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O Psicodrama nasceu foi criado por Jacob Levy Moreno

Por:   •  17/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  902 Palavras (4 Páginas)  •  791 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

REGIONAL JATAÍ

CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS II[pic 1]

DOCENTE: PROF. MS. SC. RAMON ARAÚJO SILVA[pic 2]

DÉBORAH FERREIRA DE CASTRO

  1. Defina solilóquio, inversão de papeis, espelho, teoria dos papéis, duplo e estátua.

O Psicodrama nasceu foi criado por Jacob Levy Moreno (1889-1974) um psiquiatra romeno que viveu na Áustria e nos Estados Unidos. Em 1925 ele fundou o Teatro da Espontaneidade, no qual, ousadamente, convidava o público a criar sua própria história, teatralizando-a de forma espontânea. É um método de ação profunda e transformadora, que trabalha tanto as relações interpessoais como as ideologias particulares e coletivas que as sustentam.

Como é um teatro da espontaneidade com caráter terapêutica, na ação o diretor faz uso de algumas técnicas que favorece a meta comunicação, a empatia e os sentimentos dos envolvidos. Há inúmeras técnicas utilizadas no psicodrama, dentre elas as principais são o solilóquio, inversão de papais, espelho, teoria dos papeis, duplo e estátua.

Para Veiga (2009) o solilóquio é o congelamento da cena pelo diretor durante a cena, e este pede ao protagonista que “pense alto ou diga em voz alto o que está a sentirvisando acrescentar suas percepções internas; já a inversão de papeis indica a troca de papéis entre os autores envolvidos na cena, isto é quando na dramatização o protagonista interage com o ego auxiliar e o diretor enuncia a palavra troca o protagonista toma o papel do seu interlocutor. Esta técnica possibilita as representações que um ator possui acerca do outro, pois quando um toma o lugar do outro ele é a projeção de suas representações. Monteiro (1998) destaca que a inversão ou a troca de papéis só ocorre quando as pessoas envolvidas estão de fato presentes. Quando o protagonista “troca” de papel, desempenhando o papel de alguém a quem está se referindo, real ou imaginário, o que se está usando é uma variação da técnica de apresentação de papéis, em que ele toma o papel do outro, expressando o modo pelo qual o vê.

A técnica do espelho ocorre quando o diretor pede a um ego auxiliar para imitar o protagonista retratando as condutas, a forma de comunicar, etc. com o átomo social. Assim sendo o protagonista vê-se a si mesmo podendo corrigir e melhorar a sua auto-percepção e as suas condutas. Para Moreno (1990) esta técnica é eficaz para reproduzir “a imagem corporal e a vida inconsciente” de uma pessoa ou pessoas íntimas (irmãos, pais, cônjuges, etc.), espelhando o inconsciente de cada um, permitindo assim a compreensão mútua e a comunicação.

Moreno (1990) aborda também a teoria dos papéis, na qual os papeis são os embriões e os precursores do “eu”, porque há neles um esforço para se agruparem, integrando-se em uma unidade existencial. Eles estão presentes desde o nascimento e, segundo o autor surgem antes da linguagem, pois as matrizes de ação são anteriores às matrizes verbais. Estes papéis carregam consigo as regras sociais, características e peculiaridades próprias da cultura em que se estruturam.  Assim para o autor o homem encontra-se cindido entre os desejos de sua pessoa privada e a dimensão social dos papéis que desempenha no cotidiano. “O papel é a forma de funcionamento que o indivíduo assume no momento específico em que reage a uma situação específica, na qual outras pessoas ou objetos estão envolvidos” (MORENO, 1990, p.27).

Ainda segundo Moreno (1990), os indivíduos têm três tipos fundamentais de papéis: os psicossomáticos, os sociais e os psicodramáticos. Nos primeiros, há a formatação biológica dos contatos sensoriais entre a criança e seu mundo, até a constituição de um eu parcial fisiológico, responsável pelas relações com o corpo. Os papéis sociais se encarregam da reprodução da cultura em que o indivíduo está inserido, o que dá forma à conserva cultural, constituindo um eu parcial social, responsável pelas relações com a sociedade; e, somente nos últimos, nos psicodramáticos, é possível a utilização consciente da espontaneidade e da criatividade, constituindo um eu parcial psicodramático, responsável pelas relações com a psique. A contínua interação entre os papéis e sua integração através de vínculos operacionais vai proporcionar a emergência de um eu inteiro, integrado em “eu e mim, assim, portanto os papéis que assumimos não somos nós em essência, mas são representações da vida social da qual nós participamos.

Já a técnica do duplo é quando o protagonista está impossibilitado ou tem muita dificuldade para se expressar verbalmente e o diretor pede ao ego auxiliar, durante a dramatização, que coloque a mão sobre o ombro do protagonista e faça um desdobramento do seu “eu”.  O ego auxiliar faz uma interpretação da situação vivencial, ou seja, dos sentimentos dos protagonistas, uma melhor clarificação dos conteúdos verbais, os verdadeiros receios, motivações ou intenções escondidas.

Enquanto que a técnica da estátua permite a representação estética de emoções ou de objetos. O uso desta técnica é muito utilizado pelos psicodramatistas para encaminhar o protagonista a “esculpir”, utilizando os egos auxiliares ou tecidos, representando concretamente um sentimento, uma vivência, um valor, entre outros. Posteriormente, e após o término estátua, o diretor pede ao protagonista para clarificar e explicar a sua “obra de arte” de forma a compreende-la e aceder às representações mentais do escultor.

MORENO,J.L. O Psicodrama.São Paulo.Editora Cultrix,1990.

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