PSICOLOGIA COMUNITÁRIA: UMA ANÁLISE CONTEXTUAL DOS DIFERENTES MODELOS EXERCIDOS NA DISCIPLINA
Por: Josue Marques • 23/5/2019 • Artigo • 1.148 Palavras (5 Páginas) • 254 Visualizações
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA: UMA ANÁLISE CONTEXTUAL DOS DIFERENTES MODELOS EXERCIDOS NA DISCIPLINA
Josue Marques
Resumo: Com o objetivo de analisar e comparar as duas fundamentações teóricas da Psicologia Comunitária, descrita pelos pesquisadores, Cezar Wagner de Lima Góis (2003) e José Ornelas (1997). Este artigo possui a finalidade de apresentar o casamento da historicidade do progresso dessa disciplina na América Latina (Brasil) com o desenvolvimento de modelos intervencionistas produzidos por movimentos sociais nos Estados Unidos da América, que priorizaram práticas que auxiliaram na criação de paradigmas comunitários para com a ciência na América Latina.
Palavras-chave: Fundamentações teóricas; Objetivo; Modelos.
1 Introdução
A contextualização das diferenças socioculturais levou a fragmentação da Psicologia Comunitária em duas fundamentações, que estão presente nos dois artigos que foram feitas as análises. Se por um lado, a técnica desenvolvida priorizou o grupo, a comunidade. Pelo outro, houve problemas com cunho socioeconômico que fizeram com que houvesse a criação de um novo modelo, que não possuísse apenas técnicas grupais, mas que também fossem desenvolvidas estratégias que priorizassem o desenvolvimento humano, resguardando principalmente os princípios éticos da vida para com os sujeitos.
Esses modelos foram descritos no artigo de Cezar Góis e serviram como divisor de águas no desenvolvimento da Psicologia Comunitária, tanto para com os países da América do Norte quanto para os países da América do Sul. Modelos esses que foram denominados por suas características sociais, o que priorizou somente a estrutura da comunidade, chamou-se clínico-comunitário, já o que também abrangeu o desenvolvimento humano em suas características, denominou-se sócio-comunitário.
No entanto, o modelo clínico-comunitário proporcionou diversas técnicas que ajudaram na evolução da Psicologia comunitária como ciência, por exemplo, a aproximação com o conceito da ecologia apresentado no artigo do José Ornelas. Essa proximidade buscou
comparar a ecologia biológica com o processo de comunidade, aonde o individuo faz parte daquele ambiente e é influenciado pelas perspectivas que regem aquele nicho comunitário.
2 Contextualização da Psicologia comunitária como ciência
A produção do sujeito ao decorrer do desenvolvimento da Psicologia Comunitária, desenvolveu-se de acordo com as condições contextuais, desde as concepções socioeconômicas até as perspectivas culturais. O desenvolvimento da disciplina, em meados do século XX, originado pelo movimento social comunitário dos EUA, influenciou na adaptação das técnicas desenvolvidas naquele período de acordo com a situação social do país. Nesse sentido, a fundamentação de estratégias e aproximações com outros conceitos serviram de grande importância para com a historicidade da ciência comunitária, o texto de José Ornelas, por exemplo, apresenta técnicas que dão maior ênfase no grupo como um todo, priorizando o conjunto como meio para mudança social, para que dessa forma também atinja o individuo, isto é, uma investigação do todo para a parte.
O artigo do pesquisador José Ornelas nos permitiu compreender o inicio da disciplina como ciência nos Estados Unidos da América, e por meio dessa historicidade pode-se notar a influência de técnicas na produção da matéria na América Latina, e apesar de possuírem contextos sociais diferentes, algumas estratégias servem tanto para clínica-comunitária como para sócio-comunitária. Por exemplo, o método do suporte social (Blazer 1982) e (Lynch 1977), que através de procedimentos busca a inserção dos indivíduos vulneráveis da comunidade, isto é, que não possuem uma rede sólida de sociabilização com o meio a onde vive, permite que o sujeito construa suas redes sociais por intermédio dessa rede de apoio que dá suporte a esses indivíduos.
No entanto, o campo científico da Psicologia comunitária na América Latina não possui tanta visibilidade como a dos países do Norte. Os problemas sociais, segundo Góis, são diferentes, portanto, as soluções não são enviesadas somente para o grupo, como no modelo utilizado nos EUA, existem casos específicos que devem ser focado no sujeito, no desenvolvimento moral, ético, dentre outros valores a serem estudados. Nesse sentido, por não possuir um plano semelhante às práticas pregadas no movimento da Saúde Mental Comunitária (SMC), os trabalhos adotados pela Psicologia comunitária que são desenvolvidos
no Brasil, por exemplo, estão mais voltados à influência de aspectos da Psicologia Social, priorizando sempre a construção do sujeito como individuo social.
E por fim, falando um pouco mais em relação à realidade do Brasil na atuação do campus de pesquisas, cursos e pós-graduações, infelizmente ainda não possuem uma grande expressão, porém, com a reforma da saúde mental no país brasileiro e por consequência a expansão dos trabalhos com cunhos sociais, o número de citações periódicas tem aumentado, dessa forma, dando uma maior visibilidade a área estudada.
2.1 A utilização de técnicas intervencionistas na Psicologia comunitária brasileira
A Psicologia Comunitária desenvolvida no Ceará, unidade federativa
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