O Psicodrama Como Ferramenta Terapêutica
Por: Letícia Benigno • 27/6/2019 • Trabalho acadêmico • 858 Palavras (4 Páginas) • 122 Visualizações
O PSICODRAMA COMO FERRAMENTA TERAPÊUTICA
Rio de Janeiro, RJ
2019
O Psicodrama como ferramenta terapêutica
Criado por Jacob Levy Moreno, tem como base principal a espontaneidade, a criatividade e a sensibilidade humana que, para Moreno, são recursos inatos do homem. A espontaneidade é utilizada desde o nascimento, mas acaba sendo diminuída devido a fatores adversos de diferentes ambientes nos quais somos inseridos, ela se traduz na capacidade de responder adequadamente diante de novas situações buscando transformar os aspectos insatisfatórios da mesma. A possibilidade de transformar as situações implica em criar, ou seja, a criatividade não pode ser dissociada da espontaneidade, já que a segunda permite a manifestação da primeira.
O Psicodrama proposto por Moreno, é centrado no presente, na análise das correntes afetivas como estão sendo transmitidas e captadas no aqui e agora. A intenção é a superação de conflitos co-inconscientes (conteúdos produzidos e experimentados coletivamente, uma rede de sentidos interligados, originários de duas ou mais pessoas, acessíveis ou não à consciência, uma propriedade comum que só poderia ser reproduzido por esforços combinados).
Na Teoria Psicodramática, o EU total se forma a partir do desempenho de papéis, sendo esses uma fusão de elementos coletivos e privados. Essa formação provém desde o relacionamento do bebê com os outros que vão gerando conjuntos um tanto estáveis de EUs parciais que podem funcionar com harmonia ou entrar em contradição entre si, já que o EU total é constituído de papéis diversos. É de acordo com os papéis em ação que a memória e o co-inconsciente são construídos e ativados. Os papéis transmitem códigos, crenças, valores e hábitos culturais de um grupo.
O Teatro Espontâneo tenta compreender o homem no encontro entre o individual e o coletivo, o relacionamento concreto entre o particular e o geral, considerado das formas mais amplas possíveis. O papel do terapeuta nessa abordagem é valorizar a construção do conhecimento como uma tarefa conjunta, pesquisando junto com o cliente os conflitos que estão presentes em suas redes de relações, estabelecendo o entrosamento necessário para que a tarefa seja bem-sucedida. Trabalhar sobre esses fatos faz com que o cliente libere sua espontaneidade e realize uma ação co-criativa.
A sessão se organiza em: instrumentos, etapas, técnicas e contextos.
Os instrumentos são: o palco/cenário (onde é permitida liberdade de expressão e experimentação), o protagonista/cliente (deve representar seu mundo privado, construindo o cenário dramático e desempenhando os papéis, expondo sentimentos e conflitos), o diretor (facilita a sessão e proporciona ao cliente alcançar a espontaneidade máxima, deve estar atento à dramatização de forma a fazer com que ela se aproxime da realidade do cliente), ego-auxiliar (Atua como intermediário do protagonista e do diretor, é uma extensão de ambos, é ator, guia terapêutico e investigador social), público/ platéia (Demais participantes da sessão psicodramática, embora não participem ativamente da cena, tem seus conflitos internos trabalhados).
As etapas se dividem em:
Aquecimento - serve para estimular os indivíduos a serem uma versão mais profunda e explícita deles mesmos no palco. Esse aquecimento pode ser inespecífico (com o objetivo de auxiliar o cliente a entrar em contato com seu mundo interno) ou específico (prepara o protagonista para a dramatização de temas já estabelecidos e mantém o clima de envolvimento com a realidade vivida e dramatizada.
Dramatização - é a ação dramática onde o protagonista coloca o seu conflito no cenário, representando dramaticamente as figuras do seu mundo interno. Deve ser criada espontaneamente, sem script.
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