Psicologia da educação: Interação e identidade
Por: Ana Carolina Falcão • 15/6/2018 • Resenha • 938 Palavras (4 Páginas) • 308 Visualizações
Psicologia da educação: interação e identidade – Paulo Roberto Moreira
Capitulo 7 - Psicologia e Cidadania
É na infância que se inicia o conceito de participação do indivíduo na sociedade, a criança assimila as brincadeiras com o que imagina ser as ações e relações dos adultos, os jogos conduzem-na a compreender seu papel social e o contraste entre as condições dadas pela sociedade e suas ambições referentes a realização pessoal.
Os adultos tentam manter seu poder não só sobre as crianças, mas sobre as populações também, tentando manter a ordem pela imposição de obediência e respeito irrestrito a normas criadas por elas mesmas. O poder do indivíduo defronta-se com o poder do Estado, sendo contraditório ao desenvolvimento (que tende a liberação das restrições que a estrutura social impõe). Porém a consciência de poder transformar a realidade social deve passar por um processo de desenvolvimento da cidadania.
Para a psicologia, a cidadania é um conceito político, desenvolvendo no individuo um sentimento de identidade, fazendo-se sentir responsável pela qualidade de vida e de saúde de todos dentro da sociedade.
A política pode ser considerada como a arte de reunir esforços para que todos assumam suas responsabilidades perante a sociedade, ou seja, é um processo de busca constante por uma melhor qualidade de vida.
A democracia defende o acordo dos cidadãos que se reconhecem com direitos e deveres, porem as forças de controle social contrários a esse acordo, como o autoritarismo, impedem que a responsabilidade seja assumida por todos os membros da sociedade. O resultado disso é a alienação no trabalho, na educação e na vida social.
Hoje em dia, os meios de comunicação têm forte influência sobre os indivíduos, muitas vezes impõem valores e crenças com informações falsas (nomeadas de “fake news”). Como as crianças ainda não tem senso crítico bem definidos, o problema é ainda mais grave: o que ela aprende diante dessas “fake news” é assumido como verdade sem questionamentos.
Os meios de comunicação são extremamente sedutores e tendenciosos a desviar a atenção do que é essencial, sua função é generalizar os modelos comportamentais, retirando-os do contexto com distrações visuais e auditivas.
Diante de tantas falsas certezas que a mídia expõe, os pais se sentem inseguros ao ensinar e passar as informações para as crianças. As escolas também têm um grande papel na educação dessas crianças ensinando-as a identificar e criticar essas falsas mensagens que a mídia divulga.
O resultado dessa alienação que a mídia propõe é a individualidade do indivíduo diante da sociedade, onde o foco dos estudos é chegar numa posição social melhor, ignorando a visão de integração no meio em que vive, ou seja, a mídia tende para a anticidadania.
Entretanto, o homem precisa da interatividade com a sociedade em que vive e seu comportamento não depende apenas de suas vontades, por isso, a insatisfação cotidiana é resultado da frustração com suas realizações – criada a partir da própria civilização que foi construída – e sua ânsia de integridade. O modo de vida imposto, principalmente nas grandes cidades, transforma esse indivíduo em vítima de uma sociedade criada por ele mesmo.
O homem acaba se conformando com suas condições, o que faz com que ele se isole e perda o sentido de viver, assim se torna cada vez mais alienado em sua participação na sociedade. Ele encontra uma saída na sua insatisfação com a civilização, gerando uma relação complementar entre a ingratidão com o sistema e a reação de depressão e solidão para conter o vazio existencial, assim o individuo procura a felicidade no consumo de bens que preencham esse vazio. O sistema se aproveita dessa necessidade para produzir e vender cada vez mais. Todos esses fatores impedem que o homem participe de forma crítica com o meio social.
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