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O ESTUDO DIRIGIDO HOLOCAUSTO BRASILEIRO

Por:   •  8/11/2021  •  Resenha  •  812 Palavras (4 Páginas)  •  108 Visualizações

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Estudo Dirigido “Holocausto Brasileiro”

O documentário produzido por Daniela Arbex em 2016 retrata a história do massacre de aproximadamente 60 mil pessoas no antigo Hospital Colônia de Barbacena entre 1930 e 1980.

O local, que na sua fundação era um requintando hospital, passou a ser conhecido como um hospício, no qual, pessoas consideradas deslocadas da sociedade eram internadas e esquecidas até findarem suas vidas.

No meio desses, se encontravam pessoas em situação de rua, usuários de droga, bêbados, gays, lésbicas, mulheres adúlteras, crianças e adolescentes abandonados, pessoas que sofriam de distúrbios neurológicos, deficientes físicos, etc.; a maioria era negra; o racismo se fazia presente; o chamado eugenismo tirava esse grupo indesejável da cidade grande e os dispensava no Colônia como loucos, indigentes.

Segundo ex-funcionários do Hospital, muitas dessas pessoas não tinham nenhum indício de doença mental. Alguns eram usuários de droga, de bebida alcoólica, pessoas que se metiam em confusões com autoridades, e que imediatamente eram levadas a esse local. Muitas das vezes prendiam os “loucos” por serem/pensarem diferente.

Os funcionários contratados pela Prefeitura não possuíam nenhum tipo de capacitação e nem mesmo experiência no cuidado com essas pessoas e os variados tipos de males que as acometia. Era solicitado na contratação, apenas que distribuíssem remédios e dessem banho nos pacientes.

O que diferenciava a administração e dosagem dos medicamentos eram apenas as duas cores dos comprimidos: azul e rosa. Dependendo do comportamento de cada paciente, era indicado que se desse um ou outro, e na maioria das ocasiões que lhes dessem os dois concomitantemente.

Quando os pacientes estavam doentes, lhes aplicavam a mesma medicação e a mesma seringa era utilizada em diversas pessoas ao mesmo tempo, expondo-as ao risco de contaminação de variadas doenças infectocontagiosas.

O eletrochoque era usado com finalidade terapêutica pelos ex-funcionários, porém, foi admitido que os pacientes que tinham mau comportamento, obtinham como penalidade passar pelo eletrochoque também.

Tudo isso é relatado com muita tranquilidade e frieza pela maioria dos ex-funcionários, lidavam com o assunto de forma natural e contavam a história com riqueza de detalhes, calmamente; como se estivessem se eximindo da culpa e colocando como principais culpados apenas os médicos do local e de outros hospitais, a polícia, a Prefeitura, o Governo, por terem “jogado” essas pessoas aos cuidados deles.

Muito me incomoda que, naquela época, aquela sociedade convivia bem com isso, era tido como normal a forma indigna com que eram tratados os internos do Hospital Colônia. Tanto os médicos, quantos os “enfermeiros”, os ex-funcionários, talvez até conhecessem sobre ética, mas a moralidade daquele tempo, os permitia agir daquela forma.

Num local da área da saúde, a real expectativa não era curar, mas ir deixando as vidas chegarem até o seu fim, para serem sepultadas num cemitério que era praticamente acoplado ao hospital, onde os corpos eram jogados aos montes, sem caixão, na mesma cova. No cemitério que hoje é desativado eram postos os loucos, os suicidas, os negros que não poderiam ser sepultados junto dos chamados “normais”.

Há indícios de que 1.800 cadáveres

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