O MÉTODO DE INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS: ANÁLISE DE UM SONHO MODELO
Por: GabrieldAraujo • 31/3/2016 • Resenha • 1.726 Palavras (7 Páginas) • 1.958 Visualizações
Aluno (a): Gabriel Dias Moraes
Curso: Psicologia Período: 3
Disciplina: Teoria Psicanalítica I
Professor: Bruno M. Portela
- RESUMO ACADÊMICO -
25/02/2016
Na obra “A interpretação dos sonhos” Freud se posiciona quanto ao assunto da significância do sonho para a vida psíquica dentro do contexto cientifico da época. Em análise dissertada farei um breve resumo dentro dos meu conhecimentos do que me ficou após ler o capítulo 2 (dois) da Obra.
Capítulo II - O MÉTODO DE INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS: ANÁLISE DE UM SONHO MODELO.
O pai da Psicanálise começa o capítulo aludindo certos entendimentos sobre o capítulo anterior, salienta a iniciativa da análise e o sentido do qual está convencido que todo sonho retém. Ciente de sua ousadia coloca-se a favor de Scherner e opõe-se ao radicalismo científico dos que ele chamou de “Filósofos, (&), Psiquiatras” que defendiam o sonho como “não sendo um ato mental, mas um processo somático que assinala sua ocorrência por indicações registradas no aparelho mental” (FREUD, 1900). Decorrente ao fato de sua oposição ao pensamento cientifico dominante, usa como dado comparativo as então elucidações do pensamento popular referentes a crença no sonho como vertido de significado e importância, sobre isso ainda ressalta:
A opinião leiga tem assumido uma atitude diferente ao longo dos tempos. Tem exercido seu direito inalienável de se comportar de forma incoerente; e, embora admitindo que os sonhos são ininteligíveis e absurdos, não consegue convencer-se a declarar que eles não tem importância alguma.
Freud ainda utiliza para sua comparação dois métodos usados pelo mundo leigo para interpretar o sentido dos sonhos, o método de interpretação “simbólica” e a “decifração”. O método simbólico de interpretação consiste na substituição simbólica do conteúdo palpável do sonho, no entanto o método mostra-se demasiado simplista ao se defrontar com sonhos de conteúdos imperceptíveis, desnexos e confusos. Já o método de “decifração” lida com os sonhos criptografando-os, interpretando-os com a ajuda de um código de interpretação, o livro dos sonhos, no entanto tudo depende da confiabilidade do código fixo retido no livro dos sonhos, que não oferece nenhuma garantia de veracidade. Observamos na leitura que ambos os métodos são puramente introdutórios, Freud lembra que não oferecem fidedignidade alguma e, portanto, são incapazes de configurar uma real abordagem científica. Mais adiante Freud explanará sua proposta para um método científico de interpretação dos sonhos, afirmando que os sonhos são, verdadeiramente, vertidos de sentido. Salienta que a descoberta do método veio em conseqüência de seu empenho terapêutico motivado pelo médico Josef Breuer no âmbito da estrutura das fobias histéricas e idéias obsessivas, que, por conseguinte a matéria de sua composição leva-nos a sua solução. “O sonho pode ser inserido na cadeia psíquica a ser retrospectivamente rastreado na memória a partir de uma idéia patológica” (FREUD, 1900), o passo seguinte foi aplicar a técnica de ‘desembaçamento’ executada sobre a associação livre no próprio sonho e tratá-lo como sendo um sintoma. Segue discorrendo nas duas páginas seguintes instruções para a aplicação adequada do método em seus pacientes. Sobre isso atenua:
Para que ele possa concentrar sua atenção na observação de si mesmo, é conveniente que ele se coloque numa atitude repousante e feche os olhos. É necessário insistir explicitamente para que renuncie a qualquer crítica aos pensamentos que perceber.
Segundo Sigmund Freud o estado de espírito do homem que reflete é divergente ao estado de espírito de homem que observa seus próprios processos psíquicos, no refletir o paciente utiliza sua faculdade crítica e censura o fluir natural de seus pensamentos ao passo que na auto-observação, suprimindo sua atividade crítica, pode trazer a sua consciência inúmera idéias que, de qualquer outra maneira, não conseguiria perceber. Essas percepções seriam a prima matéria da interpretação das estruturas oníricas. Quando adormecemos nos acomete o que Freud chamou de “representações involuntárias” estas geradas do relaxamento de certas áreas da mente, à medida que vão surgindo às representações se transformam em construções visuais e acústicas. Lemos o discorrido:
No estado utilizado para a análise dos sonhos e das idéias patológicas, o paciente, de forma intencional e deliberada, abandona essa atividade e emprega a energia psíquica assim poupada (ou parte dela) para acompanhar com atenção os pensamentos involuntários que então emergem, e que – e nisso a situação difere da situação do adormecimento – retém o caráter de representações.
Ao que parece pela observação de Freud esse posicionamento de atitude se configura demasiado hercúleo para alguns, somos freqüentemente bombardeados por “pensamentos involuntários” aptos a resistir a esse tipo de adoção. A fim de finalizar esse resumo prossigo com a descrição do método em si e após brevemente o relato do caso Irmã.
Freud sabia das implicações de seu método, e, procurando aumentar a veracidade e descolunação da interpretação nos orienta a fracioná-lo em partes mais ou menos conexas de seu conteúdo inteiro. Assim, cada fração estará mais susceptível de associações lógicas, associação essas a que Freud chamou de “Pensamentos de fundo” das partes específicas de um sonho. O método Freudiano de interpretação dos sonhos não oferece tanta acessibilidade e simplicidade quanto os outros métodos populares como a decifração que interpreta qualquer parte do sonho por uma criptografia baseada em um código fixo, diferente dos outros esse método está disposto a mostrar que um mesmo fragmento pode esconder sentidos distintos para cada indivíduo e contexto. A fim de demonstrar sua prática interpretativa, Freud relata seu próprio sonho e nos auxilia quanto a interpretação do mesmo, por meio da “auto-análise” mergulha em seu aparato lógico e nos condiciona a produzir uma interpretação científica válida e aceitável.
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