O Que é Responsabilidade Social?

1. O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL?

A responsabilidade social consiste no ato de empresas adotarem posturas, comportamentos e ações atuando em benefício do seu público interno (seus funcionários) e externo (seus parceiros, a comunidade e meio ambiente), promovendo o bem-estar (DOMINGOS, 2007).

O Instituto Ethos (2004 apud RICO, 2004), também descreve a responsabilidade social como uma gestão que se define por uma relação ética e transparente da empresa com o seu público, assim como pelo estabelecimento de metas empresariais que sejam compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, respeitem a diversidade e redução de desigualdades sociais e que também visam preservar recursos ambientais e culturais para gerações futuras.

Sob o mesmo ponto de vista, para Gil (2007), o sentido do capitalismo é o lucro. Diante disso, há o pensamento de que a responsabilidade de uma empresa se restringe somente ao crescimento dos lucros. Entretanto, nos dias de hoje, as organizações devem assumir valores éticos, tratar com dignidade os seus funcionários, cuidar do meio ambiente e contribuir para as causas da comunidade.

Analogamente Ashley (2002 apud QUEIROZ, 2014) aponta que as organizações deve recompensar a população de alguma forma, mesmo que não diretamente associadas a suas atividades, mas que possam promover o desenvolvimento sustentável da comunidade em que está inserida.

Nessa perspectiva, pode-se considerar que a empresa que pratica ações de Responsabilidade Social, contribui com o crescimento da sociedade, seja na cultura, educação, emprego, lazer, alimentação (GARCIA, 1999 apud QUEIROZ, 2014).

Dessa maneira, a responsabilidade social corporativa é uma tentativa de reparação das empresas, como uma forma de pagar uma dívida que possuem com a sociedade, pois, as empresas consomem recursos naturais, renováveis ou não, que são patrimônio da humanidade e desfrutam em benefício próprio, dessa forma contraem uma dívida para conosco como sociedade (MELO NETO; FROES, 1999 apud DOMINGOS, 2007).

1. Histórico

A responsabilidade social teve suas primeiras reflexões durante o período da Revolução Industrial, nesse momento, suas primeiras intervenções sociais não eram direcionadas às empresas, tais intervenções viriam posteriormente da reflexão de empresários e gerentes sobre os valores que eram aceitos de maneira ética pela sociedade. Robert Owen (1771-1858), foi um dos empresários que se destacou nesse momento por introduzir o conceito de responsabilidade e eficiência, trazendo suas preocupações com questões sanitárias e educação de seus operários (DIAS, 2012 apud CARMO, 2015).

Carmo (2015), divide essa evolução em dois momentos, sendo o primeiro momento a era antiga da responsabilidade social no final do século XIX e a primeira metade do século XX, onde baseia-se em um conjunto de intervenções sociais de caráter filantrópico que são baseadas na racionalidade individual dos gestores. Dando ênfase também na criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1919, que representou um marco na legitimação dos direitos trabalhistas lutando por questões como a redução de jornada e o aumento salarial (SAVITZ; WEBER, 2007 apud CARMO, 2015).

O segundo momento seria a era moderna da responsabilidade social, que teve sua inauguração em 1953 com a publicação do livro Social Responsabilities of the businessman, de Howard Bowen. O livro foi considerado a frente de seu tempo e com o objetivo de moldar o pensamento significativamente sobre o assunto, sendo também a primeira tentativa de teorizar a relação entre corporações e sociedade (CARROLL; SHABANA, 2010 apud CARMO, 2015). De acordo com Carroll e Shabana (2010 apud CARMO, 2015), Bowen também considerava as empresas como importantes centros de poder e com influência sobre o meio, por tal motivo, cabiam aos empresários assumirem posturas éticas concordantes com os valores morais e expectativas da sociedade.

Segundo Domingos (2007), a velocidade com que o capital se acumula provoca o aumento das distâncias sociais que fortalecem as injustiças e propiciam movimentos de monopolização e cartelização. Por esse motivo surge a discussão a cerca da responsabilidade social das empresas e possível maximização de sua função social, que vai além da geração de emprego e pagamento de tributos, propondo que se encarreguem pelo menos por parte da responsabilidade pelo desenvolvimento das parcelas da população.

1. Responsabilidade social na atualidade

Segundo Carroll (1999 apud BORGER, 2001), o conceito de responsabilidade social atualmente segue sendo o mesmo do passado, sendo que a mudança ocorreu nas questões enfrentadas pelas empresas e as práticas de responsabilidade social levando em consideração como a sociedade e as empresas mudaram e com isso, a relação entre ambas.

O atual ambiente empresarial é divido entre o aumento da produção em consequência das novas tecnologias de informação e oportunidades comerciais e empresariais, processos que conduzem as empresas a investir mais em processos de gestão, buscando a competitividade. E simultaneamente, temos um aumento nas desigualdades de nossa sociedade, que sujeitam as organizações a rever o sistema econômico, social e ambiental. (ASHLEY, 2005). Dessa maneira, de acordo com Laville (2002), o papel social das empresas passa a ser essencial como forma de diminuir ou aliviar as desigualdades sociais geradas pelo próprio capitalismo.

Por esse motivo, o tema da responsabilidade social vem ganhando mundialmente atenção nas discussões acadêmicas, governamentais e nas empresas, pois são grandes os impactos causados por algumas organizações. As iniciativas realizadas pelas organizações se destacam por tratar de assuntos importantes de melhoraria e auxílio da população em alguns âmbitos sociais, como atender os interesses econômicos da sociedade, cuidar da sustentabilidade ambiental, entre outros (QUEIROZ, 2014).

Na atualidade, houve o aumento nas discussões sobre a necessidade de uma nova ética empresarial e a difusão da ideia de que a responsabilidade ética na gestão empresarial é um elemento primordial na busca por maior desenvolvimento. Nesse sentido, o empenho ético é um componente intrínseco da cultura organizacional (KON, 2013).