Psicomotricidade
Artigos Científicos: Psicomotricidade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 12/10/2014 • 4.153 Palavras (17 Páginas) • 2.525 Visualizações
RESUMO:
Procurei buscar uma contextualização histórica da psicomotricidade e também o seu significado. O termo motricidade sempre esteve vinculado à área médica. Somente no início do século XX é que a psicomotricidade se estabelece como prática independente, mas mesmo assim, apenas as crianças que apresentasse qualquer dificuldade de aprendizagem e que tivesse desenvolvimento psicomotor não compatível com a idade cronológica eram indicadas para fazer reeducação psicomotriz. Foi à compreensão dissociada que se teve por muito tempo, entre desenvolvimento mental e motriz que impediu avanços consideráveis na compreensão do comportamento humano. Nos tempos atuais, uma analise minuciosa do significado do termo reeducação, permite que se façam reflexões sobre a inconsistência da abordagem que foi dada ao que costuma denominar reeducação psicomotriz.
PALAVRAS CHAVES: Psicomotricidade; Educação Infantil, Educação Física.
ABSTRACT
I tried to seek a historical contextualization of psychomotor and also its meaning. The term motor has always been linked to the medical field. Only in the early twentieth century is that the
psychomotor practice is established as independent, but still, only children who presented no difficulty learning and psychomotor development had not compatible with chronological age were shown to reeducation psicomotriz. Was coupled to an understanding that had long between mental and motor development which prevented significant advances in the understanding of human behavior. Nowadays, a detailed analysis of the meaning of rehabilitation, enables you to make reflections about the inconsistency of the approach that was given to what is often called reeducation psicomotriz.
KEYWORDS: Psychomotor, Childhood Education, Physical Education.
INTRODUÇÃO
Ao falar de Psicomotricidade
A realização deste artigo vem de encontro com antigos estudos em áreas da educação física e educação infantil dentro de um contexto teórico onde muito dos analisados sempre pautaram-se pela importância do exercício físico para crianças e adolescente. Este estudo demonstra através dos estudos realizados a importância da psicomotricidade na educação infantil, muitos são os problemas encontrados dentro do crescimento da criança.
Assim como a psicomotricidade a Educação Física escolar era abordada apenas como ferramenta de desenvolvimento motor. No entanto hoje com a inovação nas perspectivas de uma Educação Física escolar que reconhece o ser humano como um ser complexo de emoções e ações próprias, propiciadas por um contato corporal e a sua relação com o mundo.
A IMPORTANCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
As crianças ao iniciar sua
vida escolar trazem consigo dois fatores de fundamental importância para sua aprendizagem: o ambiental e o biológico. É de suma importância o entendimento pelos professores das séries iniciais para um bom desenvolvimento das crianças, e como a psicomotricidade está relacionado ao processo de maturação, o corpo e a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Essa contribuição como forma expressiva para a formação e a estruturação do esquema corporal.
É de suma importância salientar que o movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano, pois desde a vida intra-uterina realizamos movimentos com o nosso corpo, no qual vão se estruturando e exercendo enormes influências no comportamento, a partir deste conceito e através da nossa prática no contexto escolar, consideramos que a psicomotricidade é um instrumento riquíssimo que nos auxilia a promover preventivos e de intervenção, proporcionando resultados satisfatórios em situações de dificuldades no processo de ensino-aprendizagem.
O que é psicomotricidade? Sua definição ainda está em formação, já que à medida que avança e é aplicada, vai-se estendendo a distintos e variados campos. No princípio, a psicomotricidade era utilizada apenas na correção de alguma debilidade, dificuldade, ou deficiência. Mas a partir de 1935 através de Eduard Guilmain que elaborou exames para medir e diagnosticar transtornos psicomotores o corpo deixou de ser visto apenas como um pedaço de carne para ser algo indissociável do sujeito.
