O Relacionamento Abusivo
Por: jujupreviatti • 12/4/2021 • Artigo • 942 Palavras (4 Páginas) • 182 Visualizações
Transtorno de Personalidade Narcisista: Características e Impactos
Milena Maria de Sá Pessoa
1 INTRODUÇÃO
O DSM-V define o Transtorno de Personalidade Narcisista como um padrão extenso de grandeza (em delírio ou comportamento), necessidade de veneração e ausência de empatia que se manifesta no começo da vida adulta e aparece em diversas circunstâncias. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). A palavra “narcisismo” provém do mito de narciso e é usada para nomear qualquer individuo que, longe de possuir uma exagerada autoestima, tem um excesso de convencimento, sendo egocêntrica e desdenhosa em relação às outras pessoas. (SILVA, 2019).
Os traços narcisistas podem estar presentes comumente em adolescentes, mas isso não significa necessariamente que o transtorno evoluirá até a fase adulta (APA, 2002). “Os sujeitos com perturbação narcísica de personalidade podem ter dificuldades especiais de adaptação no início das limitações físicas e profissionais inerentes ao processo de envelhecimento...” (APA, 2002, p. 716).
Segundo a American Psychiatric Association (2014) os indivíduos narcisistas acreditam ser melhores que os outros, exclusivas ou singulares e almejam que as pessoas as identifiquem de tal modo, seres narcisistas possuem uma sensação gigantesca do seu próprio valor. Maximizam constantemente suas habilidades e aumentam suas aquisições.
Narcisistas são propensos a cobiçar os outros ou a acreditar que estes os cobiçam. Condutas atrevidas e audaciosas descrevem esses indivíduos; frequentemente são presunçosos, indiferentes ou arrogantes. Podem considerar que são apenas entendidas por especialistas ou de condição elevada. Pessoas com esse transtorno frequentemente necessitam atenção em excesso, porém sua autoestima é quase constantemente instável (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014).
Para Beck, Davis e Freeman (2017, p. 408) o individuo com esse transtorno necessita com toda a confiança que notem em suas conquistas, seus patrimônios, suas características físicas e sua vida social. Todavia, essa exposição de autoconfiança na maioria das vezes é uma barreira deveras fraca contra crenças de desvalorização, indignidade de amor, defeitos e vergonha.
De acordo com Beck, Davis e Freeman (2017, p. 408-409) O narcisista procura admiração compulsoriamente, no entanto, não admira os outros; além do mais, se propõe a concorrer e buscar evidência, tomando a frente de qualquer um que ameace seu espaço. Uma conduta adorável pode ser substituída por atitudes grosseiras, observações tiranas ou uma postura fria, como interferir para tomar a influência da situação ou agir de maneira impertinente e soberba. (...) Quando as pessoas exigem comportamentos sensatos ou tentam confrontar sobre a sua conduta difícil, o narcisista não manifesta preocupação ou fica meticulosamente arrogante.
Indivíduos com TPN podem ser excepcionalmente resistentes em debater emoções por ter medo que alguém tenha conhecimento de suas fraquezas. Contudo, relembrar do que não lhes agradam, o que as deixou com raiva e o que está errado no mundo é um entretenimento corriqueiro, consolidando a sua percepção de domínio e autoridade (BECK; DAVIS & FREEMAN, 2017).
Cerca de 50% a 75% pessoas acometidas pelo TPN são homens e as estimativas de prevalência variam de 2% a 16% em pacientes psiquiátricos e menos de 1% na população mundial (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2002). Embora a maioria dos indivíduos com TPN sejam do sexo masculino, o presente trabalho discorrerá acerca de mulheres narcisistas e os impactos deste transtorno em suas relações.
A convivência com uma genitora narcisista pode ser difícil, Beck, Davis & Freeman (2017) afirmam que pessoas com TPN projetam sua preocupação com a imagem em pessoas significativas, um exemplo disso são os próprios filhos, cônjuges ou subordinados, com a intenção de transparecer uma boa impressão.
Normalmente, as mães narcisistas têm características comuns do Transtorno de Personalidade Narcisista, como a falta de apreço pelo outro, o ato de mentir com frequência para a sustentação de sua realidade alterada, suscetibilidade a críticas, projeção do “eu” no outro, erupção de raiva e fúria quando não conseguem o que quem, etc. (SILVA, 2019).
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