Perigos Da Prostituição
Dissertações: Perigos Da Prostituição. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: syndromexz • 19/3/2015 • 1.755 Palavras (8 Páginas) • 2.829 Visualizações
Introdução
A violência é um fenômeno que está presente na história da humanidade. É uma questão social que afeta a saúde das pessoas, sendo uma das principais causas de morte no mundo, na faixa etária de 15 a 44 anos. São incalculáveis os prejuízos econômicos, os dias perdidos no trabalho, os danos sobre a saúde mental, sofrimentos e a dor das vítimas e familiares.
A violência não exclui classes sociais, raças, etnias. É considerada como fenômeno crescente em toda sociedade, apresentando-se de forma multifacetada. Representa, ainda, uma das principais causas de morbimortalidade, especialmente na população jovem. Em relação ao cenário de ocorrência, os homens são mais atingidos na esfera pública; já as mulheres são mais agredidas no espaço privado, e o agressor é comumente alguém com quem mantém laços de afinidade, cuja relação é de submissão e de poder. Nesse sentido, incide sobre elas a violência de gênero.
Esse tipo de violência traz como elemento constituinte as relações sociais, baseadas nas diferenças entre os sexos e, de modo primordial, nas relações de poder. É considerada um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde e conceituada como qualquer ato que resulta ou possa resultar em dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, inclusive ameaças de tais atos, coerção ou privação arbitrária de liberdade em público ou na vida privada, assim como castigos, maus-tratos, pornografia, agressão sexual e incesto.
Essa relação estabelecida entre homens e mulheres, tendo como mecanismo a desigualdade de poder, constitui violação dos direitos humanos e gera problemas de ordem social, de saúde pública e de saúde da mulher, colocando-a à mercê de outros tipos de violência, como a prostituição, gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis.
No caso da prostituição, essa pode advir da violência, mas pode ser também cenário para tal. A mulher, sendo prostituta, não foge ao contexto de violência historicamente construído. Para a sociedade, a atividade que ela exerce é ilícita e moralmente reprovável, expondo-a a violência ainda maior. O tipo de ambiente onde ela atua também a deixa mais vulnerável, pois, na rua, está sujeita às agressões arbitrárias da polícia, dos agenciadores, dos clientes, principalmente em relação ao acerto do "programa" e uso da camisinha. Essas agressões ainda não são registradas nos serviços de saúde. Nessa atividade, as mulheres oferecem satisfação sexual em troca de remuneração e vão, aos poucos, perdendo seu 'corpo' e seu 'destino', pois passam a desconstruir as relações de proteção e direito individual e coletivo, surgindo, nesse cenário, os fatores de risco.
Entre os vários riscos, estão aqueles relacionados às agressões, pois as mulheres não escolhem os clientes e a violência nesse cenário é constante, tanto física como abusos sexuais, tráfico de mulheres, estupros, roubos, insultos, xingamentos e outros, manifestados por humilhações, ofensas verbais e morais. Outro risco pelo qual passa a prostituta diz respeito às questões de saúde pública, no que se refere à vulnerabilidade para as doenças sexualmente transmissíveis (DST), exatamente pelo sexo sem proteção. Há, ainda, o risco da quebra do sigilo de sua atividade, pois muitas prostitutas a escondem de seus familiares.
Pesquisa realizada com prostitutas em Leeds, na Inglaterra, Glasgow e Edimburgo, na Escócia, revelou que 30% foram esbofeteadas ou chutadas por um cliente, 11% foram estupradas e 22% sofreram tentativa de estupro, dessas, somente 34% denunciaram à polícia.
Na esteira desse caminho de riscos, as mulheres prostitutas continuam sendo alvo da violência pelos clientes, por esses entenderem que o pagamento lhes confere poder para o abuso físico, sexual e psicológico, como também pela interpretação da imagem da prostituta, a qual ainda sofre influências do passado.
Assim, compreende-se que a violência contra a mulher se insere na questão de gênero e que possui importantes intersecções com outros determinantes de saúde das mulheres, notadamente o uso de drogas, baixa autoestima e formas de vida e de trabalho. Torna-se necessário dar visibilidade a essa violência, dar voz a esse grupo de risco, para se compreender como é o vivido da violência, o que sentem essas mulheres e como as políticas públicas e o serviço de saúde podem aproximar-se mais para desenvolver trabalhos de promoção da saúde e prevenção da violência, no cotidiano dessa atividade.
Como a prostituição prejudica as mulheres?
Os cafetões usam os mesmos métodos de controle dos perpetradores de violência doméstica, incluindo violência física, assalto sexual, abuso verbal, abuso econômico, isolamento, ameaças e intimidação. As mulheres prostituídas também regularmente sofrem abuso físico, assédio sexual, abuso verbal, tocaia, e estupro nas mãos dos compradores de sexo. Um estudo sobre a prostituição em nove países revelou que 64 por cento das respondedoras foram ameaçadas com uma arma quando em prostituição, 73 por cento foram fisicamente assaltadas enquanto em prostituição, e 57 por cento foram estupradas quando em prostituição (Farley).
Este estudo também revelou que além de ter um risco muito mais alto de serem prostituídas do que os homens, as mulheres sofrem um risco maior de serem ameaçadas, assaltadas, e/ou estupradas enquanto em prostituição do que os homens. Devido a estes riscos, mulheres em prostituição tem um índice de mortalidade 40 vezes mais alto do que mulheres não envolvidas em prostituição (Grussendorf).
Tais experiências físicas são severamente prejudiciais para a saúde mental e emocional das vítimas: 68 por cento das mulheres prostituídas sofrem de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) na mesma proporção que a dos veteranos de guerra e vítimas de torturas (Farley), 75 por cento das mulheres prostituídas tentaram suicídio , e mulheres prostituídas constituem 15 por cento de todos os suicídios (Hunter).
Doenças sexualmente transmissíveis
Os profissionais do sexo possuem uma vida difícil e arriscada. Alguns costumam atender mais de vinte clientes diferentes por dia, o que os deixa mais propensos a contrair e transmitir doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e a AIDS. Entretanto, vale lembrar que pessoas que não trabalham com o sexo, também correm risco
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