O que é o Existencialismo, João da Penha
Por: gusnows • 4/10/2018 • Resenha • 2.138 Palavras (9 Páginas) • 895 Visualizações
- Resumo de livro – O que é o Existencialismo, João da Penha
A ORIGEM DO TERMO
O existencialismo se iniciou na Europa logo após o fim da Segunda Guerra mundial, num senário de conflitos e crise. O movimento tomou força rapidamente e foi facilmente disseminado pela maneira que surgiu e também não ser apenas uma doutrina filosófica, mas também um estilo de vida, que era uma oposição as normas da época, principalmente no que tange a moral e os costumes. Por compor-se de muitas ideias mal vistas pela sociedade em geral, o existencialismo foi muito criticado e taxado como inapropriado ou ridículo.
O existencialismo tem características distintas de acordo com o autor estudado. Cada um deles expressa de forma única e particular as suas ideias sobre o ser e a existência.
ANTECEDENTES FILOSÓFICOS
Kierkegaard
Começando por Kierkegaard, que teve a vida repleta de desventuras, podemos notar que sua escrita carregava muito o isolamento e o pecado, temas abordados frequentemente pelo filósofo. Para ele, a existência humana não pode ser explicada por conceitos ou esquemas abstratos, pois esses são incapazes da dar conta da realidade humana (concreta) e as soluções para questões reais não podem ser projetadas daquilo que é abstrato (o pensamento filosófico). Kierkegaard defende que a subjetividade é a realidade, e que o que tomamos como universal é meramente uma abstração do singular, logo tudo deve ligar-se à existência e nunca ao abstrato. Para ele a existência do homem é dividida em três estágios: o estético, o ético e o religioso. No primeiro estágio o homem busca sentido para a sua existência e vive os próprios impulsos e prazeres. Ao perceber o vazio profundo que a vida regada apenas de prazeres, o homem inicia o segundo estágio, o ético. Nesse estágio o homem começa a se preocupar com as exigências do mundo, normas e convenções. Mas, diz o autor, o homem só alcança a sua plenitude no estágio religioso, quando passa a ter a fé como guia e parâmetro, e não mais a ética e o racional.
Husserl
Outro importante filósofo citado é Husserl. O foco da sua atenção é tornar a filosofia uma ciência, questionando os métodos de observação e o ponto de vista de cada um. Para ele a intencionalidade é a característica principal da consciência, é ela que da significado as coisas. Husserl defende que a consciência não é passiva no processo de observação, muito pelo contrário, ela é ativa e da diferentes significados aos fenômenos. O que ele quer dizer com isso é que não se pode separar o fenômeno da consciência.
AS CORRENTES EXISTENCIALISTAS
Heidegger
Heidegger é tido como precursor do existencialismo, partindo de que o foco das questões filosóficas deve ser o próprio ser, mas não defini-lo, e sim descobrir o seu significado. A discussão sobre o ser e ente é o alvo primordial para o entendimento da filosofia de Heidegger. Frequentemente usado por ele, o termo Dasein se refere a um ente específico, o ser aí, devidamente localizado no tempo e espaço, que é diferente do ser em geral, que engloba tudo. Para Heidegger somente o homem existe e tem consciência disso, o que o torna diferente de todos os outros seres, pois só ele tem intencionalidade e consegue atribuir significado ao fato de existir, pois só para ele existe sentindo em algo como existir. Ele introduz também o conceito de inautenticidade, que é diferente do conceito de Sartre. Para Heidegger o homem se torna inautêntico quando passa a viver de acordo com o que dele é esperado, obedecendo a padrões e costumes sem indagar ou sem entender o significado real, ou quando o homem se confunde no meio da multidão, sendo gerido por pessoas que ele não conhece e que também não o conhecem.
A morte é o tema central da obra de Heidegger. Ele a descreve como o fim do projeto do ser, a aniquilação da existência. Todo homem vive sabendo que um dia morrerá, e constantemente tentamos fugir dessa angústia. Para ele a experiência mais pessoal e intransferível é a morte, pois jamais poderemos vivenciar a morte de outro ser se não a nossa própria morte. É através da superação da angústia da morte que o homem vive de forma autêntica, pois só quando se da conta de que a morte é inevitável e consegue superar a angústia da espera inerente da morte é que o homem passa a viver sem se preocupar com ela.
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