Organizacional

RELATÓRIO FINAL: PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO.

         Cristophe Dejours diz em seu livro A loucura do trabalho, que se a psicopatologia do trabalho não foi mais estudada, é porque as condições para seu crescimento ainda não estavam reunidas, ao contrario do que acontece agora.

        No período de estágio na organização pode-se conviver um pouco em cada departamento colhendo informações sobre a dinâmica do trabalho.

        Sendo o clima organizacional um conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento existente em uma empresa o objetivo desse trabalho é poder entender a psicopatologia no trabalho taylorizado em que a organização é tão rígida que domina a vida do trabalhador dentro e fora da organização.

        Por ser um sistema que visa somente a produtividade acaba por fim esquecendo fatores importantes que cerca o individuo influenciando sua capacidade inconscientemente.

        Observar-se nestas poucas visitas que a empresa trabalha no sistema autocrático, em que somente os dirigentes têm voz, e os subalternos não podendo participar com seu conhecimento, trabalhando segundo a Janela de Johari, ser no Eu Fechado.

        O Eu Fechado consiste na maneira com que eu lido com o outro e o outro não percebe, ou seja, área Secreta, zona de conhecimento pertencente ao ego e que não partilha com os outros. Essa área oculta não revelada e desconhecida do grupo, pois ocultamos para evitar feedback que não gostaríamos de receber, ou julgamentos que possamos receber ao revelarmos sentimentos, reações, pensamentos.

        A empresa dessa forma acredita estar ganhando tempo e dinheiro por não ter esse tempo “dispendioso” com o que percebem como contra tempo.         Nos tempos atuais essas visões do trabalho estão sendo questionadas e sofrendo mudanças junto com a Psicologia Organizacional e do Trabalho como podemos observar.

        Essa perda de tempo denunciada como “tempo é dinheiro” também tem seu valor por se tratar de operações de regulagem do binômio homem-trabalho assegurando assim a proteção da vida mental do trabalhador e com isso a produção visada no trabalho.

        Como no trabalho taylorizado os trabalhadores são divididos por funções, mesmo partilhando coletivamente o mesmo ambiente não há interação.

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        Esse fato se dá pela própria natureza da organização em que o trabalhador é cobrado individualmente sofrendo as pressões da produtividade.

         Essas pressões são camufladas, colocadas como os prêmios, (comissões de vendas) aceleração do ritmo, aumento da carga horária, banco de horas entre outros.

        O estilo de comando da organização com suas exigências, as monotonias das tarefas e o anonimato das relações do trabalho geram desgastes físicos e mentais no trabalhador consequentemente  um mal estar coletivos na empresa em geral afetando todos os setores internos e externos.

        A pesquisa coletada através do questionário aponta que apenas 37% da população total da empresa de alguma forma sentiu disposição em poder estar respondendo mesmo após ter sido explicado que as informações seriam confidenciais não sendo necessário ter identificação.

        Dessa amostra temos:

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        A maioria é do sexo feminino, sendo que mais da metade diz sentir pouco ou nenhum orgulho de trabalhar na empresa, apesar de gostar de sua atividade nela.

        Pouco mais da metade indicaria a um conhecido a empresa, e a metade diz preocupar-se com a empresa, apesar de um pouco menos da outra metade dizer que pouco se importava.

        Metade sente-se que não são valorizados dentro da empresa, e que o ambiente com os colegas favorece a execução dos trabalhos.

        No âmbito familiar poucos se sentem valorizados, e com salário que não e justo em sua maioria.

        No nível social a minoria é insatisfeita, sendo que o restante é divido com satisfeito e mais ou menos satisfeito.

        Já no nível intelectual a mesma quantidade diz sim, e mais ou menos ficando com pouco menos da metade insatisfeita.

        A politica e economia nacional a insatisfação e gritante, sendo que nenhum está satisfeito e ficando com oitenta por cento de insatisfação completa.

        Questões como mais da metade tem pouco ou nenhum orgulho de estar nesta empresa, é preocupante, pois pode demostrar um nível de insatisfação pessoal que sofre por estar em tal situação.

        Sentem-se desvalorizado e levam também essa desvalorização para dentro de seus lares como uma extensão da patologia do trabalho que é o estresse a ansiedade.

          Com salários injustos mais da metade sentem que podem ser mais produtivos, mas não tem oportunidade, não tem voz, apenas são máquinas de produção.

        Apesar dos pontos negativos também existem pontos positivos que podem ser trabalhados a favor da organização. Mais da metade gostam da atividade que praticam na empresa, demonstram saber a necessidade de aperfeiçoamento.

        Também aparentam estar dispostos a receber e ajudar sempre que necessário às dificuldades que surge no trabalho.

        Nesse sentido podemos começar a pensar em uma intervenção que tenha como objetivo as relações entre os colaboradores para a produção das tarefas.

        A falta de comunicação se faz sobressair neste contexto inicial principalmente com os subordinados e mesmo entre os próprios subordinados.

                As conversas nas organizações de negócios geralmente apresentam                 dois objetivos básicos: confirmar a existência e conteúdo do conhecimento ou criar novos conhecimentos [...]Krogh, Ichijo e                 Nonaka (2001, p.159).

        Temas como motivação, trabalho em equipe, gestão de pessoas, talentos, clima organizacional entre outros serão fundamental para que comecem um processo de renovação e reciclagem visando um futuro promissor na batalha da competição e da saúde mental da empresa.