Resenha Jovem Dr. Freud
Por: Larissa Santos • 8/11/2018 • Trabalho acadêmico • 819 Palavras (4 Páginas) • 5.032 Visualizações
RESENHA: O JOVEM DOUTOR FREUD
O documentário “O Jovem Doutor Freud” retrata a vida de Sigmund Freud, bem como discorre sobre suas descobertas e seu legado. Nas primeiras cenas é mostrado um Freud ávido por conhecimento, exímio pesquisador e cientista. Contudo, motivado pelo desejo de se casar, vê na medicina um meio mais promissor de se sustentar.
Diante disso, Freud inicia um período de estágio com Jean-Martin Charcot, que lhe apresenta a hipnose – método que, segundo ele, permitia tratar diversas perturbações psíquicas, como a histeria. Este período é de suma importância para a psicanálise, uma vez que foi assistindo as hipnoses de Charcot que Freud se questiona sobre a possibilidade de haver um pensamento fora da consciência. Elaborando, assim, de modo muito raso e superficial, a ideia do inconsciente.
Quando regressa a Viena, Freud – após utilizar-se da hipnose em suas pacientes histéricas – aos poucos abandona a prática por perceber que esta é falha e não contempla a todos, ou seja, há pessoas que não são hipnotizáveis, além disso, seus resultados não eram permanentes, o sintoma retornava com o passar do tempo. Assim sendo, Freud lança mão de um novo método a “associação livre”. Ele pedia ao paciente para lhe falar tudo, absolutamente tudo, que passasse por sua mente, fosse imoral, vergonhoso, constrangedor, não importava, a regra fundamental era associar livremente, falar abertamente. Inaugura-se então, a “Talking cure”, ou seja, a cura pela fala.
Freud percebe que no discurso do paciente há muitas lacunas, conteúdos ausentes, encobertos, difusos – estas ausências funcionam como pistas para que ele, posteriormente, elaborasse a teoria do recalque. Justamente por fazer esse esforço de retirada, de “escavar” o passado encoberto do paciente é que Freud postula em seus escritos o método psicanalítico como “Per via de levare”, uma vez que retira tudo que está encoberto – “A terapia analítica, em contrapartida, não pretende acrescentar nem introduzir nada de novo, mas antes tirar, trazer algo para fora.” (Freud, 1905).
O documentário revela também a bagagem emocional de Freud, seu amor por sua esposa, o afeto por seu pai e o sofrimento com a sua morte. A perda paterna lhe traz grande dor, misturando-se assim a angustias de sua infância, a partir disto, desenvolve a tese dos conceitos e ideias que o homem tem de si, sistematizando-os de forma que o sofrimento pudesse ser amenizado. Para Freud parte da vida psíquica é guardada pelo inconsciente, com impulsos reprimidos, criando a partir desses, uma linguagem dos mesmos.
Durante seus estudos e prática clínica, Freud percebe que o conteúdo sexual traumático tem forte presença nas pacientes histéricas, dessa forma, interessa-se pelo estudo da sexualidade humana e em 1905 publica os “Três Ensaios Sobre a Sexualidade”, onde de forma irreverente e a frente de seu tempo, explica a natureza sexual do ser humano, assim como seu funcionamento e configuração. Postula, sobretudo, que a psique se baseia na busca incessante pelo prazer e, consequentemente, numa fuga do desprazer.
Assim sendo, o aparelho psíquico tende a afastar o desprazer, ainda que isto lhe custe a negar a realidade e a buscar o prazer como propósito principal. De acordo com Freud, a natureza sexual do homem, o faz um ser “desejante”. Evidentemente, sua tese por ser revolucionária, foi rechaçada e recebeu duras críticas.
Freud era insistente e a todo tempo tentava provar a si que as descobertas eram possíveis. Ao passar dos anos, Freud e sua esposa não cultivavam hábitos sexuais ativos, ele se colocava à disposição de seus estudos e sua esposa de suas “obrigações” domésticas, Martha não apoiara a psicanálise, o que muito contribui para esse afastamento.
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