O JOGO DA INTERPRETAÇÃO
Por: Luana Couto • 2/10/2019 • Resenha • 1.152 Palavras (5 Páginas) • 122 Visualizações
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O JOGO DA INTERPRETAÇÃO
- O relacionamento mãe-bebê em que a comunicação não verbal tem importância, mudou-se assim o paradigma para o processo analítico.
- Acreditava na continuidade, não nas diferenças constitutivas entre a comunicação sutil do tipo bebê-mãe.
- O setting analítico é um meio para o crescimento pessoal, não exclusivamente o fornecimento de uma tradução convincente do inconsciente.
- O analista assim como a mãe é um facilitador por oferecer a oportunidade para a comunicação e o reconhecimento da ocorrência.
- No estado amalgamado, a mãe é exclusivamente um objeto subjetivo que evita a necessidade de qualquer coisa que o bebê pudesse considerar como um sinal.
- Descreve o desenvolvimento de estar amalgamado para o de se estar separado, necessitando então de algum tipo de linguagem como um processo natural se há uma maternagem suficientemente boa. E ele supõe que a capacidade do bebê de sinalizar seja comparável à aquisição da linguagem por parte do adulto.
- Como pra ele o relacionamento mãe-bebê é definido por sua reciprocidade então a conversação que é a psicanálise se torna análoga ao brincar.
- A resistência não é necessária ao empreendimento. A interpretação inaceitável, assim como uma imposição materna, somente permite ao paciente a ela reagir, não lhe permite tomá-la para si e fazer uso dela.
- Adolescentes ele sugere que evitam o tratamento psicanalítico apesar de se interessarem pelas teorias porque a preservação do isolamento pessoal é parte da busca pela identidade e pelo estabelecimento de uma técnica pessoal de comunicação que não leve à violação do self central. A violação do self central refere-se à autotraição nascida da submissão.
- A identidade para ele esta ligada a essa busca por uma forma pessoal de comunicação que não se encontre comprometida pela aquiescência em relação ao objeto.
- O perigo da psicanálise esta no momento na transferência em que o analista deixa de ser um objeto subjetivo para ser um objeto objetivamente percebido, é nesse momento que a experiência de onipotência do paciente pode ser violada e o analista se tornar invasivo.
- A percepção do real, que para ele era sinônimo de saúde e desenvolvimento, não era constituída linguisticamente, tampouco exclusivamente em relação com o outro.
O BRINCAR
- O oposto de brincar NÃO é o trabalhar, mas a coerção. Ou seja, o analista também tem de ser capaz de brincar. É no encontro, no espaço transicional entre analista e paciente que a comunicação ocorre. O brincar acaba quando um dos participantes se torna dogmático levando ou podendo levar a submissão. O brincar substituiria o entender como sendo o fim e os meios da análise.
- O brincar é o processo de descobrir, através do prazer, o que lhe interessa, mas é por definição um estado de conhecimento transicional, criativo em virtude de ser sempre inclusivo, e, o brincar não é exclusivamente verbal.
- É através do brincar que a criança começa a incluir em seu padrão pessoal de preocupação aquelas coisas para as quais está pronta, as coisas que se descobre interessada e das quais se descobre gostando.
- O brincar é o processo de descobrir, através do prazer, o que lhe interessa, mas é por definição um estado de conhecimento transicional, criativo em virtude de ser sempre inclusivo, e, o brincar não é exclusivamente verbal.
COMUNICAÇÃO
- Winnicott descobre três "formas" de comunicação:
- Primeira: não é não verbal, é como a música das esferas, absolutamente pessoal, pertence ao estar vivo. É a forma favorita dele, o sentir-se real.
- Segunda: linguagem verbal, ele chama de indireta, mas explícita, a linguagem protege a independência, o isolamento do Self.
- Terceira: é uma conciliação entre os dois tipos, um acordo entre linguagem e silêncio
- A comunicação com um objeto externo envolve uma transigente conciliação por parte do self,o objeto sempre, de certa maneira, incita submissão.
SELF
- Ele propõe um isolamento no âmago do self e então diz que o problema para o individuo é como ficar isolado sem estar isolado.É como se o tópico da separação e do contato, tivesse parado de ser um problema interpsíquico entre mãe e criança para se tornar intrapsíquico, ao lidar com o relacionamento de uma pessoa com seu próprio âmago.
- Sugere que o desenvolvimento humano comum envolve uma versão benigna da cisão da personalidade que se encontra na psicopatologia severa.
- A anaquilição do self central é pela intrusão, uma falha no ambiente de sustentação.
- Para entender o esconde-esconde do self ele usa dois opostos;
- Não comunicação simples: um período de descanso após o qual, e no próprio tempo da pessoa, esta volta a se comunicar.
- Não comunicação que é ativa ou reativa: a saúde e a patologia se confundem, o que preocupa Winnicott.
- Se a provisão materna falhar então em termos de relação objetal o bebê vai desenvolver uma cisão, com uma metade da cisão ele se relaciona com o objeto disponível e desenvolve um falso self e submisso para fazê-lo, e com a outra metade ele se relaciona com um objeto subjetivo, de sua invenção.
- Apesar do empobrecimento que essa cisão cria essa comunicação com objetos subjetivos contém toda a percepção rela.
- O que pode ser chamado de silêncios não verbais no tratamento analítico é tão potencialmente fértil quanto às trocas verbais: que representam o metabolismo secreto do self.
- Winnicott define o self como isolado, secreto e silencioso. Ele só pode ser entendido em termos de uma profunda ambivalência no que se refere ao valor da comunicação com objetos externos.
- Para ele havia o conflito entre comunicar-se e ocultar-se, o Self é, por definição, evasivo, aquele que brinca de esconde-esconde.
LINGUAGEM
- Tenta em todos os seus trabalhos falar sobre a linguagem como um sistema, baseadas numa teoria da primeira infância.
- A linguagem na teoria do desenvolvimento amplia a capacidade da criança para a comunicação e a independência, mas não é em si considerada formativa de sua identidade. É algo que é simplesmente adicionado em um estagio posterior à capacidade primaria do bebê de se comunicar.
- A linguagem na forma de uma interpretação correta para qual o paciente não está pronto, pode tocar naquilo que há de mais recôndito no ser do paciente e evocar suas defesas mais primitivas.
INTERPRETAÇÃO
- A interpretação era uma extensão sofisticada do cuidado infantil , tendo como característica decisiva do setting analítico não era exclusivamente a troca verbal.
- O ato da interpretação expressa preocupação colaborativa; ele vem da identificação com o paciente e disso vem esta muitíssimo provável conseqüência de "acreditar" no que ele necessita. A identificação nesse caso, assim como a preocupação materna primária, sugere um compromisso subjacente.
- A interpretação sempre esteve a serviço de um processo de desenvolvimento em que a noção de conhecer e ser conhecido viria a se tornar progressivamente duvidosa para ele.
- A interpretação só é boa para o paciente se percebida como criada por ele. Analista e paciente, como mãe e bebê, trabalham nesta área intermediária de ilusão que é sempre vulnerável a um tipo de intrusão com características de apropriação.
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