Hoje, vai mais longe: a psicomotricidade ocupa um lugar importante na educação
infantil, sobretudo na primeira infância, em razão de que se reconhece que existe uma grande interdependência entre os desenvolvimentos motores, afetivos e intelectuais.
“Para Almeida (2006, P. 43) a psicomotricidade é a ciência que estuda o homem através do seu corpo em movimento em relação o mundo externo e interno, é a interação que o indivíduo tem de perceber, atuar e agir com os outros e com os objetos”.
A psicomotricidade é a ação do sistema nervoso central que cria uma consciência no ser humano sobre os movimentos que realiza através dos padrões motores, como a velocidade, o espaço e o tempo. É um dos instrumentos mais poderosos para que o sujeito expressa seus conhecimentos, idéias sentimentos, emoções e se constitua como um sujeito. A inteligência se constrói a partir da atividade motriz das crianças. Nos primeiros anos de vida, até os sete anos aproximadamente, a educação da criança é psicomotriz. Todo o conhecimento e a aprendizagem centram-se na ação da criança sobre o meio, os demais são as experiências através de sua ação e movimento.
Através da psicomotricidade pode-se estimular e reeducar os movimentos da criança, tendo como meta: Motivar a capacidade sensitiva através das sensações e relações entre o corpo e o exterior (o outro e as coisas). Cultivar a capacidade perceptiva através do conhecimento dos movimentos e da resposta corporal; Organizar a capacidade dos movimentos representados ou expressos através de sinais, símbolos, e da utilização de objetos reais e imaginários; Fazer com que a criança possa descobrir e expressar suas
capacidades, através da ação criativa e da expressão da emoção; Ampliar e valorizar a identidade própria e a auto-estima dentro da pluralidade grupal; Criar segurança e expressar-se através de diversas formas como um ser valioso, único e exclusivo; Criar uma consciência e um respeito à presença e ao espaço dos demais; Contribui para o pleno desenvolvimento da criança no ensino aprendizagem que favorece os aspectos, físico, mental, afetivo, emocional na formação de sua personalidade.
Como desenvolver a psicomotricidade nas crianças
Visando contribuir de forma pedagógica para o desenvolvimento integral da criança, a psicomotricidade busca no processo ensino aprendizagem o aspecto mental, psicológico, social, cultural e físico, no qual se acredita que as atividades de psicomotricidade possam ser trabalhadas no contexto escolar de forma a auxiliar no processo de aprendizagem do aluno. Na infância auxiliando na aprendizagem do aluno, esclarecendo que o aprender não se restringe apenas em atividades isoladas, precisando haver objetivos a serem alcançados pelos professores, para que a partir daí os alunos possam criar e se expressar, no ambiente escolar. A psicomotricidade na educação busca entender os movimentos corporais tendo uma ligação com o desenvolvimento cognitivo, possibilitando o aluno desenvolver as ações do corpo e expressar-se por meio dela para que o corpo se desenvolva. O sujeito vai se construindo através da troca de olhares, toques e carícias, primeiramente com os parentes (pais ou responsável), depois com outras pessoas (professores) ampliando as suas
relações sociais.
Já que a psicomotricidade tem como objetivo fazer com que a criança se interage com os outros e com os objetos, possibilitando seu crescimento não só físico, mas cognitivo, afetivo e corporal deve ser desenvolvida em casa e principalmente no ambiente escolar, onde não precisa haver recursos caros e nem tecnológicos, basta à escola ter uma junção de fatores, como: concepção, compromisso, comportamento, espaços e materiais.
O professor quando faz um planejamento de suas aulas ele não terá seu tempo desperdiçado, e sim um aproveitamento do trabalho, devendo estar atendo no desempenho de seus alunos, em todas as ações executadas por eles, intervindo nas atividades com objetivos psicomotores. Quanto às atividades realizadas pelos alunos precisam ter relações com os outros, permitindo a socialização e a humanização, o professor deve fazer o papel de um observador.
