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O luto e suas fases

Por:   •  26/4/2015  •  Monografia  •  2.017 Palavras (9 Páginas)  •  314 Visualizações

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1. AS FORMAS DE LUTO

Quando um doente idoso falece a família, amigos e pessoas próximas sofrem, mas se confortam mais rápido, essa morte apesar de dolorosa, vem acompanhada de sentimentos de missão cumprida, que aquela pessoa, estava sofrendo e precisava descansar, assim como as pessoas que durando o período de enfermidade esteve cuidado, as pessoas até relatam “ele já sofreu de mais, estava cansado, já lutou a vida toda, e agora chegou o tempo”. Apesar dessa aceitação os enlutados sentem muitas saudades e a ausência da pessoa que foi perdida.

No caso de pessoas que estão enfermas, sempre temos a esperança de cura ou melhora, ao mesmo tempo, ver a pessoa que amamos sofrer acaba sendo uma dor pior, nesse sentido, os enlutados em alguns casos, até se confortam com a morte. Então percebemos que as pessoas que perderem um ente com doença degenerativa, ou morte natural por velhice,  possuem um tempo maior para se prepararem e até se conformam mais rapidamente, apesar de sofrer com a ausência.

Mas isso não ocorre quando perdemos pessoas mais jovens, crianças ou perdas repentinas causadas em acidentes, desastres naturais, etc. Os enlutados dessas pessoas têm sentimentos confusos, pelos sofrimentos causados por uma perda repentina. Sentimentos demonstrados em frases: ele era tão novo, tinha tanta coisa para viver. Como isso pode acontecer em nossa família? A perda de alguém é muito difícil e com o tempo torna-se aceitável.         Mas sempre fica os questionamentos de como teria sido suas vidas, se essas pessoas não morressem. Outras famílias acabam tendo um impulso ainda maior, onde buscam lutar e ajudar pessoas com a mesma doença, ou ajuda no auxilio de acidentes para não ver outros sofrerem, e em muitas vezes essas pessoas tem sentimento de realização e justiça devido ao tempo e dedicação em sua nova missão. Vivem experiências em relação ao luto, que nem pensam no seu próprio.

Mas quando nos deparamos com mortes súbitas, ou acidentes principalmente em jovens, essa dor e impacto de perder a pessoa de uma forma tão brusca e repentina não tendo quem amamos próximo, causa maiores dificuldades, para formular e vivenciar o luto.

Nesses casos a pessoa enlutada sofre danos maiores pois não tiveram tempo nem para se prepararem e nem elaborar seus sentimentos, choram, pois a dor da perda e a saudade, acabem trazendo sentimento a tona, como raiva, sentimentos de culpa, incompreensão e tentativas de compreender a causa inesperada. Sem contar a vontade de ser um pesadelo o que estão vivendo, ou a ansiedade em esperar que a pessoa volte, muitas vezes procuram a pessoa que se foi, ou comenta sobre a mesma como se estivesse ainda viva e com a lembrança da realidade sente maior pesar.

        

Há casos idênticos, que percebemos ter variantes releváveis. Como a perca de pais, para com seus filhos, perca de filhos para com seus pais, em especial as mães, que demonstram sentir uma dor ainda maior, ao perderem seus filhos, ou de conjugue que perdendo seu parceiro, ficam perdidos em si mesmo, sem saber o que fazer, já que durante toda sua vida se dedicou ao outro.

Ao se retratar a perca de pessoas amadas a dor sempre é intensa, não temos como classificar suas dimensões, pois trabalhamos com a subjetividade de cada um, que tem sentimentos, culturas, religiões e forma de encarar o processo natural da vida, diferentes umas das outras. A essas dores que somos todos sujeitos a qualquer momento e apesar das técnicas e teorias, nunca estamos preparados, não a um remédio exato para curar, a não ser o tempo e forma como iremos aceitar a perda, e em alguns momentos da vida, precisamos de ajuda externa.

Geralmente olhamos o luto como perda de entes queridos, mas também ocorre, com perda de emprego, traição, diagnóstico de doenças, ideal e etc.

 (...) perdas são comuns em nossas vidas. (...) Mas o termo luto não é usado para a reação à perda de um guarda-chuva velho. Ele geralmente é reservado para a perda de uma pessoa, em especial, de uma pessoa amada (PARKES, 1998, p.24).

 No caso de perda de pessoas, há um conflito tão grande, que as pessoas chegam a ter perda de identidade. Freud (2006) o define como a perda de um elo entre uma pessoa e seu objeto. Diante da perda de uma pessoa significativa, de acordo com a teoria psicanalítica, o luto pode percorrer dois destinos diferentes, fato que depende de fatores pessoais, sociais e iniciativas de enfrentamento. Freud ([1914-1916] apud Ganzert 2011) caracteriza esses destinos esclarecendo a forma como algumas pessoas reagem ao luto.

2. A PSICOLOGIA DIANTE DAS FASES DO LUTO.

O luto é enfrentado por algumas pessoas com desamino, tristeza, solidão. Ele não traz só dor física, mas causa desconforto e até altera funções de nosso organismo. Podemos dizer que o luto desperta a melancolia e com ela a perturbação da autoestima. Causando reações na maioria das vezes desconhecidas.

Mesmo com familiares tentando auxiliar com a presença e um cuidado maior neste momento tão doloroso, nada pode suprir o vazio passado pelo enlutado, como já diz o poeta Carlos Drummond de Andrade:

Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.”

A palavra luto já causa grande impacto nos sentimentos do ser humano, após passar pela por uma perda o ser humano não é mais o mesmo, e essa transformação é ampla e profunda. Após uma experiência tão dolorida, é necessária a ajuda de um suporte psicossocial. Pois o enlutado na maioria das vezes não consegue distinguir o pensar do saber, não é apenas vivenciado pelos familiares ou amigos bem próximos, o luto tem suas manifestações mesmo por aqueles não são familiares e nem tão próximos, e muitas vezes ele necessita de ajuda para se reorganizar e se integrar novamente.

A pioneira nos estudos a pacientes que passaram pela perda foi a psiquiatra Elisabeth Kubler Ross, escritora do livro “sobre a morte e morrer”ela deixou uma ampla pesquisa sobre o assunto e descreve as cinco fases do luto, e os comportamentos e pensamentos que ocorrem. Eles podem ser antecipatórios e pós-morte nas pessoas que o vivenciaram, e em todos apresentam todas as fases, na maioria das vezes apresentam só duas fases.

2.1 Negação e isolamento

Elas servem como mecanismo de defesa a fase onde a pessoa não consegue acreditar no que ocorreu, ela se nega aceitar a situação. A pessoa costuma se isolar com medo da verdade que a rodeia. Essa negação funciona como para-choque depois de notícias inesperadas segundo Kubler Ross.

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