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O EXISTENCIALISMO É UM HUMANISMO

Por:   •  5/10/2017  •  Resenha  •  1.366 Palavras (6 Páginas)  •  390 Visualizações

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Universidade Estadual da Paraíba – UEPB

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS

Departamento de Psicologia

Curso: Psicologia

Turno: Diurno

Alunas: Ana Carolina Santos da Silva

Atividade apresentada como exigência de avaliação da disciplina Introdução à Filosofia II. Ministrada pela professora Ramon Bolivar Cavalcanti Germano.

Campina Grande – PB

Maio – 2015

“O EXISTENCIALISMO É UM HUMANISMO” (JEAN PAUL SARTRE)

       Sartre dá inicio relatando as críticas que os comunistas faziam acusando o existencialismo de incitar pessoas a permanecerem no imobilismo do desespero por ser uma filosofia contemplativa, o que, aliás, conduzia-se a uma filosofia burguesa enfatizando a vergonha e por negar-se a solidariedade humanas. Sartre ainda ressalta as críticas cristãs que os acusavam de negar a realidade e serenidade dos empreendimentos humanos, já que suprindo os mandamentos de Deus e os valores inscritos na eternidade, restaria somente a pura gratuidade, onde cada um poderia fazer o que quiser, sendo que não poderia condenar o ponto de vista do outro tais como os seus. Após expor suas críticas, Sartre tenta explicar em que sentido ele entendia o existencialismo numa tentativa de responder e defender as acusações que foram feitas. 
Ele começa afirmando que o que é concebido como uma doutrina que torna a vida humana possível é, por outro lado um meio subjetivo de ação humana e verdade.

         Segundo Sartre, existem dois tipos de existencialismo: o existencialismo cristão, e o existencialismo ateu, e que ele acredita ser o mais coerente. Entre os dois tipos de existencialismo existem somente apenas um único ponto de concordância: a existência precede a essência, ou seja, que é necessário partir da subjetividade. Porém, Sartre critica o existencialismo cristão destacando sua incoerência na subjetividade, em analogia, Sartre compara Deus como um artífice que ao fabricar um objeto sabe exatamente para qual finalidade ele está sendo fabricado, ou seja, já possui uma utilidade definida.

       Por outro lado, o existencialismo ateu, mencionado por Sartre como o mais coerente e por ele definido, declara que Deus não existe e que a existência precede a essência. Desse modo, primeiro é necessário o ser existir para só depois poder ser definido por qualquer conceito. Isso significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo, e que só depois se define.

“O homem tal como concebe o existencialista, se não é definível é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como assim próprio se fizer. Assim não há natureza humana, visto que não há Deus para a conceber”. (SARTRE, 1964, p.12)

          Sendo assim, o homem é simplesmente aquilo que ele faz de si mesmo, não sendo nada subjetivamente, nada existe anteriormente a ele, de modo que o que será antes de qualquer coisa, aquilo que escolher ser. Assim o primeiro esforço do existencialismo segundo Sartre, é o de colocar o homem do que ele é e de lhe atribuir à total responsabilidade da sua existência. 

Nesse sentido, Jean Paul Sartre afirma que o home não é apenas responsável única e exclusivamente por si, mas que também é responsável por todos os homens. Ele afirma que a palavra “subjetivismo” possui dois significados: escolha do sujeito individual por si próprio e impossibilidade em que o homem se encontra de transpor os limites da subjetividade humana. E é nesse segundo sentido que Sartre constitui o sentido profundo do existencialismo. Quando dizemos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós escolhe a si próprio, mas com isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. 
       Desse modo todos os nossos atos que criam o homem que queremos ser, estão simultaneamente criando a imagem do homem tal como julgamos que ele deva ser. Escolher ser isso ou aquilo é afirmar o valor do que estamos escolhendo, pois não podemos nunca escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem e nada pode ser bom para nós sem que seja para todos. Se, por um lado, a existência precede a essência. E se nós queremos existir ao mesmo tempo em que moldamos nossa imagem, essa imagem é valida para todos e toda nossa época. Sendo assim, nossa responsabilidade é muito maior do que podemos prever, pois ela abrange a humanidade inteira. 
        Porém, quando o indivíduo se der conta de que ele não é apenas aquele que ele escolheu ser, mas também é um ditador/legislador que escolhe a si e a humanidade inteira, este não consegue escapar do sentimento de sua total responsabilidade que se envolve com um sentimento de angústia, desespero e desamparo. Tudo se passa como se a humanidade inteira estivesse com os olhos em cada homem e se regrasse por suas ações. Para Sartre esses são os mascarados que agem de má fé que pensam que suas ações envolvem apenas ele enquanto indivíduo e quando são confrontados com a pergunta, “e se todos fizessem o mesmo?”.

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