“O ESTÁDIO DO ESPELHO E O ÉDIPO"
Por: isemtempo • 17/6/2015 • Resenha • 1.162 Palavras (5 Páginas) • 344 Visualizações
“O ESTÁDIO DO ESPELHO E O ÉDIPO” [1]
Pelos estudos de Lacan, ele denota a inteligibilidade do Édipo em torno do processo da metáfora do pai, onde associa a função fálica a sua ocorrência correlativa, que é o complexo de castração. A principal função do Édipo se relaciona à função paterna, onde ocorrerá um processo de maturação da criança em sua vida psíquica. Vale ressaltar, que a função paterna é distinta da presença do mesmo. Este vai de encontro ao estádio do espelho, onde há uma maior identificação da criança com a mãe.
Uma criança nasce sem qualquer conhecimento, sem qualquer consciência do seu próprio eu. A primeira coisa do qual ela se torna consciente não é ela mesma, sendo assim a primeira coisa do qual ela se torna consciente é do outro e neste caso, a mãe. No estádio do espelho a principal identificação é a conquista da imagem do seu próprio corpo, sendo assim, esta identificação de imagem irá promover a estruturação do “EU”. Posterior ao estádio do espelho, a criança conhece seu corpo de forma unificada, mas como alguma coisa dispersa.
Na fase do espelho, há três fases de suma importância, que pontuam uma conquista de forma gradual da imagem do seu corpo. Na primeira fase, há uma confusão primeira entre si e outro, fazendo diferenciação entre ela com seus semelhantes, pois é no outro que a criança vivencia. O processo identificatório, é a segunda fase do processo de identificação, que leva a criança a descobrir que o outro do espelho não é outro real, mas sim uma imagem. Podendo assim, nessa fase, distinguir a imagem do outro da realidade do outro. Na terceira fase, a criança consegue compreender pelo reflexo do espelho que não é mais nada que uma imagem, mas sim, a própria imagem dela. A imagem do corpo se faz necessária para a identificação do sujeito, sendo através dela que há uma identificação fundamental. Depois que a criança passa pelo processo identificatório, ela começa entender-se como sujeito, porém ainda não faz total relação de diferenciação com a mãe, e consequentemente busca ainda identificar-se com o que supõe ser o objeto do seu desejo. Por conseguinte, há existência do “falo”, que designa o termo de ser um objeto suscetível de preencher a falta do outro. Há uma indistinção funcional entre a criança e a mãe, onde a criança tende a identificar-se como o único e exclusivo objeto do desejo do outro. Isso se da a uma problemática fálica em sua relação com a mãe, ao fazê-la ela mesma como falo materno. Com isso, na primeira fase do Édipo, o desejo da criança permanece ligado ao desejo da mãe. É importante salientar, que a relação funcional com a mãe, só existirá se não houver nenhum elemento terceiro que interfira a identificação fálica da criança com a mãe. Na segunda fase do Édipo, há o surgimento de uma oscilação dialética entre ser ou não o falo, onde a criança pode fixar-se em um ponto de equilíbrio instável, podendo haver identificações perversas. Com isso, há uma alteração à castração, que pode vir a apoiar-se em uma mensagem equivocada sobre o papel da função simbólica. Com isso, a criança irá tender a uma estratégia defensiva de evitar a castração, cultivando sua singularidade paradoxal. A relação paterna irá exercer uma atribuição na caracterização da relação mãe-criança-falo, interferindo sob a forma de privação. Com outras palavras, o pai priva a mãe desse objeto, interditando a satisfação pelo impulso e frustra a criança da mãe. A presença paterna é então entendida pela criança como forma de interdição e frustração, que é a falta simbólica podendo estimular a função do pai como castrador. Do ponto de vista da criança, o pai intervém sob a forma de interdição, esta sendo vivida pela criança como uma frustração. O pai priva do falo que a criança supostamente tem sob a forma que de identificação com o seu objeto de desejo. De forma resumida, essa falta de objeto pode manifestar-se de três formas como citadas anteriormente, que são: a frustração, que é a falta imaginária de um objeto real, onde a criança vive a ausência de um dano imaginário; a privação, que é a falta real de um objeto simbólico, sendo a falta do que é real; e por fim a castração, sendo a falta simbólica de um objeto imaginário, sendo que o objeto faltante é totalmente imaginário.
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