O Processo Terapêutico da Psicologia Humanista Existencial Fenomenológica Dentro do Tema
Por: Leliane Padilha Paulino • 24/11/2021 • Resenha • 1.091 Palavras (5 Páginas) • 138 Visualizações
Processo terapêutico da psicologia humanista existencial fenomenológica dentro do tema: Atendimento Infantil
Existem divergências de opiniões acerca da linha humanista, sobretudo quanto a sua relação com a Filosofia. Assim, quando se trata dos direcionamentos com as crianças, tais questões não se alteram. Entretanto, existem estudos que comprovam de que tais ciências possuem relação e quando trabalhadas em conjunto possibilita grandes resultados na terapia.
Diante disso, para a compreensão dessa abordagem aplicada ao atendimento infantil é necessário embasamento em psicólogos que tratam do desenvolvimento da personalidade e da aprendizagem da criança e analisar o fenômeno referente a experiência infantil como de fato ela apresenta ser.
Quanto ao aspecto de “ser” como crianças, existente três filósofos existências importantes: Kierkegaard, Heidegger e Sartre. Nessa perspectiva acredita-se que desde ao nascer a criança evidenciam que a existência acontece desde o início pelo seu caráter de indeterminação e negatividade, por esse motivo a liberdade, o desespero e a angústia são fazer parte do ato de existir. Nessa perspectiva, Kierkegaard cita que desde o nascimento, a criança se constitui como espírito, para Heidegger se constitui como ser-aí e para Sartre, constitui-se para-se. Partindo disso, será ao decorrer da vida que a criança terá clareza de si e definir seu modo de ser, agir e como se portar no mundo.
Diante disso, a papel da filosofia existencial é buscar e compreender as questões que ocorrem diante das negatividades atreladas a existência e as indeterminações.
Percebe-se que o ser humano sempre tentou fugir dessas negatividades e indeterminações em busca de uma identidade e lutando contra padrões de identidade já impostos. Assim, vale destacar o discutido por Heidegger (1927/1989), o qual analisa a forma como o indivíduo lida e interpreta seus utensílios, sendo assim, diz que tal indivíduo tende a si compreender da mesma forma que lida com o que se manuseia e como se constituiu como ser.
Posto isso, a filosofia existencial não parte dos pressupostos de que o homem já é pré-constituído ao nascer, mas que a partir de sua constituição psíquica, biológica e o meio que está inserido estão sujeitos as determinações que são submetidos. Portanto, o ato de existir, a forma que o ser lida com ele mesmo e com o meio que sua existência de fato acontece, fator esse já defendido por Sartre de que “a existência precede a essência”;
Dado o enfoque na questão infantil, vale destacar que Heidegger (1947/1987) defende uma abordagem fenomenológica com relação ao ser-aí da criança. Assim, ele desconsidera suposições teóricas quanto ao comportamento infantil e deixa com que o próprio sentido do fenômeno se explique. Atitude essa que o filósofo Husserl (1952/2007/) denomina de atitude antinatural.
Com relação ao desenvolvimento infantil, a psicologia apresenta teorias que contribuem para a compreensão do modo de ser da criança a partir de critérios de normalidade e realizar reajuste como forma de identificar e modificar comportamentos inadequados. Em contrapartida, quando se adota a linha fenomenológica, suspende-se qualquer posicionamento ontológico com relação ao comportamento das crianças e se direciona a se aproxima de como os fenômenos ocorrem da forma que eles são de fato.
No que se refere a clínica psicológica com crianças, a atitude fenomenológica representa as teorias e técnicas em psicologia, as quais direcionam quais serão os caminhos e procedimentos a serem tomados. Tal posicionamento é importante, visto que, é possível ver a criança a partir dos diagnósticos já realizados. Assim, lidar com essas situações de forma fenomenológica é reconduzir o que foi diagnosticado e não se deixar se direcionado pelo que já foi “pré-estabelecido”. Segundo ponto importante a atitude fenomenológica é que a criança jamais pode assumir a responsabilidade de suas próprias ações e atitudes. Já ao tomar uma postura antinatural em clínica, a criança é acompanhada, mas é deixado com que ela tome suas escolhas.
Diante da situação que a criança já chega na clínica com diagnósticos e rótulos estabelecidos por outras pessoas, uma postura fenomenológica seria suspender qualquer interpretação do que está acontecendo com a criança trazida ao consultório. Dessa forma, torna-se possível acompanhar o fenômeno da forma que ele se revela.
Importante destacar que, em situações natural, a criança deva ficar sempre na responsabilidade de um adulto, o qual possui responsabilidade pelas escolhas da criança. Diante disso, os profissionais da psicologia correspondendo ao horizonte histórico, em que se interpreta o primeiro momento de vida como uma situação naturalmente frágil, em que não é responsabilidade criança nenhum compromisso com sua existência, transferindo essa responsabilidade aos pais e adultos próximos.
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