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Psicologia ou Psicologia

Tese: Psicologia ou Psicologia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  30/8/2014  •  Tese  •  2.704 Palavras (11 Páginas)  •  390 Visualizações

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A Psicologia ou as psicologias

CIÊNCIA E SENSO COMUM

Quantas vezes, no nosso dia-a-dia, ouvimos o termo psicologia?

Qualquer um entende um pouco dela. Poderíamos até mesmo dizer que

“de psicólogo e de louco todo mundo tem um pouco”. O dito popular não

é bem este (“de médico e de louco todo mundo tem um pouco”), mas

parece servir aqui perfeitamente. As pessoas em geral têm a “sua

psicologia”.

Usamos o termo psicologia, no nosso cotidiano, com vários

sentidos. Por exemplo, quando falamos do poder de persuasão do

vendedor, dizemos que ele usa de “psicologia” para vender seu produto;

quando nos referimos à jovem estudante que usa seu poder de sedução

para atrair o rapaz, falamos que ela usa de “psicologia”; e quando

procuramos aquele amigo, que está sempre disposto a ouvir nossos

problemas, dizemos que ele tem “psicologia” para entender as pessoas.

Será essa a psicologia dos psicólogos? Certamente não. Essa

psicologia, usada no cotidiano pelas pessoas em geral, é denominada de

psicologia do senso comum. Mas nem por isso deixa de ser uma

psicologia. O que estamos querendo dizer é que as pessoas,

normalmente, têm um domínio, mesmo que pequeno e superficial, do

conhecimento acumulado pela Psicologia científica, o que lhes permite explicar ou compreender seus problemas cotidianos de um ponto de vista

psicológico.

É a Psicologia científica que pretendemos apresentar a você. Mas,

antes de iniciarmos o seu estudo, faremos uma exposição da relação

ciência/senso comum; depois falaremos mais detalhadamente sobre

ciência e, assim, esperamos que você compreenda melhor a Psicologia

científica. [pg. 15]

O SENSO COMUM:

CONHECIMENTO DA REALIDADE

Existe um domínio da vida que pode ser entendido como vida por

excelência: é a vida do cotidiano. É no cotidiano que tudo flui, que as

coisas acontecem, que nos sentimos vivos, que sentimos a realidade.

Neste instante estou lendo um livro de Psicologia, logo mais estarei

numa sala de aula fazendo uma prova e depois irei ao cinema. Enquanto

isso, tenho sede e tomo um refrigerante na cantina da escola; sinto um

sono irresistível e preciso de muita força de vontade para não dormir em

plena aula; lembro-me de que havia prometido chegar cedo para o

almoço. Todos esses acontecimentos denunciam que estamos vivos. Já

a ciência é uma atividade eminentemente reflexiva. Ela procura

compreender, elucidar e alterar esse cotidiano, a partir de seu estudo

sistemático.

Quando fazemos ciência,

baseamo-nos na realidade cotidiana e

pensamos sobre ela. Afastamo-nos

dela para refletir e conhecer além de

suas aparências. O cotidiano e o

conhecimento científico que temos da

realidade aproximam-se e se afastam:

aproximam-se porque a ciência se

refere ao real; afastam-se porque a ciência abstrai a realidade para compreendê-la melhor, ou seja, a

ciência afasta-se da realidade, transformando-a em objeto de

investigação — o que permite a construção do conhecimento científico

sobre o real.

Para compreender isso melhor, pense na abstração (no

distanciamento e trabalho mental) que Newton teve de fazer para,

partindo da fruta que caía da árvore (fato do cotidiano), formular a lei da

gravidade (fato científico).

Ocorre que, mesmo o

mais especializado dos

cientistas, quando sai de

seu laboratório, está

submetido à dinâmica do

cotidiano, que cria suas

próprias “teorias” a partir

das teorias científicas, seja

como forma de “simplificá-

las” para o uso no dia-a-dia,

ou como sua maneira peculiar de interpretar fatos, a despeito das

considerações feitas pela ciência. Todos nós — estudantes, psicólogos,

físicos, artistas, operários, teólogos — vivemos a maior parte do tempo

esse cotidiano e as suas teorias, isto é, aceitamos as regras do seu jogo.

[pg. 16]

O fato é que a dona de casa, quando usa a garrafa térmica para

manter

...

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