O desenvolvimento psicomotor é importante podendo estimular e reeducar os movimentos da criança, na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo. A estimulação psicomotriz educacional se dirige aos indivíduos através de um trabalho orientado à atividade motriz e as brincadeiras. A educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses.
A educação psicomotora necessita para ser trabalhada que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio-motoras, pois assim a criança explora o ambiente,
passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, sendo capaz de tomar consciência de si mesmas e do mundo que a cerca.
Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, na recreação devem ser realizadas atividades considerando seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo.
Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade, tudo isso visando à formação da sua personalidade.
Podemos dizer que a recreação, através da atividade afetiva e psicomotora, constituem-se num fator de equilíbrio, na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano.
Durante o processo de ensino aprendizagem o professor deverá levar em consideração os aspectos: Sócio afetivo - favorecendo auto-imagem positiva, valorizando suas possibilidades de ação e crescimento. Cognitivo - acreditar que através de descobertas ele constrói noções e conceitos, trocando experiências com colegas e adultos. Psicomotor – Realizando atividades que envolvam esquema e imagem corporal, lateralidade. O professor nunca deve esquecer que o material de seu trabalho é o seu aluno, portanto, não deverá preocupar apenas em preparar o ambiente escolar com cartazes,
painéis, faixas, mas em preparar a si mesmo, conhecendo seu aluno, tornando seu amigo, oportunizando as crianças condições de desenvolver capacidades básicas, aumentando seu potencial motor, utilizando o movimento para atingir aquisições mais elaboradas.
Psicomotricidade na: lateralidade + dominância lateral
Todos nós nascemos com uma programação cerebral, porém com uma imensa capacidade sinóptica nas funções dos neurônios, possuímos um hemicorpo (como se fôssemos divididos ao meio, verticalmente), e que temos um dos lados predominantes que se chama Dominância Lateral. Um dos lados é o motor que domina em todas as atividades motoras de mão, pé e olho, e o outro sensorial. Isso se deve ao fato de termos em um dos hemisférios cerebrais, 90% da capacidade motora e 10% sensorial, e no outro hemisfério acontece o inverso, 90% da capacidade sensorial e 10% motora.
“Segundo Fonseca (1989, p. 69), a lateralidade constitui um processo essencial às relações entre a motricidade e a organização psíquica intersensorial, representa a conscientização integrada e simbolicamente interiorizada dos dois lados do corpo, lado esquerdo e lado direito, o que pressupõe a noção da linha média do corpo”.
Desse radar vão decorrer, então, as relações de orientação face aos objetos, às imagens e aos símbolos, razão pela qual a lateralização vai interferir nas aprendizagens escolares de uma maneira decisiva. Além de ser uma característica da espécie humana em si, põe em jogo a especialização hemisférica do cérebro, reflete a organização funcional do sistema nervoso central. A
conscientização do corpo pressupõe a noção de esquerda e direita, sendo que a lateralidade com mais força, precisão, preferência, velocidade e coordenação participa no processo de maturação psicomotor da criança.
Lateralidade é uma variável do comportamento psicomotor da criança que apresenta uma série de implicações de ordem neurológica, biológica e pedagógica. O ser humano preferencialmente utiliza mais um lado do corpo que o outro em três níveis: mão, olho e pé, vêm da noção dos lados direito e esquerdo, e é conseguida pela criança até mais ou menos seis anos, após esta idade, podemos considerar como um distúrbio. O lado dominante apresenta maior força muscular, mais rapidez, ele que inicia e executa a ação principal, o outro lado auxilia a ação e é igualmente importante, na realidade os dois não funcionam isoladamente, um complementa o outro. Temos um exemplo de quando pregamos um prego em uma madeira, a mão auxiliar segura o prego e a outra mão com precisão e força muscular bate o martelo.
