálise trata-se de uma cura psíquica sempre e nunca de uma cura física ou material. A representação de desejos através da fantasia trata-se da vida imaginária do sujeito e a maneira como este representa para si mesmo sua história ou a história de suas origens. Fantasia significa a expressão máxima e mais verdadeira dos desejos inconscientes. As memórias que o sujeito apresentavam eram chamadas de traços mnêmicos.
A força psíquica que se opunha a tornar consciente no paciente, a revelar um pensamento, Freud denominou resistência. E chamou de repressão o processo psíquico que visa encobrir, fazer desaparecer da consciência, uma ideia ou representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma para assim ocorrer a cura.
No livro A interpretação dos sonhos, Freud apresenta a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade. Essa teoria refere-se à existência de três sistemas ou instâncias psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente. O inconsciente é constituído por conteúdos reprimidos que podem ter sido conscientes, em algum momento, e ter sido reprimidos, isto é, “foram” para o inconsciente, ou podem ser genuinamente inconscientes. O pré-consciente refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis à consciência. É aquilo que não está na consciência, neste momento, e no momento seguinte pode estar. O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Na consciência, destaca-se o fenômeno da percepção, principalmente a percepção do mundo exterior, a atenção, o raciocínio.
Freud chegou a constatar que as primeiras experiências da vida nos torna e nos define como pessoa ao longo da vida inclusive as questões sexuais. As descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica, e é postulada a existência da sexualidade infantil. Para Freud essa questão começa desde o começo da vida e não apenas durante e após a puberdade. Essa ideia contrariava as ideias predominantes da época e que sexo não estava associado, exclusivamente, à reprodução.
Entendia-se que todas as cenas relatadas pelos pacientes tinham de fato ocorrido, mas depois a tese mudou ao perceber que poderiam ter sido apenas imaginadas, mas com a mesma força e consequências de uma situação real. Aquilo que, para o indivíduo, assume valor de realidade é a realidade psíquica. E é isso o que importa, mesmo que não corresponda à realidade objetiva.
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