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PSICANALISE CONTEXTO HISTÓRICO

Por:   •  29/8/2019  •  Resenha  •  2.645 Palavras (11 Páginas)  •  376 Visualizações

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PSICANALISE

CONTEXTO HISTÓRICO

Considerar as decorrências de um momento histórico, a emergência de uma revolução, o advento de uma ciência ou um ideal, com o fito de apresentar uma análise histórico-epistemológica, discutindo fundamentos e apresentando possíveis vias de interpretação da questão em evidência, requer muito mais do que elaborar uma acintosa descrição cronológica de fatos. É necessário que haja uma contextualização dos acontecimentos e postulações tomados para discussão.

É exatamente o contexto histórico que valoriza os objetos a serem analisados e estudados.

O grande período que antecede o século XIX foi marcado por importantíssimas modificações na constituição social e política mundial, fundamentalmente na Europa.

A Europa no fim do século XIX – o surgimento da Psicanálise

 passagem da Renascença,marcando o início da Idade Moderna e fim da Idade Média;

 Iluminismo do século XVII e Reformas Religiosas;

 desenvolvimento da consciência individual e coletiva levando às lutas e enfrentamentos;

 Revolução Francesa e Revolução Industrial, culminando no Capitalismo.

Diversas batalhas e lutas na Europa: ora trava-se lutas entre regiões de domínios diferentes para que um determinado império garantisse/aumentasse sua hegemonia, ora de enfrentamento de classes lutando pelo poder e domínio de forças ou mesmo lutando por condições humanas de sobrevivência.

Destaca-se a Revolução Francesa (1848) teve como principal resultado a eliminação total do poder aristocrático vigente na França, fato que não refletiu imediatamente por toda a Europa, apesar da aparente mudança causada por ideais liberais e nacionalistas.

Na Alemanha, os propósitos e os produtos da revolução Francesa foram sentidos quase meio século depois, assim como as inovações propostas pela Revolução Industrial. Devido a esse atraso, a Alemanha tem que resolver rapidamente o problema da qualificação de mão-de-obra para o trabalho industrial e também o desenvolvimento das ciências em geral.

Há proliferação de universidades, mas inicialmente o legado científico é baseado em especulações filosóficas guiadas pelo idealismo e pelo romantismo, acarretando um atraso nas ciências, visto que não utilizava sistematicamente métodos matemáticos e experimentais.

Com o desenvolvimento das indústrias, a consciência de classes emerge com grande força.

É também uma época de modernidade, onde se faz a transição para o capitalismo. Têm-se assim conflitos e mudanças constantes, tanto no proletariado com o surgimento das cooperativas, quanto na burguesia com suas disputas ideológicas.

Sigmund Freud (1856-1939) nasceu em Freiberg, antiga Checoslováquia (atualmente Pribor), homem que quarenta anos depois daria o impulso inicial a um sistema de pensamento chamado Psicanálise. Entretanto, a teoria nasceu em Viena, capital da Áustria, local onde a família de Freud estabeleceu residência a partir de 1860 e onde o próprio autor permaneceu por quase oitenta anos.

Foi no cenário anteriormente apresentado que Freud desenvolveu a teoria da Psicanálise, encontrando muitas dificuldades para que fosse reconhecida no meio científico devido:

1. Ênfase dada pela psicanálise ao papel da sexualidade na vida humana, o que apresentava uma ofensa à burguesia vienense;

2. Como trabalhava com conceitos e hipóteses não se enquadrava nos moldes de ciência da época;

3. Proposta do homem como um ser em conflito entre forças antagônicas (as pulsões e a cultura repressora), aproximando-se do movimento romântico e afastando-se das ciências naturais.

Formado médico, Freud tinha vontade de se dedicar ao estudo científico, no âmbito acadêmico, mas seus estudos nada comprovaram e as condições financeiras de sua família não permitiam dedicar-se exclusivamente a isso. Foi aí que ele abandonou a anatomia e iniciou os trabalhos clínicos.

Começou então a prática em neurologia, associado a Josef Breuer. Discutem juntos casos de seus pacientes, como o caso Ana O., personagem fundamental para a constituição da psicanálise. Anna O. tinha sintomas de histeria: ausência de memória, náuseas, distúrbios de fala e visão. Breuer tratava-a pela hipnose, através da qual lembrava-se de experiências vivenciadas que a impediam de beber água. Breuer conseguiu curá-la por esse método, por redução ou eliminação de sintomas.

Durante um tempo, Freud adotou o método da hipnose com seus pacientes, até que percebeu que nem todos podiam ser hipnotizados. Abandonou a hipnose e manteve a catarse (futura técnica de livre associação).

Freud sofreu influências mecanicistas e positivistas (analogia da Psicanálise entre as ciências positivistas como Física e Química). Freud tenta constantemente equiparar o psiquismo a algo orgânico, instaurando o processo de análise onde decompõe os elementos mínimos que motivaram a formação dos sintomas afim de encontrar a origem dos mesmos.

A consistência interna do material linguístico observado por Freud que possibilitou a formulação dos conceitos teóricos da Psicanálise.

Verificou que não há comprovações acerca de uma relação verídica entre o que é dito pelo paciente e aquilo que efetivamente ocorre. A partir daí ele passa a investigar a investigar a simbologia/significação que a pessoa atribui à experiência relatada.

Esse é considerado o caráter hermenêutico* da teoria psicanalítica, não na tentativa de interpretar o símbolo como uma representação do rela, mas sim como distorção do real.

* Hermenêutica é um ramo da filosofia que estuda a teoria da interpretação, que pode referir-se tanto à arte da interpretação, ou a teoria e treino de interpretação.

TEORIA PSICANALÍTICA FREUDIANA

No início da Psicanálise, Freud investigou o psiquismo humano por duas frentes: por meio do estudo aprofundado das patologias (como a histeria) e da busca de um sentido para as mesmas e por meio dos sonhos, que acabaram se transformando em paradigmas do funcionamento psíquico inconsciente.

HISTERIA: Fingimento? Encenação? Mas o sofrimento parece verdadeiro, o que levou Freud a propor a existência de uma lógica psíquica, que seria representada por manifestações no corpo. Sendo assim, se essas manifestações fosse

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