O Sofrimento Psíquico De Mulheres Com Depressão Pós-Parto
Por: Halana Maria • 25/3/2023 • Artigo • 2.361 Palavras (10 Páginas) • 94 Visualizações
SOFRIMENTO PSÍQUICO DE MULHERES COM DEPRESSÃO PÓS-PARTO
PSYCHIC SUFFERING OF WOMEN WITH POST-BIRTH DEPRESSION
Halana Maria Dita Silva Lopes**, Ineizilia Morais de Paula**, Jéssica Tuanny Nunes de Sousa**, Karine Pires Santos**
Selena Mesquita de Oliveira Teixeira*
RESUMO
O objetivo deste artigo é analisar o sofrimento psíquico de mulheres com depressão pós-parto, acerca de possibilitar um maior entendimento da relação mãe e filho, após a depressão pós-parto impacto. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica acerca do assunto proposto, podendo assim ser feita uma análise dos assuntos. Durante a pesquisa percebeu-se que a depressão altera a qualidade da relação mãe e filho. E que também essa depressão está pós-parto e a relação mãe-filho está relacionado a diversos fatores.
Palavras-chaves: Mãe. Filho. Depressão. Pós-parto. Interação.
Abstract
The aim of this article is to analyze the psychological distress of women with postpartum depression, about enabling a better understanding of the mother and child relationship after postpartum depression impact. A bibliographical research about the proposed subject was carried out, so that an analysis of the subjects could be done. During the research it was noticed that depression alters the quality of the mother and child relationship. And that this depression is also postpartum and the mother-child relationship is related to several factors.
Key words: Mother. Son. Depression. Post childbirth. Interaction.
Introdução
Hoje o nascimento de um filho está relacionado a inúmeros fatores e emoções, sensações essas que implicam em momentos felizes, de angústia, estresse e de grandes mudanças, não somente física, quanto psicológica, cognitiva e afetiva. Todavia, muitas mães não se sentem preparada para o momento do nascimento de um filho, quanto a todas as mudanças que irá enfrentar com esse nascimento e recuperação pós-parto, sentido insegurança, com medo e incapaz de adaptar-se a essa nova mudança e realidade.
Contribui para este quadro o fato de que geralmente as expectativas das mulheres para este momento de suas vidas tendem a ser um tanto irreais. (Romito et al., 1999). Isso contribuem para o padrão de que a mãe tem que ser acolhedora, protetora, amorosa, cuidadora e estar vivendo esse momento todas as horas do dia.
O nascimento de uma criança desestrutura e sobrecarrega a rotina de uma mãe, onde ela irá conviver com situações novas, de descobertas, do vínculo mãe e filho, que em muitas vezes gera estresse, medo e insegurança. (Cruz, et al,.2010)
De acordo com Sotto-Mayor e Piccinini (2005): “Tanto a gravidez, como o parto e o pós-parto são marcados por acentuadas mudanças no relacionamento conjugal, nos papéis familiares e sociais e nas rotinas diárias dos membros familiares”. No entanto, percebe-se que esse momento, vivências, são propícios para a depressão, uma vez que a mãe está fragilizada, cansada, insegura e propicia a vivenciar problemas emocionais.
Segundo Schwengber e Piccinini (2003), sabe-se que fatores biológicos, obstétricos, psicológicos e sociais podem contribuir para a precipitação deste quadro que, por vezes, tem uma apresentação atípica, na medida em que a tristeza e a angústia da mãe tendem a ser minimizadas diante dos cuidados intensivos dispensados ao bebê.
A mulher ao passar pela fase de gestação passa por diversas alterações desde fisiológicas/hormonais à psicológicas, e essas mudanças fisiológicas podem provocar alterações emocionais despertando ansiedade e angústia advindas dessa nova realidade e desta consequente mudanças de vida.
A relação mãe e filho é essencial para a saúde mental e o desenvolvimento da personalidade da criança, de acordo com Bowlby (1989), assim o bebê sofre privação quando a mãe é incapaz de proporcionar-lhe os cuidados amorosos necessários.
O objetivo desse artigo é analisar o sofrimento psíquico de mulheres com depressão pós-parto a partir de uma revisão de literatura, possibilitando um maior entendimento mãe e filho, uma vez que nessa situação sua estrutura psíquica está afetada.
Método
Foi realizada uma revisão de literatura sobre o sofrimento psíquico de mulheres com depressão pós-parto. Os artigos foram retirados das plataformas digitais Scielo Brasil e Bancos de Teses, são eles entre os anos 2000 a 2015. Foi utilizada para a base de dados nacional os termos: depressão pós-parto, depressão materna, vínculo afetivo, relação mãe-bebê. Para complementar a compreensão sobre o tema, ainda foram incluídos nessa revisão livros sobre apego e segurança na maternidade.
Relação Mãe e Filho
A relação mãe-bebê dá se início ainda na gestação, onde se inicia toda a expectativa e idealização do bebê e das possíveis mudanças que a vida dessa mãe venha a ter. As expectativas se constituem sobre o bebê imaginário que cada mãe constrói, e envolvem, principalmente, o sexo do bebê, o nome, a maneira como ele se movimenta no útero, e as características psicológicas que são a ele atribuídas (Maldonado, et. al, 2004).
É na presença da mãe que o bebê vai iniciar o processo de desenvolvimento pessoal. Essa relação mãe e bebê após o nascimento têm um papel fundamental no cuidado com seus bebês prematuros; mesmo que estes estejam sendo cuidados por outros, há algo nesse vínculo que somente as mães são capazes de fazer de forma única pelo seu bebê.
Winnicott (2005) afirma que o bebê pode assumir vários significados na fantasia inconsciente da mãe e que a atenção dedicada pela mãe ao bebê é um aspecto predominante, denominado pelo autor como “preocupação materna primária”, (p.21) que se dá por apresentar uma vontade e uma capacidade da mãe em desviar o interesse do seu próprio self para o bebê. Essa situação dá à mãe uma capacidade natural de fazer o que é necessário para o bebê naquele momento e apenas ela pode saber como ele pode estar se sentindo. No entanto isso pode ser afetado por distúrbios maternos, que impedem este vínculo.
Sabemos que a relação mãe e filho é de grande importância, uma vez que o bebê necessita de um contato efetivo e contínuo e que esse contato está ligado mais a presença da mãe e por ser a pessoa mais próxima, na qual o filho sente seguro e acolhido e que também irá contribuir para o seu desenvolvimento.
Winnicott (1956/1982) apontou que no início do desenvolvimento, o ambiente que circunda a criança, representado principalmente pela mãe, pode se configurar de maneira a suprir as necessidades da criança, quando ´´e denominado suficientemente bom, proporcionando ao bebê alcançar as satisfações de suas necessidades físicas e emocionais.
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