Pisicologia do Desenvolvimento Humano

     

Psicologia do Desenvolvimento Humano

Introdução:

        O período compreendido como juventude, representado a partir de sua definição de faixa etária entre 15 e 29 anos, é estabelecida no Estatuto da Juventude – lei nº 12.852/13. No entanto, podemos falar das diversidades das juventudes, já que a mesma apresenta múltiplas identidades (de gênero, classe social, étnico-racial, sexualidade, origens e lugares onde vivem) na construção e transformação do presente como atores políticos e como sujeitos de direitos (NOVAES, 2007).

Essa categoria social vivencia inúmeros problemas relacionados à sua condição juvenil, no campo a passagem da infância para a vida adulta traz grandes dificuldades de adaptação, pouco reconhecida pela família e comunidade, o acesso a uma vida digna é muito dificultado, pois há poucas possibilidades de acesso a trabalho e a geração de renda, falta uma educação contínua e de qualidade, há poucas oportunidades de lazer, transporte e comunicação a custos reduzidos ou popularizados, além de vivenciarem falta de autonomia nos espaços de decisões coletivas e quase inexistência de representação política jovem.

   No texto “Adolescência através do século” o autor destaca uma juventude que não retrata a  característica do jovem do campo, se percebe no texto que a juventude da qual o autor fala está voltada para os adolescente da cidade e a pesquisa varia  de pais para pais . Ele descreve momentos na vida do adolescente, que muitos jovens do campo não teriam condições de acessar hoje no sec. XXII, em suas comunidades, como a entrada para universidade e praticar esportes entre outros.         

Embora podemos perceber no texto Juventude do campo na busca da escolarização/qualificação: uma experiência em Santa Catarina (DURANO & ALVES, 2015) , o autor retrata a vivencia do adolescente identificando no texto com jovem, se percebe que ao referenciar-lo como jovem o texto ganha outro sentido afirmando que  o jovem do campo muita das vezes não vivencia a fase da “ adolescência”, já passando da infância para a face adulta.O autor demonstra a realidade de jovens de um determinado  contexto mas, que pode se espelhar em uma juventude rural de quase todo o Brasil.

O êxodo rural que muitas das vezes está relacionado com uma ilusão de mídia, de encontrar no contexto urbano o que não se acessa no rural, mas essa mídia não revela a realidade e com isso se da às formações das grandes favelas. Esse impacto de encontrar outra realidade, muitas das vezes faz com que o retorno para a terra natal seja imediato, mas para outros a permanência nesses espaços se tornam obrigatório. E iniciam no mercado de trabalho para manter a sobrevivência, deixando de lado muitas das vezes o sonho de estudar.

        Outra representação comum que envolve o ser jovem está na consideração de sua contribuição no futuro, as chamada “futuras geração”, o que desconsidera que esse ser, mesmo que em formação, já possui uma considerável experiência, um saber acumulado e que tem opiniões e posições sócio-políticas e representações culturais que definem seu espaço no mundo e no lugar que estão inseridos, o que assegura sua contribuição presente.  Muitas das vezes esta autonomia está ligada a uma identidade, adquirida através da alteridade, de acordo com o “outro ”e o seu diferente, pois

[...] não há como “identificar-se” algo sem que sua “diferenciação” (em relação ao “outro”) seja construída, a ponto de “diferenciar-se” e “identificar-se” tornarem-se completamente indissociável – isto demonstra, de saída, o caráter permanentemente relacional da construção identitária, sempre produzida na relação com aquele que é estabelecido como o seu “outro” (HAESBAERTH, 2007, p. 36)

A identidade rural do jovem do campo, por sua vez, é formada a partir dos vínculos que esse sujeito estabelece com uma dada realidade rural e os fenômenos de natureza cultural, econômico, profissional, geográficos e comunitários que estão presentes neste contexto.

3.3  Roteiro da entrevista

Entrevistado:

 Qual a sua idade? 19 anos 

 Sexo: M ( x )  F  (  )

Vive com os seus pais? sim

  Se sim, aonde? 

 Você participa das atividades da casa/lavoura?sim

 Desde que idade? 15 anos

Como é a vida do jovem na sua comunidade?Na minha comunidade o jovem tem que trabalhar, ajudando nas tarefas do quintal eu sempre ajudo o meu pai no curral, tirando leite e manejando o gado.

   O que você mais gosta e o que você menos de ser jovem na sua comunidade? O que mais gosto é a liberdade o contato com a natureza andar a cavalo, pescar e nadar. O que menos gosto é das tarefas que tenho que cumprir.

Como você se sente em relação aos jovens que vivem na cidade? Desatualizado, anti-social as vezes não consigo conversar com eles sobre os assuntos como (musicas,jogos de celular) ,tenho acesso a internet e telefone mas não mim interesso tanto  .

  Você estuda?  não

Se sim, qual série?  

 Se parou os estudos, cursou até qual série? Cursei até o 8º ano do ensino fundamental

 Porque parou? Para trabalhar

 Você trabalha?  sim

 Se sim, aonde? No garimpo de cristal 

 Desde que idade? Desde os 18 anos 

O que faz com o dinheiro que ganha? Guardando para comprar minha primeira moto.

 Você participa de algum grupo (igreja, partido, movimento social, associação). não

  Se sim, qual a importância desse grupo para a sua vida?

  Você tem algum problema de saúde? Não 

Como são seus relacionamentos afetivos fora da família (amizades, namoros, casamento)?  Tenho poucos amigos alguns da infância, tenho namorada.

Você tem acesso à internet?  Sim.

 Se sim, qual uso faz dela? Rede sociais .

   Quais são os seus projetos para o futuro? Terminar os estudos, tirar minha habilitação arrumar um emprego fixo na cidade.