Psicologia Jurídica
Monografias: Psicologia Jurídica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Marielle • 20/9/2013 • 334 Palavras (2 Páginas) • 354 Visualizações
A RELAÇÃO ENTRE A PSICOLOGIA E A JUSTIÇA:
UMA VISÃO HISTÓRICA
No início do século XIX, na França, os médicos foram
chamados pelos juízes da época para desvendarem
o ‘‘enigma’’ que certos crimes apresentavam. Eram
ações criminosas sem razão aparente e que, também “não partiam
de indivíduos que se encaixavam nos quadros clássicos da loucura”
(CARRARA, 1998, p.70). Segundo Carrara (1998), estes crimes que
clamaram pelas considerações médicas não eram motivados por
lucros financeiros ou paixões, pareciam possuir uma outra estrutura,
pois diziam respeito à subversão escandalosa de valores tão básicos
que se imagina que estejam enraizados na própria “natureza
humana”, como o amor filial, o amor materno, ou a piedade frente à
dor e ao sofrimento humano. Conforme Castel (1978), estas foram
as primeiras incursões dos alienistas franceses para fora dos asilos
de alienados. Mas, e a Psicologia, que lugar viria ocupar nesta
relação entre a criminalidade e a justiça?
De acordo com Bonger (1943), a Psicologia só viria
aparecer no cenário das ciências que auxiliam a justiça em 1868,
com a publicação do livro Psychologie Naturelle, do médico francês
Prosper Despine, que apresenta estudos de casos dos grandes
criminosos (somente delinqüentes graves) daquela época. Ele
obteve seu material de estudo das detalhadas informações contidas
na La Gazette des Tribunaux e de outras publicações análogas.
Despine dividiu o material em grupos de acordo com os motivos
que desencadearam os crimes e, logo em seguida, investigou as
particularidades psicológicas de cada um dos membros dos vários
grupos. Concluiu ao final que o delinqüente, com exceção de poucos
casos, não apresenta enfermidade física e nem mental. Segundo
ele, as anomalias apresentadas pelos delinqüentes situam-se em
suas tendências e seu comportamento moral e não afetam sua
capacidade intelectual (que poderá ser inferior em alguns casos e
enormemente superior em outros). Conforme suas observações, o
delinqüente age com freqüência motivado por tendências nocivas,
como o ódio, a vingança, a avareza, a aversão ao trabalho, entre
outras.
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