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O PAPEL DO EDUCADOR NA INCLUSÃO ESCOLAR

Por:   •  22/8/2015  •  Artigo  •  5.288 Palavras (22 Páginas)  •  460 Visualizações

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O PAPEL DO EDUCADOR NA INCLUSÃO ESCOLAR

FRANCIRRÉGIDA CAMPOS DE OLIVEIRA[1]

RESUMO:

A educação atual trás a escola, novos conceitos, novos personagens, novas crenças e novas tradições. Dessa forma, a escola sente grande dificuldade em atender tantas novidades. Não sabendo lidar com esse novo alunado, continua a socializar e transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade. Assim, este texto foi construído pautado nos direitos humanos, em especial, ao direito de todos os alunos se beneficiarem de um ensino de qualidade. E entre, esse direito está à inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais - NEE, cabendo a escola se reorganizar para dar conta da multiplicidade de questões inerentes ao trabalho educacional. O objetivo deste artigo é contribuir para a reflexão sobre o papel do educador no processo de construção de escola inclusiva. Como método de investigação foi utilizado um estudo bibliográfico, levantando o questionamento sobre a prática pedagógica preconceituosa que acaba gerando a exclusão. O texto ressalta a importância de capacitação e percepção dos educadores diante da educação inclusiva. Também faz uma reflexão sobre a real situação da NEE nas instituições de ensino, as reais dificuldades, o papel da família e a receptividade por parte dos professores.

Palavras chave: Necessidades especiais. Inclusão. Dificuldades/potencialidades pedagógicas.

  1. Introdução

            A Educação pode ser considerada a principal possibilidade de se concretizar a inclusão das pessoas com necessidades especiais, e dessa maneira a sociedade abrirá de forma apropriada os ambientes as pessoas com determinada limitação física ou psicológica, transformando e adequando suas estruturas e benefícios. A Educação propõe, uma sociedade, cada dia mais capaz de atender as pessoas de todos os tipos e inteligências propiciando o desenvolvimento de suas habilidades e aptidões de acordo com suas possibilidades, reconhecidas por suas potencialidades e competências e não discriminadas e excluídas por suas limitações.

            Contudo, apesar da justiça da proposta de não se excluir uma criança do acesso à educação por sua singular condição física ou mental, o que percebemos é um total despreparo da sociedade em geral e das escolas em especial para explorar a trabalho de transformação que a inclusão determina. O tema abordado neste texto, por conseguinte, está no campo daqueles assuntos que são do interesse geral e que é de extrema importância, e de grande relevância social, uma atualidade concreta no cotidiano social. O texto destaca a importância de apresentar um posicionamento correto, sobre a qualificação e a atuação de professores na educação diante da inclusão.

            Também, justificamos a escolha desse tema, como forma de entender como se verifica a inclusão de pessoas com deficiência na escola, diante de uma sociedade que precisa vencer preconceitos, rever valores e buscar novos modelos para uma educação de todos. É importante que se examine ainda se existem condições necessárias de aprendizagem, atendimento apropriado para o desenvolvimento integral de potencialidades e habilidades na escolarização dos alunos e, principalmente, se a inclusão propicia essa aprendizagem.

            Através da pesquisa bibliográfica, foi possível recorrer autores e material disponível sobre a inclusão de alunos com deficiência na classe regular de ensino, bem como analisar o papel do professor diante desse desafio, que se refere a uma escola para todos sem exclusão. Uma escola que deve preparar o aluno para que possa viver com a diversidade, considerando que todos são diferentes.

            Assim, o texto foi organizado em três sessões. Na primeira seção, relata-se uma abordagem teórica esclarecendo alguns conceitos do que são educação especial, necessidades educacionais e os diversos tipos de dificuldades de aprendizagem. Na segunda sessão abordaremos a inclusão educacional, o papel da escola em propiciar condições físicas e pedagógicas, dentro de uma concepção inclusiva.

            Então no terceiro momento trazemos para a discussão a capacitação pedagógica ou falta dela, para atender as diversidades de inteligências da qual se depara nas salas de aulas e qual a melhor maneira de lidar com as diferenças existentes.

  1. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

  1. UM BREVE RELATO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL

            A história da inclusão foi marcada por uma forte rejeição, preconceito e discriminação. Desde a antiguidade, época em que não havia nenhum tipo de atendimento, as pessoas com deficiência eram abandonadas, perseguidas e eliminadas devido às suas condições “anormais”, e a sociedade legitimava essas ações como sendo algo natural. Na idade média, deu início a uma tolerância a essas pessoas e uma aceitação por caridade. Começou-se a considerar que o deficiente possuía alma e para os cristãos matar o deficiente se transformou em pecado. Nesta época alguns deficientes  eram vendidos aos nobres para divertir suas festas ou então eram conservados em instituições religiosas ou mendigando, sempre dependendo da caridade de outros. O tratamento variava segundo as concepções de assistencialismo ou castigo predominantes na comunidade em que o deficiente estava inserido. Com a propagação do cristianismo houve uma intenção de melhoria no tratamento de pessoas com necessidades especiais, pois a sociedade passou a protegê-las e compadecer-se delas.

          Entre os séculos XVIII e XIX inicia a fase da institucionalização, marcada pelo pressuposto da idéia da deficiência mental ser hereditária com evidências de degeneração da espécie. Assim a segregação era considerada a melhor forma para combater a ameaça representada por essa população. Nesta mesma ocasião, não existia nenhum interesse pela educação das pessoas consideradas idiotas e imbecis, apenas, a era da negligência. A fundação de dois Institutos: “Instituto dos Meninos Cegos” (hoje “Instituto Benjamin Constant”) em 1854, e do “Instituto dos Surdos-Mudos” (hoje, “Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES”) em 1857, ambos na cidade do Rio de Janeiro, representou uma grande conquista para o atendimento dos indivíduos deficientes, abrindo espaço para a conscientização e a discussão sobre a sua educação; mesmo que tenham sido constituídas precariamente, entre 15.848 cegos e 11.595 surdos, no país eram atendidos apenas 35 cegos e 17 surdos.

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