Psicologia Do Desenvolvimento E Ciclo Vital
Ensaios: Psicologia Do Desenvolvimento E Ciclo Vital. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Atileh • 9/11/2014 • 2.313 Palavras (10 Páginas) • 753 Visualizações
Módulo 5 - Adolescência (dos doze aos vinte anos)
1. Desenvolvimento Físico
“(...o espelho...) Aquele era seu pior inimigo. O mais cruel, o mais cínico, o mais sem piedade. Um inimigo que falava a verdade”.
A adolescência tem sido um tema de grande interesse na sociedade contemporânea. As características desta fase, tanto biológicas, quanto psicológicas têm sido descritas por inúmeras obras e autores. Neste sentido é preciso fazer uma distinção entre a puberdade e adolescência, como ponto de partida para o início dessa discussão, pois tais processos, embora intimamente ligados, não devem ser identificados, porque não são exatamente simultâneos e em alguns aspectos chegam a ser completamente independentes.
Puberdade está ligada às modificações biológicas que se passam nesta fase, assinaladas por dois tipos gerais de mudanças físicas: o primeiro relativo ao aumento no peso, altura, gordura e músculos corporais e o segundo, ligado à maturação sexual e ao desenvolvimento das características sexuais secundárias (como pêlos faciais e corporais e o crescimento de seios nas meninas entre outros).
Um indício de amadurecimento sexual na puberdade, para os meninos é a produção de espermatozóides vivos, e para as meninas é a menarca, isto ocorre em termos médios por volta dos 12 aos 15 anos
Nessa fase há o estirão do crescimento, os púberes podem crescer de 7 a 15 centímetros por ano e também ganhar muito peso rapidamente. Alguns indivíduos, inclusive, sentem muitas dores devido ao crescimento acelerado, a chamada, dor do crescimento.
O corpo do púbere e do adolescente não cresce de forma homogênea: as mãos e os pés crescem antes, até atingir o tamanho final, a seguir, vêm os braços e as pernas. Portanto, o corpo do indivíduo passará por várias transformações até o final da adolescência.
A adolescência diz respeito às transformações psicossociais que acompanham o processo biológico. No entanto, o início da adolescência pode coincidir ou não com a puberdade. Há casos em que a puberdade antecede a adolescência, quando, por exemplo, um indivíduo tem o corpo completamente desenvolvido, mas ainda pensa e age como criança; ou o contrário, há casos em que a adolescência antecede a puberdade, quando, por exemplo, uma garota sofre intensamente porque já pensa como uma adolescente e se comporta como adolescente, mas seu corpo é de menina.
As alterações físicas da puberdade são inter-relacionadas com os outros aspectos psicossociais do desenvolvimento e tendem a fazer com que os adolescentes destinem uma grande atenção à sua aparência física. As transformações físicas e a importância da aceitação por parte dos outros fazem com que o adolescente se preocupe demasiadamente com a sua imagem corporal.
O final da puberdade se caracteriza pelo amadurecimento gonodal e o fim do crescimento esquelético, o que ocorre em torno, dos 18 anos.
Já o final da adolescência, não é tão claramente demarcado, porque é inter-relacionado com fatores sócio-culturais. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), adolescente é o indivíduo que tem idade entre 12 e 18 anos.
2. Desenvolvimento Cognitivo
Em uma de suas provas para verificar em que período do desenvolvimento cognitivo se encontra uma criança, Piaget propõe uma questão.
“Há três meninas: Edith, Suzana e Lili. Elas diferem pela cor de seus cabelos.
Os de Edith são mais claros que os de Suzana e ao mesmo tempo mais escuros que os de Lili.
Qual das três tem os cabelos mais escuros?”
É necessário um pequeno raciocínio que não é imediato, mesmo no adulto, para achar a resposta que é ... (veja abaixo, item 2, atividades recomendadas)
Para se chegar a solução dessa questão é preciso, entre outros, que o adolescente possa fazer uma discussão interiorizada, e ela marca o início de um outro tipo de reflexão, que até então não era possível.
O desenvolvimento cognitivo do final da infância à fase adolescente se caracteriza pelas seguintes mudanças: de esquemas conceituais e operações mentais referentes a objetos e situações concretas para formação de esquemas conceituais abstratos (amor, fantasia, justiça, etc.), realizando com eles operações mentais formais (abstrato, sem necessidade do concreto).
Neste período, o pensamento é formal / hipotético- dedutivo, isto é, o indivíduo é capaz de deduzir as conclusões de puras hipóteses e não somente através de uma observação real. Envolve uma dificuldade e um trabalho mental muito maior que o pensamento operacional- concreto.
De acordo com Piaget, a personalidade começa a se formar no fim da infância (8-12 anos) com a organização autônoma das regras, dos valores e a afirmação da vontade. Esses aspectos subordinam-se num sistema único e pessoal e vai-se exteriorizar na construção de um programa/projeto de vida.
Após os 11 – 12 anos, as operações lógicas começam a ser transpostas do plano da manipulação concreta para o das idéias, sem o apoio da percepção, da experiência, nem mesmo da crença. Assim, o adolescente é capaz de lidar com conceitos como liberdade, justiça, etc.
Logo, o marco das operações formais é a libertação do pensamento.
As operações formais fornecem ao pensamento um novo poder que é o de construir a seu modo as reflexões e teorias, ou seja, há a libertação do pensamento. Daí pode-se entender porque os adolescentes gostam tanto de elucubrar, devanear, são capazes de passar horas pensando.
O egocentrismo intelectual do adolescente manifesta-se pela crença na onipotência da reflexão como se o mundo devesse submeter-se aos sistemas e não estes à realidade. O equilíbrio é atingido quando a reflexão compreende que sua função não é contradizer, mas se adiantar e interpretar a experiência.
Esta nova capacidade de pensamento traz implicações para o desenvolvimento da personalidade e as suas relações sociais.
Para Piaget, o adolescente é um indivíduo que constrói sistemas e teorias, liga soluções de problemas por meio de teorias gerais, das quais se destaca o princípio. Têm facilidade de elaborar teorias abstratas que transformam o mundo, em um ponto ou noutro.
Muitas vezes, o adolescente pretende inserir-se na sociedade
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