Psicólogo escolar: clinico ou educador?
Por: Rafael Maia • 23/2/2022 • Trabalho acadêmico • 604 Palavras (3 Páginas) • 155 Visualizações
Quando os profissionais da área da psicologia começaram a se tornar mais presentes nas escolas e no sistema educacional, em meados dos anos 50, foi necessário definir qual papel esse profissional deveria exercer na pratica. Lighthall pode concluir que o papel exercido pelo psicólogo escolar até então era de a de um clinico, e que apesar de trabalhar na escola, sua visão e seus objetivos seriam em prol da clínica, visando a cura e diagnósticos de problemas mentais.
E ainda segundo Lighthall, quando a psicologia surgiu nas escolas “havia muito pouco além das habilidades do clínico para oferecer”. Até porque por outro lado, havia somente a perspectiva do psicólogo acadêmico, que se interessava principalmente na pesquisa, no ensino e no desenvolvimento da psicologia como ciência.
Reger dialoga sobre os diferentes níveis de sofisticação dos psicólogos clínicos nas escolas, onde no nível mais baixo está aquele que se preocupa com a aplicação de testes na tentativa de obter retratos mais verdadeiros com a quantificação da inteligência. No segundo nível está aquele que realiza psicoterapia com os alunos que demonstram problemas ou dificuldades nos testes, e que define a responsabilidade da educação voltada somente para o professor, enquanto a do psicólogo é o comportamento. E no último e mais sofisticado nível está aquele que exerce o papel de consultor. Já não se preocupa tanto com a aplicação de testes e com a psicoterapia, mas sim com a prevenção e pela difusão da saúde mental, tentando alcançar ao máximo pais, professores e funcionários para alcançar o maior número de crianças como consequência. Ainda é mantido uma separação da responsabilidade sobre a educação e sobre o comportamento dos alunos.
Independentemente do nível de sofisticação, o papel do psicólogo como clínico nas escolas deve ser repensado. Principalmente por três motivos: a visão do modelo clínico que se inclina a separar a processo de educação com o comportamento; a ideia de que a responsabilidade de lidar com problemas relacionados ao comportamento é somente do psicólogo, excluindo a responsabilidade do professor, favorecendo a exclusão do aluno da sala de aula como participante ativo para o desenvolvimento do todo; como o psicólogo escolar clínico lida com crianças que possuem problemas no comportamento e aprendizagem, fazendo uma análise da criança e não em como estão as condições para o desenvolvimento e em como mudar os métodos que estão sendo utilizados para a aprendizagem dos alunos.
O modelo apresentado mais apropriado para o psicólogo escolar é o modelo educacional, que visa uma ação voltada ao desenvolvimento de práticas e planos educacionais que favoreçam o sistema de ensino e a aprendizagem dos alunos como um todo. Utilizando das melhores ferramentas e métodos possíveis para obter resultados em relação a melhora do desempenho dos alunos, trabalhando para que ocorra uma inclusão de alunos que possam ter as mais diversas dificuldades e questões para serem trabalhadas. O profissional deve também trabalhar em conjunto com os professores e outros profissionais da escola que também são responsáveis e contribuem tanto para a aprendizagem quanto para o reflexo das práticas aplicadas no comportamento dos alunos.
O psicólogo escolar não deve depender de testes, mas sim realizar avaliações
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