PRIMEIRA INFÂNCIA (0 A 3 ANOS) DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

A PRIMEIRA INFÂNCIA (0 A 3 ANOS)

DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

É importante conhecermos como ocorreu o processo de fecundação e o crescimento da criança no útero, porque tal processo pode ser indicativo de: problemas de comportamento, deformidades físicas, distúrbios de personalidade.

O período pré-natal é o momento da fertilização até o nascimento. Dura 38 semanas e consiste em três fases: Período germinativo/zigótico

                    Período embrionário

                    Período fetal

• Período germinativo/zigótico: fecundação até a segunda semana. Fertilização nas trompas uterinas, após fecundação, o zigoto cresce pela divisão celular (2-4-6-8...). Nesse estágio, pode ocorrer a separação do zigoto em 2 blocos, originando gêmeos idênticos.

O zigoto desce da trompa para o útero (em 1 semana) e se implanta na camada uterina, estabelecendo conexões com os vasos sanguíneos da mãe. Zigoto → blastocisto, as células internas dão origem ao embrião e as externas nutrem e o protegem.

• Período embrionário: entre a terceira e oitava semana. Implantação está completa e o zigoto vira embrião. Formação das estruturas de sustentação e principais sistemas de órgãos definidos de forma rudimentar.

Forma a placenta, que permite a passagem de substâncias nutritivas, órgão de excreção e produz oxigenação fetal, secreção interna de hormônios. Cordão umbilical liga o embrião e placenta, saco amniótico protege o embrião. Período de alta vulnerabilidade.

• Período fetal: oitava semana. Os órgãos se desenvolvem em termos anatômicos e funcionais. Surgem as primeiras células ósseas e crescimento rápido, é possível sentir os movimentos do feto.

[pic 1] Fatores de risco: nutrição, idade, estresse e atividade física da mãe.

A mãe é a fonte de nutrição da criança, quando ela não tem a nutrição adequada, é provável que o bebê nasça prematuro e abaixo do peso. Durante os últimos meses pode afetar o sistema nervoso.

Mães mais velhas incluíam o risco de pressão arterial alta, sangramento, maior risco de aborto, prematuridade, crescimento fetal retardado, natimortos e anomalias cromossômicas. Riscos diminuem com boa saúde e pré-natal adequado. Já as mais novas (adolescentes), há risco de prematuridade e pouco peso, mas há controvérsias.

O estresse também está relacionado a complicações e a atividade física só é recomendada desde que moderada e regulares, mas também depende da condição física da mãe antes da gravidez.

Fatores teratogênicos: são agentes ambientais que podem causar desvios do desenvolvimento podendo gerar anomalias, defeitos congênitos ou morte.

• Doenças: algumas doenças contraídas pela mãe durante o período gestacional podem afetar a placenta, atravessar os filtros placentários e outras que atingem o bebê durante a passagem pelo canal vaginal. Ex.: rubéola, AIDS, CMV, herpes e sífilis.
• Álcool e drogas: os riscos estão associados ao período crítico/sensível do desenvolvimento, depende de quantidade, frequência e interação com outros fatores. Ex.: Síndrome Fetal Alcóolica, dificuldade de aprendizagem ou do comportamento, baixo peso, danos cognitivos, crescimento retardado, risco de aborto.
• Riscos ambientais: exposição à substâncias tóxicas como chumbo, mercúrio, radiação, poluição. Ex.: mutações genéticas.

Esses fatores não agem isoladamente, e sim, em um contexto, que pode contar com outros fatores de risco interagindo. Suscetibilidade também deve ser levada em consideração, ou seja, o momento do desenvolvimento em que se encontra, maneira específica de atuação deste agente, vulnerabilidade genética, outros fatores de risco da mãe, entre outros.

Influências maternas e paternas: o pai pode transmitir defeitos ambientalmente produzidos, como exposição a chumbo, maconha, álcool, radiação e produzir espermatozoides anormais, a idade avançada também é relevante. A gestação também traz mudanças biopsicossociais, transformação do corpo, mudança de identidade, papéis e status social. Envolve sentimentos, emoções, fantasias, ansiedade e ambivalência.

[pic 2] Período crítico ou sensível é o intervalo de tempo em que um determinado evento, ou a sua ausência, causa um impacto específico sobre o desenvolvimento da criança.

DESENVOLVIMENTO MOTOR E PERCEPTUAL NOS TRÊS PRIMEIROS ANOS

Período neonatal: é um tempo de transição entre a vida intrauterina e a extrauterina. No nascimento, os sistemas circulatório, respiratório, digestivo, de eliminação e regulação da temperatura tornam-se indepentes da mãe.

O desenvolvimento é composto por uma série de fatores inter-relacionados com os demais aspectos desenvolvimentais: físicos, cognitivos e psicossociais. A percepção está relacionada ao desenvolvimento motor. A percepção de profundidade e a percepção tátil desenvolvem-se na primeira metade do primeiro ano.

As habilidades de percepção se desenvolvem rapidamente nos dois primeiros anos de vida, permitindo a criança a explorar o ambiente.

O tato é o primeiro sentido a se desenvolver, nos primeiros meses, é o sistema sensorial mais maduro.

Os sentidos de olfato e de paladar começam a se desenvolver no útero, assim como a audição, que também é funcional antes do nascimento e se desenvolve rapidamente após.

A visão é o sentido menos desenvolvido quando o bebê nasce, provavelmente porque há pouca coisa para se ver no útero.

As habilidades motoras são desenvolvidas em sequência, geralmente considerada como geneticamente programada, evoluindo das mais simples para as mais complexas, princípio céfalo-caudal (crescimento de cima para baixo) e próximo-distal (de dentro para fora, centro para extremidades). É um processo contínuo, dinâmico e multifatorial de interação bebê-ambiente. Determina a forma da criança conhecer e se relacionar com o mundo e acontecem devido à maturação e coordenação ativa de múltiplos sistemas de ação dentro de um ambiente em transformação.