A dominância lateral corresponde a dados neurológicos, mas também é influenciado por certos hábitos sociais. A lateralidade corporal refere-se ao espaço interno do individuo, que é a capacidade de utilizar um lado do corpo com melhor desembaraço que o outro, em atividades que requeiram habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional. Afirma também que a lateralidade, como uma das variáveis do desenvolvimento psicomotor, é um dos aspectos relevantes para o desenvolvimento das capacidades de aprendizagem, não significando que toda criança que apresente
problemas de aprendizagem, também apresente alterações na lateralidade.
Podemos dizer que a lateralidade é a capacidade que a criança tem de olhar em todas as direções com idéia de espaço e mínima coordenação, aos poucos elas vão descobrindo que seu corpo pode realizar mais de um movimento ao mesmo tempo em lados diferentes. Neste processo o professor ajuda a criança a desenvolver a lateralidade em todas as partes do corpo e quanto ao ato de escrever o professor deve deixar a criança livre sem ao menos estabelecer um meta, que mão ela deverá escrever, isso é uma escolha própria da criança, que a favorece na decisão do que é melhor e de sua melhor habilidade. O professor poderá desenvolver comandos para a criança seguir para ambos os lados: caça ao tesouro com seguimentos de setas, fazer bolas de papel e pedir que joguem primeiramente com a mão esquerda e depois com a direita, corridas com materiais para serem equilibrados com a mão esquerda e direita, brincadeiras de basquete, tiro ao alvo e outras.
Quanto à dominância dos membros inferiores podemos pedir às crianças que brinquem de amarelinha com um pé e depois com o outro, onde podemos observar qual o lado que teve mais facilidade, qual apresentou mais precisão, mais força, mais rapidez e também mais equilíbrio. A pessoa que tiver a mesma dominância nos três níveis: mão, olho e pé do lado direito, diremos que é destra homogênea, e canhota ou sinistra homogênea, se for o lado esquerdo.
A criança que possui nos dois lados do corpo dominância espontânea, isto é executar os mesmos movimentos tanto de um lado como do
outro, o que não é muito comum, ela é chamada de ambidestra. Também podem ocorrer alguns casos em que a criança contrarie a tendência natural passando a utilizar a mão não dominante em detrimento da dominante. Diremos que tem lateralidade cruzada, quando usa a mão direita, o olho e o pé esquerdo ou qualquer outra combinação.
Psicomotricidade: o corpo em movimentos
Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem da psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento significante. É necessário que toda criança passe por todas as etapas em seu desenvolvimento.
Nos movimentos da criança se articula toda sua afetividade, desejos e suas possibilidades de comunicação. A educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio-motoras, pois assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca.
Os movimentos expressivos do
corpo identificam a necessidade natural que o ser humano tem de expor seus sentimentos e pensamentos de forma sistematizada ou não, evidenciando o espírito artístico ou simplesmente como forma de lazer. Podemos expressar sentimentos sem pronunciar uma palavra, mas através apenas de simples movimentos de expressão corporal. Na dança, na ginástica, nas lutas marciais, enfim, de diversas maneiras, usamos o nosso corpo para manifestar, expandir nossas emoções.
A psicomotricidade é o controle mental sobre a expressão motora, tem por objetivo obter uma organização que pode atender de forma consciente e constante as necessidades do corpo, é a ciência da educação que educa o movimento, ao mesmo tempo em que colocam em jogo as funções da inteligência. A partir desta posição, pode-se ver a relação intrínseca das funções motoras cognitivas e que, também pela afetividade, encaminha o movimento que é o deslocamento de qualquer objeto e na psicomotricidade o importante não é o movimento do corpo como o de qualquer outro objeto, mas a ação corporal em si, a unidade biopsicomotora em ação.
