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O Fichamento Estigma

Por:   •  11/2/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.842 Palavras (8 Páginas)  •  892 Visualizações

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Fichamento do texto 3 – Estigma de Goffman

  1. Principais Idéias

     Neste artigo, o autor se propõe a esclarecer a relação da pessoa estigmatizada no contexto em que ela se insere, buscando compreender como essas relações são estabelecidas e mantidas. Para salientar sua análise, ele emprega os principais conceitos, como: desvios e normas, desviante normal, normalidade, sucesso e fracasso de manter as normas, vulnerabilidade, identidade social real e identidade virtual.

     As principais contribuições deste artigo apontam uma definição a ser considerada quando o indivíduo estigmatizado e o "normal" são parte integrantes um do outro, afirmando que são apenas expectativas geradas em situações sociais durante os contatos estabelecidos em virtude de normas a serem cumpridas, mas no final, ocupam o mesmo espaço dependendo do contexto em que fazemos parte.

     Outra contribuição consiste na idéia da importância de existir o contato social para derrubarmos as barreiras do preconceito, visto que o simples desejo de permanecer fiel à norma não é o bastante, pois em muitos casos independe da sua vontade.

  1. Resumo do texto

     Erving Goffman, em seu livro, explora os detalhes da identidade social e grupal a um nível micro- sociológico, observando assim a interação social nas ações de todos os dias, focando sua atenção na forma que cada um desempenha na hora de formar um estigma. Trazendo-nos assim a partir de sua observação o conceito de estigma e a realçarão que se tem na vida desses estigmatizados.

     Ao trazer esse conceito, e como isso acompanha o sujeito que é rotulado, ele nos fala, que estigma nada mais é do que traços caracterizados no fenótipo de um indivíduo, que irá o identificar perante uma sociedade, começando a partir daí ser diferenciado dos “normais“. Esse estigma pode ou não ter ocorrido em decorrência de uma ação natural ou pode ter sido causado por outrem.

     Segundo o autor, essa caracterização do indivíduo a respeito de sua identidade social, pode se dar de duas maneiras: através de uma identidade social virtual, onde o indivíduo teria atributos que se imagina possuir um indivíduo em um primeiro contato, para que assim possa causar uma boa impressão nos demais indivíduos da comunidade. E os sujeitos que não conseguem “esconder”, a nível social esses defeitos, por causa disso ganham determinados estigmas, tendo que carregá-los com toda a carga que aquilo vai trazer para sua vida.

     Quando o indivíduo se torna vítima desse estigma, ganhando uma marca, alguns tentam corrigir rapidamente esse erro, para que não fiquem marcados para sempre com aquele rótulo, porém mesmo com “correções” muitas vezes não é possível que seja esquecido a nível social. Há também aqueles que não podem modificar o motivo pelo qual ganhou o estigma e tem que aprender viver com o mesmo, lidando com as consequências que aquilo traz.

    O conceito de normalidade, vai através da percepção que as pessoas “normais” tem do outro e ela está diretamente relacionada a sua bagagem de valores morais. Logo, nas palavras do autor “...um atributo que estigmatiza alguém pode confirmar uma anormalidade de outrem.”, “...um estigma é então, na realidade, um tipo especial de relação entre atributo e estereótipo...”.

     Goffman analisa nessa obra, os sentimentos da pessoa estigmatizada sobre si própria e a sua relação com os outros ditos normais, explorando a variedade de estratégias que o estigmatizado produz para lida com as diversas situações que esse título leva a ele, situações que vem desde lidar com a rejeição alheia, a complexidade de tipos de informação sobre si próprios que projeta-se no outro.

3.0 Reflexões e Críticas

        Durante a leitura do texto Estigma – Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada, especificamente o capítulo O Eu e Seu Outro, de Erving Goffman, conceitos como identidade, desvios, normas, entre outros, são abordados de modo paralelo ao conceito de estigma, foco central do texto. Com base nisso, é levada em consideração a situação de uma pessoa estigmatizada e à resposta à situação a que ela se encontra, posteriormente ligando-se aos devidos conceitos já citados. Ele aborda o conceito de estigma numa perspectiva social, como construções sociais através das interações.  

        Goffman coloca que os meios aparentemente mais prováveis de se observar os desvios (ou seja, que fogem do conceito que se estabelece quando falamos de padrão social), seriam em exemplos exóticos e dramáticos, porém isto não é necessariamente verdade. Isto porque questões de desvios dentro do mundo social são mais bem observadas se forem vistas à um plano de observação ao que se considera comum.

        Para deixar mais claro o que o autor considerou nesse aspecto do texto, poderia-se dizer que nos grupos onde não se vêem estigmas tão explícitos há uma percepção muito mais abrangente sobre o que deve ser considerado um desvio, e não sobre o que aparentemente é um desvio, de fato. Muitas pessoas possuem uma deficiência que abrange grande parte (ou quase toda)de suas relações sociais, fazendo com que sua percepção de realidade seja relativa se ela levar em conta apenas essas situações para formar sua autoconcepção, ou seja,  levar em conta o desvio por essa relação minoritária de sua experiência social seria um erro.

        Posteriormente, ele coloca os conceitos de identidade social real e identidade social virtual, que agregam mais valor ao tema estigma. Até o ser considerado mais normal (comum), pode apresentar uma deficiência que foge por um brecha em uma determinada situação social e isso também seria um desvio, mesmo onde não se espera. Isso cria um pulo da identidade social virtual à identidade social real, apresentando um certo desconforto ao sujeito. É nesse pulo de identidade do que se espera ser e do que se é, que a riqueza do estudo está implícita.

        No que se refere às normas, Goffman cita que há a possibilidade de desqualificação de um sujeito, dentro de sua identidade, mesmo naquelas que aparentam ser amplamente realizadas, as implícitas, as comuns. Ou seja, as normas de identidade contribuem tanto para um desvio quanto para conformidade. Um sujeito que não reproduza uma norma de identidade  considerada comum, com vários atributos, pode, em algum momento de sua vida, se desqualificar como ser.

        Dentro da perspectiva de desvio e do que isso agrega ao estigma, tem-se também a questão do desviante normal. Mesmo uma pessoa considerada anormal, com sentimentos e crenças anormais, é provável que ela se utilize de instrumentos e meios normais para tentar esconder suas anormalidades. Nesse aspecto, Goffman cita o exemplo de um sujeito com idade que está esquecendo os nomes de pessoas específicas e começa a evitar vê-las. Ou seja, a situação anormal “esquecer nomes” é escondida com uma característica normal de evitação, e isso nada tem a ver diretamente com a velhice, apesar de começar a ser estigmatizada. O autor, então, considera que esse tipo de desvio deveria ser considerado um desvio normal, pelo menos da perspectiva que se observa.

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