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Os Temas em Psicologia Social

Por:   •  23/12/2020  •  Projeto de pesquisa  •  3.415 Palavras (14 Páginas)  •  259 Visualizações

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             temas em Psicologia social

Aula 2

- Qual a diferença segundo Chauí entre ideologia e ideário?

A ideologia é um sistema de perspectiva histórica, e o ideário é um conjunto sistemático sem a perspectiva histórica. O ideário (na perspectiva marxista) seria um conjunto de ideias produzido de maneira alienada, distante de todo percurso histórico.

- Quais são os dois contextos históricos e as teorias que Chauí usa para exemplificar o que é ideologia?

Os dois contextos históricos são a Grécia Antiga, quando vai estudar a relação do senhor e do escravo; e a Idade Média, a relação do senhor feudal com o servo. E ela vai mostrar a teoria da causalidade de Aristóteles, como que a hierarquia do trabalho (que era desvalorizada) coloca aquele que trabalha num plano inferior e aquele que é a finalidade do trabalho no plano superior, e essas duas relações são relações naturalizadas.  Por fim, fala sobre a organização e a produção econômica das sociedades capitalistas, onde o trabalho deixa de ser atividade servil ou escrava para a liberdade da venda da própria força de trabalho.

Aula 3

- O que é Ideologia?

Dentro da concepção marxista, está ligada com uma concepção de história, que é feita pelos fatos, pela própria vivência humana. O homem como produto e produtor da sua história. A ideologia é construída por esse pensamento, de como a história não é feita de uma maneira sucessiva e linear, mas é feita pela contradição/negação/tese/antítese e síntese.

- Qual a história do termo ideologia?

*Ideólogos franceses pós revolução de 1789;

*Émile Durkheim;

*August Comte;

*Marx.

- Quais são os pontos relevantes da discussão sobre o artigo “O compromisso social da psicologia”?

1. Contexto da psicologia social no Brasil até a década de 1970 = tentativa de concretizar a tese da teoria e a prática no ensino (confrontar os alunos com textos clássicos sobre os conceitos de atitudes, motivação e percepção social, dissonância cognitiva, socialização, dinâmica de grupo e etc..). A proposta era de chegar a uma revisão crítica dos conceitos.

2. Crítica de Silvia Lane = Sílvia Lane entendia que era preciso superar a ideia e o hábito de fazer da realidade um exemplo dos conceitos teóricos. Ter a realidade material como parâmetro era quase uma obsessão para Sílvia Lane, que considerava necessário tomá-la como referência para a produção da ciência. A realidade deveria ser critério para análise da importância e fidedignidade de dados que as pesquisas produziam e não o contrário. Essa preocupação traduziu-se em postura metodológica, pois o objetivo era produzir conhecimento que possibilitasse uma compreensão da realidade que implicasse, necessariamente, sua transformação. Sua preocupação básica em construir uma psicologia social voltada para a realidade brasileira e latino-americana, com vistas a contribuir para a superação das desigualdades e das situações de opressão, demandava uma construção teórica que permitisse compreender o homem como participante do processo social: compreender como o indivíduo está implicado com a sua sociedade, como se coloca nela, o que permite ou impede que ele compreenda as determinações sociais e como pode agir sobre elas. (Criticou também a psicologia social que era predominante, a americana).

3. Experiência de Osasco = Esta experiência, que ocorreu principalmente na cidade de Osasco, com certa concentração industrial e com vários bairros operários, leva tanto os alunos nela envolvidos quanto seus professores a uma intensa reflexão sobre os limites da teoria e da prática psicológicas. É esta experiência que lançou as bases daquilo que Sílvia Lane e Bader Sawaia (1995) iriam, mais adiante, chamar de Psicologia Social Comunitária. Os trabalhos de Osasco permitiram um profundo questionamento tanto da metodologia quanto da teoria da psicologia social. Recuperou-se a experiência já consagrada de Paulo Freire com sua obra " Pedagogia do oprimido", leu-se Alberto Merani, debateu-se a necessidade e preponderância do método qualitativo de pesquisa, falou-se em pesquisa-ação ou pesquisa participante. Questionou-se profundamente o parâmetro teórico da psicologia social. De uma hora para outra, apenas a discussão crítica da Psicologia Social americana não era mais suficiente. Tratou-se de superar radicalmente uma psicologia por demais comprometida ideologicamente e que não cabia em nossa realidade.

4. Em que sentido pode-se dizer que toda psicologia é social = Silvia Lane traz que, toda a psicologia é social, desde que assuma a natureza histórica social do ser humano. A psicologia se torna social, a partir do momento que percebe o ser humano, como parte da história e participante ativo da mesma.

Aula 4

- O que tratou Guareschi sobre ideologia?

Diante da polissemia do conceito, constrói um quadrante dividindo as partes horizontais em dimensões positivas e negativas e as verticais em dimensões dinâmica concreta e dinâmica prática.

                                      [pic 1]

Dimensão positiva: ideologia é entendida como sendo uma cosmovisão, isto é, um conjunto de valores, ideias, ideais, filosofias de uma pessoa ou grupo. Nesse sentido, todas as pessoas, ou grupos sociais, possuem sua ideologia, pois é impossível alguém não ter ideias, ideais ou valores próprios.

Dimensão negativa: ideologia seria constituída pelas ideias distorcidas, enganadoras, mistificadoras; seriam as meias-mentiras, algo que ajuda a obscurecer a realidade e a enganar as pessoas. Ela se apresenta como algo abstrato ou impraticável; com algo ilusório ou errôneo, expressando interesses dominantes e como que sustentando relações de dominação.

Dimensão dinâmica concreta: Ideologias como sendo algo materializado, onde a ideologia está corporificada na própria ideia, na forma simbólica, ou mesmo concretizada numa instituição, como a escola ou a família; exemplificada pela concepção marxista como sendo “as ideias da classe dominante”. As ideias da classe dominante pelo simples fato de serem da classe dominante, já seriam ideologia. Aparelhos ideológicos de Estado (Althusser): família, escola, igrejas, os meios de comunicação social, as entidades assistenciais.

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