POR QUE A PSICOLOGIA EXPERIMENTAL FOI NA ALEMANHA E NÃO PARA VER-LA?
Tese: POR QUE A PSICOLOGIA EXPERIMENTAL FOI NA ALEMANHA E NÃO PARA VER-LA?. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ka81 • 3/10/2014 • Tese • 472 Palavras (2 Páginas) • 3.795 Visualizações
1. POR QUE A PSICOLOGIA EXPERIMENTAL SURGIU NA ALEMANHA E NÃO EM OUTRO LUGAR?
Podemos dizer que o pensamento científico progredia na maioria dos países da Europa Ocidental no século XIX, especialmente na Inglaterra, na França e na Alemanha. Nenhum país monopolizava o entusiasmo, a determinação ou o otimismo com que os instrumentos da ciência eram encarados e usados. Por que, então, a psicologia experimental começou na Alemanha, e não na Inglaterra ou na França? Havia alguma característica peculiar que fazia da ciência alemã um terreno mais propício à fecundação da nova psicologia.
Embora as generalizações sejam suspeitas e se encontrem frequentes exceções à regra, é possível sugerir que a época favoreceu a Alemanha como lugar de origem da nova psicologia. Durante um século, a história intelectual alemã preparara o caminho para uma ciência psicológica experimental. Ali, a fisiologia experimental estava firmemente estabelecida e era reconhecida num grau ainda não alcançado na França e na Inglaterra. O chamado temperamento alemão ajustava-se bem à descrição e classificação taxonômicas, cuidadosas e minuciosas, e necessárias ao trabalho em biologia, zoologia e fisiologia. A abordagem dedutiva e matemática da ciência era privilegiada na França e na Inglaterra, enquanto a Alemanha, com a sua ênfase na coleta conscienciosa e detalhada de fatos observáveis, tinha adotado uma abordagem classificatória ou indutiva.
Como a ciência biológica e fisiológica não se presta a grandes generalizações a partir das quais os fatos possam ser deduzidos, a biologia só foi aceita muito lentamente nas comunidades científicas da Inglaterra e da França. A Alemanha, no entanto, que se interessava pela descrição e pela categorização e acreditava nesses métodos, acolheu a biologia na sua família de ciências.
Além disso, a ciência tinha para os alemães uma acepção bem ampla. Na França e na Inglaterra, a ciência era algo limitado à física e à química, que podiam ser abordadas quantitativamente. Na Alemanha, em contrapartida, a ciência incluía áreas como fonética, linguística, história, arqueologia, estética, lógica e crítica literária. Os estudiosos franceses e ingleses eram cétjcos quanto à aplicação da ciência a algo tão complexo como a mente humana. Isso não ocorria com os alemães, que partiram bem à frente, sem a restrição dos preconceitos, usando o instrumental da ciência para examinar e medir as facetas da vida mental.
A Alemanha também oferecia maiores oportunidades de aprendizagem e prática das novas técnicas científicas — e, nisso, vemos a influência do fator contextual das condições econômicas vigentes. Por causa de sua situação política, a Alemanha tinha um grande número de universidades. Antes de 1870, ano em que a Alemanha se tornou uma nação unificada com um governo central, o país consistia em uma frouxa confederação de reis, ducados e cidades- Estado autônomos. Cada um desses distritos ou províncias tinha estabelecido sua própria bem- financiada universidade. Cada uma delas tinha um corpo docente extremamente bem pago e os mais avançados equipamentos científicos de laboratório.
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