O Que É Especialismo E Do Que Se Trata Esta Crítica?
Por: Fernandaqc • 12/5/2020 • Trabalho acadêmico • 644 Palavras (3 Páginas) • 187 Visualizações
O que é especialismo e do que se trata esta crítica?
As práticas psicanalíticas sempre detiveram a hegemonia do mercado, porém, vemos na psicanálise uma psicologia mais rígida, engessada, elitista e autoritária. No final dos anos 60, o mundo começa a mudar, mudança essa que vem se formando desde a industrialização, soma-se à crescente urbanização, e aos movimentos revolucionários e culminam em novas demandas que as práticas psicanalíticas não comportam. A demanda psi se difunde cada vez mais e pedem novas terapias que começam a ser forjadas, apesar do monopólio da psicanálise.
O especialismo é posto em xeque: esse monopólio do saber psi como a única verdade, a terapia exclusivamente centrada na fala e na falta, a postura autoritária, a rigidez, a onipotência, os valores cobrados, tanto na formação profissional quanto na sessão terapêutica. A problematização vai desde a o consumo social até as tradicionais organizações. Outras concepções sobre vida, sociedade, o homem, família, os diferentes relacionamentos humanos e sexuais ganham muitos adeptos.
Assim como surgem outros modos de vida, busca-se também conceber terapêuticas que fujam à dominação psicanalítica e é exatamente esta a proposta que o psicodrama trás para produzir no Brasil. Ele tem a função pioneira de se colocar como “alternativo” à psicanálise e abre caminho para que outras práticas psicoterapêuticas busquem espaço em meio ao monopólio psicanalítico e sua totalização e hierarquização.
Se as práticas psicodramáticas não se inscrevem diretamente no chamado Movimento do Potencial Humano, elas se inserem no grande movimento de contestação mundial – o movimento contracultural – que engrossou as diversas manifestações contestatórias que explodiram em 1968 em várias partes do mundo, atraindo boa parte da Juventude europeia e latino-americana. No Brasil, seu ápice é o ano de 1968 quando tenta inaugurar um novo tipo de militância política abrangendo os jovens, os músicos, os poetas, artistas e os que optaram por adotar outro modo de ser, fora do capitalismo.
Para uns, um caminho de resistência, para outros, uma utopia, mas a subjetividade hegemônica deu lugar à uma singularidade e os questionamentos das verdades instituídas ganharam mais espaço. Uma onda de novas concepções se espalha e é compartilhada, em seu auge, por quase meio milhão de jovens, como mostrou o icônico Festival de Woodstock, o último ato memorável da contracultura.
Em 1968 não existem alternativas de formação de terapeutas que não seja a psicanálise e é a partir daí, em São Paulo, no auge do movimento contracultural no Brasil que o psicodrama se instalará, gradativamente, de modo mais efetivo no Brasil. A perspectiva do novo, a curiosidade, o desejo de ampliar horizontes, de enriquecimento na formação, atrai muitos terapeutas para o psicodrama, como a “grande alternativa”. O mercado psicoterapêutico começa efetivamente a ser disputado e criam novos dispositivos e saberes, se fortalecendo e produzindo conhecimento.
Enquanto em São Paulo o psicodrama atuou como uma forma de oposição às práticas das Sociedades oficiais de psicanálise, questionamentos sociais e tentativas de implicação com a realidade, no Rio de Janeiro, não é assim, em parte por sua institucionalização através das Sociedades e Federação, em parte
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