O Mito de Narciso
Por: aga7 • 22/11/2017 • Resenha • 729 Palavras (3 Páginas) • 315 Visualizações
O Mito De Narciso
Seu protagonista era um jovem de grande beleza que tinha por nome Narciso. De tão belo que era, todas as jovens que o viam queriam-no para si, mas ele não queria nenhuma delas. Não tomava conhecimento nem mesmo das mais belas, por mais que elas tentassem fazer-se notar. As jovens inconsoláveis nada significavam para ele, que não se deixou comover nem sequer pelo triste caso de Eco, a mais bela das ninfas. Ela era uma das favoritas de Artemis, a Deusa da Floresta e das Criaturas Selvagens, mas caiu no desagrado de uma deusa ainda mais poderosa - Hera, como sempre envolvida em sua ocupação de tentar saber o que andava se passando com Zeus. Desconfiou que ele estivesse apaixonado por uma das ninfas, e resolveu observá-las para ver se descobria qual havia sido, dessa vez, a escolhida. A alegre conversa de Eco, porém, distraiu-a imediatamente de suas investigações. Enquanto ouvia, entretida, as outras ninfas afastaram-se silenciosamente, e Hera não conseguiu chegar a conclusão alguma sobre o novo objeto das afeições errantes de Zeus. Com o comportamento injusto de sempre, voltou-se contra Eco, e a ninfa passou a ser mais uma das jovens infelizes a sofrer os castigos impostos por Hera. A deusa condenou-a a nunca mais iniciar uma fala, a não ser para repetir o que Ihe fosse dito. "Será sempre tua a última palavra", disse, "mas não serás jamais a primeira a falar."
Era um castigo muito pesado, que tornou-se ainda pior quando Eco, a exemplo do que acontecia com todas as outras jovens, apaixonou-se por Narciso. Eco era capaz de segui-lo por toda parte, mas não conseguia dirigir-lhe a palavra. Como seria possível, então, fazer com que um jovem que nunca olhava para mulher alguma Ihe prestasse atenção? Um dia, porém, achou que sua oportunidade havia surgido. Ele estava chamando pelos companheiros, e perguntava: "Há alguém aqui?", quando ela então, arrebatada, respondeu-lhe: " Aqui... Aqui." Ela ainda estava oculta pelas árvores, o que não permitia que ele a visse, mas Narciso exclamou: "Vem!", que era exatamente o que ela desejaria dizer-lhe. Eco então respondeu, alegremente: "Vem!", mas, ao sair do bosque com os braços estendidos na direção de Narciso, viu que ele, com o mais profundo aborrecimento, Ihe voltava as costas. "Não!", disse ele, "Prefiro a morte a submeter-me ao teu domínio", ao que ela pode apenas responder-lhe, humildemente e em tom de súplica: "Submeter-me ao teu domínio." Narciso, porém, já havia desaparecido. Eco foi esconder o rubor e a vergonha em uma caverna solitária, para sempre inconformada. Vive ainda em lugares assim, e conta-se que, de tão arrasada pela saudade, a única coisa que Ihe restou foi a voz.
Depois disso, Narciso deu continuidade a sua trajetória de crueldades, sempre zombando do amor. Por fim, uma das jovens por ele repudiada fez uma prece que foi atendida pelos deuses: "Que aquele que não ama ninguém venha a apaixonar-se por si próprio." A grande deusa Nêmesis, cujo nome significa "ira justa", encarregou-se de fazer com que esse pedido se concretizasse. Ao debruçar-se sobre as águas límpidas de um lago para beber, viu Narciso sua imagem ali refletida, e no mesmo instante apaixonou-se por si mesmo. " Agora sei", exclamou, "quanto os outros tem sofrido por mim, pois o amor pela minha própria pessoa me incendeia o coração - e, no entanto, de que modo poderei alcançar todo esse encanto que vejo refletido na água? Não tenho forças para abandoná-lo, e só a morte me poderá libertar. E foi o que aconteceu. Foi definhando aos poucos, perpetuamente debruçado sobre o lago com o olhar fixo no reflexo de sua imagem. Eco encontrava-se por perto, mas nada podia fazer. Ao morrer, finalmente, Narciso olhou-se pela última vez e exclamou: "Adeus! Adeus!", tendo suas últimas palavras repetidas pela ninfa, que lhe fazia a derradeira despedida.
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