Muitas vezes se confunde a psicomotricidade com a educação física das escolas. Por sabermos que ela trabalha os movimentos, devemos nos atentar para alguns detalhes muito significativos, pois a psicomotricidade trabalha os pequenos músculos, ao contrário da educação física que trabalha os grandes músculos. Podemos citar como exemplo, uma simples dobradura, que trabalha a coordenação motora fina ao mesmo tempo em que prepara para a escrita. Já a educação física tão conhecida nos ambientes
escolares, ela trabalha os grandes movimentos, onde, por exemplo, uma criança corre ao mesmo tempo em que chuta uma bola, comprovando assim, a fala inicial onde dizemos que a psicomotricidade educa o movimento colocando em jogo as funções da inteligência, ou seja, é o controle mental sobre a expressão motora. As crianças sempre nos surpreendem por sua espontaneidade, seja correndo, desenhando, brincando ou conversando.
Psicomotricidade: flexibilidade na infância
A flexibilidade é uma das capacidades motoras que devem ser bem orientadas no ambiente escolar. Durante a infância e a pré-adolescência há pouca tonicidade muscular e os ossos não estão totalmente calcificado, sendo preciso a conscientização dos alunos que a pouca flexibilidade é prejudicial assim como o seu excesso. Como a flexibilidade é maior quanto mais jovem for o atleta, o treinamento deve desde a infância ser o mais exigente possível, mantendo a flexibilidade máxima. Como já vimos, a criança e o pré-adolescente exibem grande facilidade para alcançar níveis apropriados de flexibilidade. O objetivo do treinamento deve ser a manutenção da flexibilidade infantil. Se o programa de flexibilidade for bem aplicado na fase escolar, a prática de alongamento poderá continuar espontaneamente na idade adulta. O professor de educação física contribuirá para desenvolver todas as capacidades motoras e não somente a flexibilidade do aluno, cabendo a este a perseverança na fase adulta.
As meninas possuem um fator de maior flexibilidade talvez seja pelos hábitos contemporâneos exigirem das meninas
flexibilidade e dos meninos força.
Na idade de pré-escola o aparelho motor passivo e ativo apresenta alta flexibilidade, mas ainda não se encontram consolidados, um treinamento forçado durante uma fase de mudança de estatura e de crescimento representa um perigo.
Já na primeira idade escolar o desenvolvimento da flexibilidade apresenta tendências contraditórias. Enquanto a capacidade de flexão do quadril, dos ombros e da coluna aumenta, a capacidade de extensão da perna com a articulação pélvica e das articulações dorsais do ombro se reduz nesta faixa etária. Em razão disto devem-se incluir no treinamento de flexibilidade exercícios de alongamento. O treinamento de modalidades esportivas que requerem grade velocidade pode ser iniciado, mas o treinamento de flexibilidade é sempre prioritário, devido a seu efeito profilático de lesões.
Na adolescência há um desenvolvimento no sentido psíquico e intelectual além do crescimento longitudinal e por isto considera-se que já se pode adotar um treinamento semelhante ao adotado para adultos. Entretanto, deve-se ficar atento para o ato de que na primeira fase há uma redução de tolerância a cargas, e por esta razão os exercícios de alongamento devem ser cuidadosamente escolhidos.
Psicomotricidade: agilidade na educação infantil
No desenvolvimento infantil a psicomotricidade procura desenvolver as agilidades das crianças a partir dos movimentos, já que a criança é um ser dinâmico e está em constante movimento expressando através dos jogos e brincadeiras, que são para elas um dever, quase uma obrigação. O professor de
Educação infantil, que utiliza a psicomotricidade em suas aulas deve, a partir, desse conteúdo, instigar, desafiar seus alunos a efetivarem movimentos cada vez mais difíceis estimulando-os a desenvolverem-se e a se tornarem capazes de ultrapassar obstáculos, dominarem seu comportamento nos diferentes aspectos, motor, cognitivo e afetivo.
