O MODELO SISTEMICO
Por: Simone Amorim • 1/11/2015 • Resenha • 1.207 Palavras (5 Páginas) • 2.914 Visualizações
- MODELO SISTÊMICO
A teoria sistêmica fundamenta-se, basicamente, na teoria geral dos sistemas desenvolvida inicialmente por Von Bertallanfy (1972) nos anos quarenta e na ramificação dessa teoria, a cibernética, que faz um estudo comparativo dos sistemas e mecanismos de controle automático, regulação e comunicação nos seres vivos e nas máquinas.
A ideia central dessa escola é ser o “doente”, ou membro sintomático, apenas um representante circunstancial de alguma disfunção no sistema familiar. Tradicionalmente o distúrbio mental se engendra e se manifesta por força de conflitos internos; tem a sua origem no próprio individuo. O modelo sistêmico, por outro lado enfatiza o distúrbio mental como a expressão de padrões inadequados de interação no interior da família.
Segundo Von Bertallanfy, (1972) a família pode ser considerada como um sistema aberto, devido ao movimento de seus membros dentro e fora de uma interação uns com os outros e com os sistemas extrafamiliares, ou seja, as atuações e comportamentos dos participantes do grupo influenciam e concomitantemente são influenciados pelos comportamentos de todos os outros.
Cada indivíduo exerce uma função única, no que diz respeito à sua constituição genética, temperamento, história, idade e associação com os diversos sistemas sociais. Essa diferença biopsicossocial em toda sua composição seja na percepção do mundo ou nas necessidades humanas faz gerar conflitos na família, por se tratar da interação de sujeitos distintos e singulares. Dessa forma a teoria sistêmica através da identificação desses traumas tenta estudar ao longo do tempo a relação desses sintomas com um todo que envolve a organização humana dentro da sociedade, compreendendo tudo como um produto da organização.
1.2- FAMÍLIA E ORGANIZAÇÃO SOCIAL
Para definirmos o que são famílias, é necessário avaliar seu desenvolvimento interacional em conjunto com todos os níveis de organização social. A família nuclear se envolve de maneira mutua com outros sistemas humanos, podendo ser pensada como um subsistema dentro de um sistema maior; uma comunidade. Ainda assim, possui sua própria maneira de se organizar.
Dentro de uma família nuclear, têm-se os subsistemas dos esposos, pais, filhos e irmãos e cada um desses apresentam funções peculiares na família. A organização de cada família dependerá de sua e estrutura e sua relação entre seus membros e com os sistemas comunitários.
Através dessas interações se formará os limites entre os subsistemas, tendo estes propriedades peculiares quanto á suas características, funções que se desenvolveram nas relações entre os outros subsistemas familiares e ligam-se á sociedade e valores culturais. A fim de se manter essas peculiaridades de cada subsistema é necessário que haja respeito entre os limites existentes.
Pra que os subsistemas existentes dentro das famílias executem suas funções particulares é preciso que se tenha permeabilidade dentro dos limites que os constitui. A permeabilidade deve ser balanceada para não impedir trocas entre as famílias, que assim se fecharam para o contato externo nem aberto completamente, favorecendo á perda de sua individualidade.
O ideal entre os limites é a semipermeabilidade, que possibilita trocas e diferenças simultâneas entre seus membros.
1.3 FAMÍLIA E CONFLITO
Diferenças pessoais de um indivíduo quanto á percepção e necessidade fazem parte de qualquer relacionamento. Essas diferenças presentes dentro de uma relação constitui o suporte para os conflitos dentro da família.
Numa família funcional há uma ligação entre os pais que se unem de maneira mútua para realizar suas necessidades. Em qualquer relacionamento, independente de sua natureza haverá conflitos permanentes e não solucionados.
É frequente que em famílias disfuncionais as crianças ocupem um lugar dentro do conflito existente entre os pais, contribuindo com sentimentos embaraçosos com um ou com os pais. Vale lembrar que nessa situação, a criança não é passiva ao fato.
Segundo Green (1981 apud Calil, 1987) a criança pode se envolver numa relação triangular com a família nas seguintes formas: a- a criança é tida como superprotegida pelos pais; b- como bode expiatório na relação, se tornando alvo para um dos pais discipliná-la, c- também é tida como competição entre os pais e d- como coalisão cross-generacional, onde criança e um dos pais se unem para contrariar a outra imagem parental. É comum nesses casos encontrar trocas de papeis entre criança e um dos pais.
1.4-FAMILIA E COMUNICAÇÃO
Teoria da Comunicação elaborada com base em pesquisas por Batson, Jackson e weakland (1976) foi fundamental para a abordagem Sistêmica. Não existe uma mensagem simples na comunicação, onde esta acaba por modificar ou capacitar umas as outras podendo assim, ao interagir as pessoas definirem suas relações.
Jackson (1968) descreve três modalidades básicas de comunicação entre duas pessoas que são: - Simétrica caracterizada por igualdade e minimização da diferença, como entre rivalidade e competição. - Complementar devido ao fato de as ações autogeradoras basearem-se essencialmente nas na maximização da diferença.
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