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Promover a discussão e a manutenção da saúde mental dos discentes em conjunto com a assistência estudantil

Por:   •  2/8/2019  •  Projeto de pesquisa  •  2.696 Palavras (11 Páginas)  •  143 Visualizações

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OBJETIVO GERAL

Promover a discussão e a manutenção da saúde mental dos discentes em conjunto com a assistência estudantil.

JUSTIFICATIVA

A assistência estudantil promove ações sobre a formação do estudante considerando fatores sociais, pessoais e acadêmicos que incidem na permanência. Nesta perspectiva, a saúde mental dos estudantes reflete na qualidade de vida, no desempenho acadêmico e nas relações estabelecidas. Com a democratização do ensino superior a ampliação de vagas permitiu o acesso de distintas classes da sociedade, sobre isso destacamos o compromisso do Estado em ofertar à equidade prevista nas normas e diretrizes educacionais, assim, a assistência estudantil mobiliza meios para que além da garantia da permanência, ocorram padrões de bem-estar.

O ensino superior é sistematizado de modo que promova o desenvolvimento da sociedade brasileira, forme profissionais para atuar qualitativamente no meio em que estão e colaborem para a produção de conhecimento. Suas contribuições são essenciais para a sociedade e a ciência, entretanto, neste processo educativo as IES encaram diversos fatores que pode interferir no processo de aprendizagem, como, por exemplo, relação professor-aluno, acessibilidade, questões estruturais, saúde mental e etc. Nesse sentido e a partir da análise dos dados resultantes da Atividade Curricular de Extensão sobre saúde mental e assistência estudantil, mostrou-se relevante a formulação e a apresentação de propostas com ações a serem desenvolvidas, tendo em vista as condições de permanência do estudante hoje na Universidade Federal de Alagoas, Unidade de Ensino Palmeira dos Índios.

As ações expostas no presente documento têm a pretensão de, a partir do objetivo já exposto, contribuir com as atividades já realizadas pelo NAE, bem como implementar outras ações dentro daquilo que for possível a fim de superar situações urgentes e prevenir danos maiores no futuro. Não se trata apenas de cuidar dos problemas atuais ou fazer a manutenção de outros, mas de prevenir e promover o bem-estar físico e emocional.

REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) não existe uma definição oficial para o termo saúde mental, podendo, portanto, ser definido de diferentes formas. Além disso, seu conceito é mais amplo que a ausência de transtornos mentais. “A ideia de saúde mental, portanto, diz respeito a um campo multifacetado, plural e complexo como o próprio ser humano” (AMARANTE, 2007 apud ACCORSI, 2015, p. 30) Logo, saúde mental é um estado de bem-estar mental, físico e social, onde engloba vários contextos nos quais o sujeito está inserido.

Ademais, é essencial ressaltar a importância de se discutir saúde mental no contexto universitário, pois este ambiente pode ser o causador de adoecimento psíquico tendo em vista inúmeros fatores, dentre eles o sentimento de pertencimento, uma vez que o estudante está inserindo-se em um novo ambiente e se depara com novas pessoas, novos desafios, novas demandas; trata-se de uma nova realidade e nem sempre se está preparado para isso. Aspectos como este e o anseio pelo futuro e o mercado de trabalho certamente influenciam bastante e geram ansiedade e estresse.

O ingresso na Universidade, ao mesmo tempo em que sinaliza uma conquista, pode se tornar um período crítico de maior vulnerabilidade e desenvolvimento de sofrimento, tanto por distanciar o jovem do núcleo familiar, quanto por inseri-lo em um contexto que requer novas posturas e responsabilidades. Os estudantes universitários estão sujeitos a potenciais estressores, tais como rede de apoio deficiente, sobrecarga de conhecimentos, dificuldades na administração do tempo, responsabilidade e expectativas sociais diante da vida acadêmica (MATOS, 2013 Apud GOMES,C., COMONIAN J.O., & ARAÚJO, C.L., 2018, p. 256).

O ambiente acadêmico pode ainda apresentar fatores estressores como relação entre discentes e docentes conflituosas, disputas curriculares, cobranças excessivas, entre outros, podendo desencadear uma série de sofrimentos, tais como: esgotamento físico e mental, ansiedade e até mesmo depressão. É necessário pensar o ambiente universitário sem limitações, oferecendo ao estudante universitário todo o suporte que ele precisa, não somente em questões de conhecimentos técnicos, mas de suporte psicológico, acolhimento, momentos de lazer e esportes, propiciando um ambiente agradável ao longo da formação acadêmica e promovendo a saúde mental, diminuindo assim o adoecimento psíquico nas universidades.

No processo de ensino-aprendizagem a relação entre o professor e o aluno se dá através de papéis com ações previstas. Ao professor cabe prover meios para a aprendizagem e ao aluno cabe compreender o conhecimento mediado. Os pilares da educação - aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a viver e aprender a ser - provocam novas ressignificações no processo tendo em vista as finalidades dadas na LDB (9.394/96) como o pleno desenvolvimento do educando, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. A concepção construtivista influencia para o ensino centrado no aluno, considerando seus conhecimentos prévios e sendo ativo no processo de aprendizagem. O modelo de educação tecnicista possui caráter mecânico e métodos de memorização, com padrão de educação homogênea e tradicional, incorporado à cultura das classes dominantes.

Estudos apontam para elementos que marcam e dão um novo olhar a essa relação. Dentre os elementos, pode-se destacar alguns: cargas excessiva de trabalho, sentimento de superioridade e/ou inferioridade, medo de se expor, desigualdade social, preconceitos raciais e sexuais, dificuldades de aprendizagem, entre outros que representam distanciamentos entre os atores. Com isso, as experiências são desprendidas de pertencimento e reconhecimento ao meio que estão inseridos, causando possíveis disparidades.

No ensino superior os envolvidos edificam suas identidades, desenvolvem o pensamento crítico, elaboram ciência e ocorre o exercício entre a interação teoria e prática. Assim, compreender e transformar o processo de ensino e aprendizagem inicia-se nas IES. Todavia, as discrepâncias na relação professor-aluno são vividas intensamente com posturas autoritárias e ao estudante a hierarquia é encarada passivamente e as consequências geradas recaem em uma má formação, resultando em concebíveis fracassos no exercício profissional e nas práticas sociais (SANTOS; SOARES, 2011). Dessa forma, pensar maneiras de romper as barreiras atitudinais requer necessariamente refletir

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