“(...) a Educação Física e a educação psicomotora são instrumentos importantíssimos na construção do caráter educativo das crianças, pois percebemos que a criança tem seus primeiros contatos com a aprendizagem de forma lúdica, provavelmente terá a chance de desenvolver-se de forma mais integrada dentro do processo educativo e estará fortalecido para lidar com os medos e frustrações inerentes ao processo do aprender.” (FELIX, 2005, p.9)
É fundamental se trabalhar com a psicomotricidade logo nos primeiros anos de vida, pois “os anos da educação infantil e primária têm sido caracterizado como período em que se adquirem e afinam novas habilidades” (FERREIRA NETO, 1995, p.11), ainda segundo este autor, é nesse momento que os aspectos motores fundamentais surgem e se aperfeiçoam, desenvolvendo-se de acordo com os movimentos de estabilidade, locomoção e manipulação de objetos.
A psicomotricidade age de forma atuante, tendo uma visão ampla em que o homem cada vez mais deixa de ser percebido como um ser essencialmente biológico para ser concebido. O ser humano é um complexo de emoções e ações propiciadas por meio contato corporal nas atividades psicomotoras que também favorece o desenvolvimento afetivo entre as pessoas, o contato
físico, as emoções e ações.
Psicomotricidade: atividades físicas
Através da recreação a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, a recreação deve realizar atividades considerando seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo.
Segundo Barreto (2000), “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”. Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade; tudo isso visando à formação da sua personalidade.
Pode-se afirmar, então, que a recreação, através de atividades afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano.
Psicomotricidade: Brincadeiras
É indispensável em todo o processo educativo um espaço e um tempo para a criança brincar e, assim se desenvolver, melhor se comunicar e se revelar. No brincar a criança constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e externo.
A
psicomotricidade pode ser apresentada à criança como uma série de exercícios a serem cumpridos com seriedade ou como situações lúdicas, onde ela se desenvolverá como uma brincadeira, de forma prazerosa, e desenvolverá igualmente sua potencialidade psicomotora.
Brincar não é o mesmo que jogar não obstante a dificuldade em definir o termo jogo e brincadeira. O brincar da criança não é equivalente do jogar para o adulto. O jogo é uma ação metódica induzida à criança como brincadeira. Para educar ou reeducar a criança e corrigirem falhas na psicomotricidade. Quando a criança não brinca não se desenvolve, não se aventura em novos jogos tem medo de ir enfrente e pode sofrer danos, que podem ser corrigidos com jogos ou brincadeiras.
Psicomotricidade: Jogos
A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio das atividades, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais os educadores recomendam que os jogos e as brincadeiras ocupem um lugar de destaque no programa escolar desde a Educação Infantil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluindo esta etapa
A psicomotricidade é a relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção, visando melhorar o desenvolvimento corporal da criança, bem como a aprendizagem, afetividade, social, tornando-a estruturada para que possa se sentir segura e feliz. A
psicomotricidade favorece a criança uma relação consigo mesma, com o outro e com o mundo que a cerca, possibilitando-a um melhor conhecimento do seu corpo e de suas possibilidades.
Estuda o desenvolvimento da criança, na parte afetivo, cognitivo e motor, tudo que envolve o processo de desenvolvimento e aprendizagem infantil. A criança é um ser em constante desenvolvimento, ela traz consigo um conhecimento muito grande, e ao ser estimulada adquire e amplia esse conhecimento, mais sempre contando com a dedicação e respeito que elas merecem dos adultos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e prática em psicomotricidade: Jogos atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: 2006.
BARRETO, Sidirley de Jesús. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2ª ed. Blumenau: Livraria Acadêmica, 2000.
FELIX, Weslane C. A psicomotricidade e o lúdico no processo de desenvolvimento infantil na Educação Física. 2005.
FERREIRA NETO. Motricidade e jogo na infância. Rio de Janeiro, RJ.: Sprint, 1995.
FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
NEGRINE, A. Educação Psicomotora: a lateralidade e a orientação espacial. [s.i] Porto Alegre: Palloti, 1983.
NEGRINE, A. A coordenação psicomotora e suas implicações. [s.i.] Porto Alegre:Palloti, 1987.
OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: Educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. Petrópolis: Vozes, 2002.
WEINECK, Jürgen. – Treinamento Ideal. 9ª Ed. São Paulo: Ed. Manole, 19
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