Psicoterapias – Abordagens Psicodinâmicas
Por: Paola Andrade • 31/8/2019 • Trabalho acadêmico • 1.182 Palavras (5 Páginas) • 209 Visualizações
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Trabalho sobre o filme TOC TOC
Alunas: Bianca Rezende de Oliveira
Carolina Fernandes Pinhati
Jacira Ribeiro Cruvinel
Lucimara Aparecida Gonçalves
Paola Bernardes Aguiar Andrade
Disciplina: Psicoterapias – Abordagens Psicodinâmicas
Turma: 5º semestre N
Professora: Maíra Touso
FRANCA
2019
- INTRODUÇÃO
O transtorno obsessivo-compulsivo, mais conhecido como TOC, para Dalgalarrondo (2019), se caracteriza por fantasias, ideias e imagens obsessivas, bem como por ritos, atos ou comportamentos compulsivos. O indivíduo acometido vive esse quadro sob muita pressão, como algo que o obriga e a que se submete.
Miguel (1996, apud Dalgalarrondo) divide os quadros obsessivos compulsivos em dois subtipos básicos: os quais prevalecem as ideias obsessivas e os que prevalecem de atos compulsivos. As ideias obsessivas são pensamentos, fantasias, ideias ou imagens que persistentemente aparecem de forma recorrente na consciência de um sujeito, desse modo, invadem a consciência causando vivências angustiantes.
Os comportamentos obsessivos predominam por comportamentos e rituais que se repetem constantemente, bem como atos mentais, fazendo listas, repetindo palavras, fazendo contas, tudo mentalmente. Outra razão para comportamentos compulsivos são, o que Dalgalarrondo (2019, p. 375) chama, de pensamentos mágicos: “vinculam a realização do ato compulsivo com o afastamento de algum evento temível ou indesejado”. O indivíduo, neste quadro pode pensar: “se eu acender e apagar a luz dez vezes, ninguém da minha família morrerá”.
Desde Freud até os autores contemporâneos,estudam-se os aspectos psicodinâmicos dos indivíduos acometidos por esse quadro, entendendo que o TOC é originário de uma neurose obsessivo-compulsiva. Desse modo, este sujeito sente o seu ego submetido a um superego extremamente rígido, ao mesmo tempo em que ele quer tomar uma decisão de dar vazão ao ID, posicionando contra esse superego. (ZIMERMAN, 1999)
Um dos fatores que contribuíram para a formação dessa neurose obsessivo-compulsiva foi a relação estabelecida com a fase anal, e Abrahan (1919, apud Zimerman) dividiu-a em dois tipos, em que em um, o sujeito se manifestava de forma passiva (“fase anal retentiva”), apresentando uma necessidade em não desagradar as pessoas a sua volta ou deixava de agir de certas formas por medo de perdê-las. O outro tipo é de natureza ativa (“fase anal expulsiva”), em que o sujeito tem a necessidade de impor suas verdade e fazer com que elas sejam aceitas pelas pessoas de seu meio.
A partir daí, observou-se a presença de um superego “sádico”, que trabalha como se ele gostasse de ver o indivíduo sofrer, não cumprindo sua função de proteção e o colocando constantemente em situações de angústia. Daí surge o termo já citado anteriormente: “se não fizer isso, tal coisa ruim acontece”.
Outro fator etiológico marcante consiste em uma exagerada pulsão agressiva, em que o ego não consegue encontrar uma via de evasão, e “igualmente, uma falha da capacidade do ego na função de síntese e discriminação das permanentes contradições que atormentam o obsessivo” (ZIMERMAN, 1999, p. 203).
Com isso, o indivíduo que vive com o TOC esforça-se, ao máximo, na busca de alcançar o perfeccionismo, mas este é em vão, pois acontece exatamente o contrário, ele vive aprisionado em um ciclo de frustrações, gerando decepções.
- DESENVOLVIMENTO
No filme TOC TOC, a paciente Blanca, que é auxiliar de laboratório, apresenta o transtorno obsessivo compulsivo por limpeza, demonstrando pavor de vírus, bactérias, fungos e quaisquer outros organismos que possam transmitir doenças.
Tirando por base a obra "o Homem dos ratos" em que Freud estabelece a estrutura básica da neurose obsessiva (hoje conhecido como Transtorno Obsessivo-Compulsivo), como introduzido no tópico anterior, esse transtorno se desvenda em vários mecanismos - a ambivalência afetiva, a onipotência do pensamento, a dúvida, a anulação, o isolamento, as ideias de morte. Nessa obra, Freud (1909) afirma que a neurose obsessivo-compulsiva não é algo em si fácil de entender, é muito menos fácil do que um caso de histeria. “A linguagem de uma neurose obsessiva, ou seja, os meios pelos quais ela expressa seus pensamentos secretos, presume-se ser apenas um dialeto da linguagem da histeria".
Segundo o pai da psicanálise, o sujeito experimenta fortes sentimentos de culpa e é oprimido pela autocensura. Estes sentimentos são reprimidos e, em seguida, substituídos por um sistema primário de sintomas e traços: escrúpulos, vergonha, desconfiança de si mesmo. Esses sintomas são percebidos na trama do filme aqui em questão, tomando o caso da personagem Blanca como exemplo, ela demonstra sentir-se constrangida por seus sintomas, como no início da trama, inventando desculpas para ir ao banheiro sempre que alguém a toca.
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