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Projeto Instituição de longa permanência

Por:   •  21/4/2018  •  Abstract  •  1.068 Palavras (5 Páginas)  •  211 Visualizações

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INTRODUÇÃO

        Nas últimas décadas, pesquisadores de diversas áreas das ciências humanas, sociais e da saúde lançaram o olhar para discussões acerca do envelhecimento. O aumento gradativo da população idosa no Brasil e no mundo fez com que surgissem novas demandas sociais e de saúde, criando novos desafios na construção de um modelo que contemple de forma integral as necessidades dessa parcela da população idosa (NOVAES, 1997).

        No processo de envelhecimento, estão envolvidas, portanto, dimensões psicológicas, influenciadas por fatores que contribuem para a percepção de aspectos subjetivos, que irão determinar o enfrentamento e a qualidade de vida do idoso. O envelhecimento é marcado por peculiaridades de cada indivíduo, tornando-se necessário levar em consideração a capacidade de manutenção funcional ou disfuncional do idoso para realizar suas atividades cotidianas, já que a maneira de enfrentar o processo desencadeado pelo envelhecimento contribui para a qualidade de vida na velhice. Ou seja, pode ser entendido como um processo dinâmico, em que ocorrem transformações biopsicossociais no sujeito. É um processo que modifica a vida do indivíduo com o meio social, que leva em consideração o contexto no qual está imerso. Quando consideramos estes aspectos biopsicossociais, esse processo pode ser compreendido como um fenômeno que se revela em todos os níveis de integração do organismo e também no plano da subjetividade (RODRIGUES; DIOGO, 1996).

        Atualmente, profissionais que atuam no campo do envelhecimento orientam sua atuação prática na construção de conhecimentos que resgatam o valor social do idoso, no sentido de assegurar e promover sua plena cidadania (VERAS; CALDAS, 2004). O abandono de atividades como o trabalho pode ser dramático, já que, privado de sua identificação profissional e justificativa social, podem ocorrer diminuição da sua autoestima, sentimento de exclusão e insegurança.

        Os profissionais de diversas áreas do conhecimento (enfermeiros, psicólogos, médicos, Terapeutas Ocupacional, fisioterapeutas e outros) buscam promover em todos os níveis de atenção à saúde (primária, secundária e terciária), o bem estar biológico, psicológico e social dos idosos que se encontram institucionalizados, potencializando suas capacidades como um todo, no intuito de proporcionar uma maior independência e qualidade de vida nesta fase da vida (PEREIRA et al., 2004).

        Nos últimos anos, a Psicologia Social tem construído teorias e métodos eficazes, como a intervenção psicossocial, a fim de contribuir para melhoria da qualidade de vida e na construção de novas subjetividades dos idosos. A Psicologia Social elaborou um arcabouço teórico que leva em consideração vários fatores intrínsecos e extrínsecos que estão implicados no complexo processo de envelhecimento. Este embasamento teórico permitiu o desenvolvimento de métodos práticos, tais como intervenções psicossociais que podem promover a qualidade de vida e a construção de novas subjetividades dos idosos (ARAÚJO et al., 2005).

        As demandas psicossociais da população idosa são crescentes. Condições estressoras importantes, em conjunto com a insuficiência de recursos pessoais e sociais, constituem-se em problemas relevantes para os mais velhos. Transtornos psicológicos como a depressão e a ansiedade, os problemas familiares, os distúrbios do sono, a dor, as queixas de declínio cognitivo, a elaboração de perdas e o manejo de condições crônicas de saúde afetam a qualidade de vida e o bem-estar psicológico e podem contribuir para desfechos negativos na saúde geral.

        As atividades grupais e as oficinas terapêuticas constituem-se em estratégias de promoção da saúde que se contrapõem ao modelo biomédico. Tornaram-se populares e sua efetividade vem sendo reconhecida no meio científico.

        Os grupos para idosos são espaços que utilizam o diálogo e a comunicação como a base de suas atividades. São inúmeros os benefícios advindos da participação neste tipo de proposta de intervenção: trocas sociais, de experiências e dificuldades, aprendizagens, estímulo das capacidades cognitivas, apoio emocional, favorecimento de sentimentos positivos, compartilhamento de preocupações, dúvidas e medos e a emergência de soluções criativas para os problemas enfrentados no cotidiano (Rabelo e Neri 2013).

        O pressuposto básico desse tipo de trabalho é que as comunicações interpessoais têm muito mais peso sobre os comportamentos do que a simples transmissão de informações, que servem apenas como primeiro passo em direção à sensibilização para “um possível problema” e para “possíveis mudanças”. Saber, concordar e aceitar as informações como importantes não significa que, de fato, elas serão incorporadas à própria vida. Mudanças ocorrem por meio de processos e não porque foram prescritas como boas ou necessárias. Trabalhar com promoção de saúde é ter em mente que as pessoas só adotam para si aquilo que lhes fazem sentido, segundo seu conjunto de valores individuais e sociais.

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