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O (velho e bom) caderno de campo

Por:   •  10/8/2021  •  Resenha  •  506 Palavras (3 Páginas)  •  89 Visualizações

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O (velho e bom) caderno de campo

        O curto texto começa nos apresentando o livro de Darcy Ribeiro, um caderno de campo extenso onde ele traz as experiências vividas com os indígenas. Então, o autor contextualiza o caderno de campo como uma coisa oldschool, antiga, já pouco usada em um mundo cheio de tecnologias e máquinas, mas que é, extremamente essencial para qualquer pesquisador, permitindo que ele revise seus próprios pensamentos, teses, observações a qualquer momento durante a pesquisa e depois dela.

        Logo após, o autor nos traz o diário póstumo de Malinowski, que foi um trabalho mais íntimo sobre seus sentimentos, desânimos, impressões e expressões dos nativos que observou, por isso, houve muita controvérsia na época em que foi lançado por existir dúvidas da usabilidade daquele material de forma científica, levando a conclusão que em questões de método realmente faltou mas é uma excelente obra para revelar o lado humano, íntimo e vulnerável do autor.

        Já o diário de campo de Darcy Ribeiro é mais diário de campo que diário íntimo, onde buscou detalhar as experiências e vivências que teve de forma mais metódica, lembrando um diário de viagens. Assim, temos dois métodos, que parecem bastante idênticos, e são, na medida do possível, mas também são diferentes nas nuances particulares dos autores, onde em um há um aspecto mais íntimo e detalhista do ponto de vista e sentimental do autor e o outro traz as informações de forma mais objetiva e detalhada de maneira técnica.

        O mais interessante, é que nos dois modelos ou em outros, o diário de campo é mais completo do que qualquer outra forma de coleta de dados, porque permite captar o exato sentimento, o exato momento, do pesquisador e do que é pesquisado, e transmite essa sensação de ler ou reler as mesmas sensações e experiências vividas pelo autor naquele exato momento da descrição. Também permite que o pesquisador esteja no meio de experiências, uma experiência de perto e uma experiência de longe, ou seja, quando o pesquisador sai do ambiente e vai transcrever ou trabalhar seu diário de campo, ele consegue estar lá no ambiente e estar aqui no seu referencial teórico, buscando a melhor conversa entre os dois para que possa produzir bons resultados.

        Por fim, o autor traz também como o caderno de campo é uma “coisa de iniciante”, é algo descartável, um estado de aprendiz onde tudo se anota, não se pode perder nada e é justamente por isso, que o caderno de campo tem sua vantagem, quando tudo se anota, várias possibilidades aparecem, estas que num diário de campo de um pesquisador mais experiente pode não aparecer. Enfim, destaca-se o encontro etnográfico somo sendo esse encontro entre quem escreveu, pesquisou, transcreveu experiências e vivências com um olhar teórico e quem lê, compreende e interpreta esse texto.

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