Psicologia da Aprendizagem

Psicologia da Aprendizagem

1. Qual, para Vygotsky, a relação entre desenvolvimento e aprendizagem?

R: Para Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo do aluno ocorre através da interação social, constituindo uma teoria pautada no materialismo histórico e dialético e fortemente interacionista. Para ele, a aprendizagem é uma experiência social, mediada pela utilização de instrumentos e signos e na apropriação das palavras e dos discursos, pelas crianças, dos adultos com os quais convive e por meio dos quais é apresentada e compreende o mundo e as possíveis relações que se pode estabelecer dentro da cultura. Para Vygotsky, signos auxiliam o funcionamento de funções psicológicas superiores (constructos como atenção, memória, entre outros) e são capazes de transformar o funcionamento mental. Este teórico elaborou ainda dois níveis para explicar a aprendizagem: o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial, entre os quais existe a zona de desenvolvimento proximal. A zona de desenvolvimento real compreende o conjunto de comportamentos e habilidades sobre as quais a criança já possui autonomia, isto é, é capaz de realizar por conta própria e sozinha, enquanto a zona de desenvolvimento potencial abarca o conjunto de atividades que uma criança não é capaz de performar sem o auxílio de algum adulto que a instrua. Vygotsky discerne ainda sobre dois processos que marcam o desenvolvimento da criança na aprendizagem, a saber: a internalização do mundo simbólico e, em seguida, a utilização deste sistema. Com efeito, o desenvolvimento parte do nível social para o individual.

1. Explique o conceito de zona do desenvolvimento proximal.

R: A zona de desenvolvimento proximal é um conceito muito útil, criado por Vygotsky, para explicar como um indivíduo pode progressivamente adquirir conhecimentos e expandir seu leque de comportamentos na interação com o mundo, sempre que necessário ou conveniente. Vygotsky definiu a zona de desenvolvimento proximal como a região intermediada pelo nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial, ou a distância entre estes níveis. Se tomamos como desenvolvimento real todo o conhecimento já incorporado pela criança e, o qual ela pode livremente aplicar, o desenvolvimento potencial seria o conhecimento que a criança ainda não detém, todavia, é capaz de aprender, se devidamente instruída por outro indivíduo, normalmente um adulto, que domine este saber e consiga transmiti-lo eficientemente à criança, auxiliando-a neste processo de aquisição do saber. Desta maneira, temos que a interação social é mais proveitosa quando ocorrida dentro da zona de desenvolvimento proximal, de modo que a criança deva, na aprendizagem, aplicar conhecimentos que já domina, exercitando-os, e, acrescentando a estes, aprender um pouco mais. Assim, o conteúdo passa do nível de desenvolvimento potencial, para a zona de desenvolvimento proximal, para então constituir e ampliar o nível de desenvolvimento real, cabendo ao professor, ou figura semelhante, o estímulo constante ao desenvolvimento da criança.

1. Para Wallon, como ocorre a relação entre desenvolvimento e aprendizagem?

R: Wallon atribui grande importância à capacidade que a criança tem de imitar o comportamento dos adultos e, desta maneira, incorporar o mundo simbólico e posicionar-se perante este. Ele, que cunhou o termo sincretismo subjetivo, para explicar o estado de indiferenciação da criança nos três primeiros anos de vida, no qual o bebê necessita que o adulto dê forma e expressão às suas ações e forneça a compreensão do ambiente. Wallon, como Piaget, cria uma teoria do desenvolvimento infantil, entretanto difere de Piaget por não pensar que este desenvolvimento ocorre de modo linear. Defende também que este processo desenvolvimental é acompanhado de crises e conflitos internos, e cada fase seria marcada por um conflito característico da etapa. Wallon parte da importância dos aspectos biológicos no início da vida da criança para depois enfatizar os aspectos sociais do desenvolvimento. Tanto Vygotsky quanto Wallon atribuem grande importância às interações sociais como determinantes no processo de aprendizado, sendo imprescindível o diálogo e a alteridade, seja por um comportamento predominantemente de imitação ou de oposição, que se alternam nos seis primeiros anos de vida da criança. Wallon determinou três estágios no desenvolvimento de toda criança: o estágio do personalismo, o categorial e o da puberdade, etapas estas relativamente estáveis, promovendo relações evolutivas, e nos quais os recursos fornecidos pelo meio variam.

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