Qualidade de Vida no Trabalho: Um diferencial para as organizações
Por: Priscilla Ibiapina • 23/11/2016 • Artigo • 3.712 Palavras (15 Páginas) • 384 Visualizações
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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE FORTALEZA – UNIFOR
DIVISÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
MBA EM GESTÃO DE PESSOAS
Qualidade de Vida no Trabalho: um diferencial para as organizações
Autor: Priscilla Lane Afonso Ibiapina
Orientador: Prof. Dra. Magna Mariceli Lobo Fernandes Vieira
RESUMO
O presente artigo propõe-se a analisar a importância da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) através das contribuições dadas por alguns pesquisadores neste campo de estudo, mostrando a sua origem e evolução no decorrer dos tempos, perpassando pelas vantagens da implantação de um programa de QVT. Além disso, avalia as dificuldades e desafios enfrentados na introdução de um programa desse tipo dentro da organização e por fim, aborda o papel da área de gestão de pessoas na implantação de um programa de qualidade de vida no trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de vida no trabalho, Bem-estar, Produtividade, Motivação.
INTRODUÇÃO
O mundo empresarial de hoje possui muitos obstáculos e um deles está relacionado à busca de uma força de trabalho produtiva, motivada e apta a enfrentar os desafios diários. Neste sentido, para o crescimento e desenvolvimento da empresa é muito importante que as pessoas estejam preparadas e fortalecidas de forma a acompanhar esta evolução, e para isso, a valorização do capital humano tornou-se primordial, fazendo com que as organizações começassem a pensar na importância do bem-estar de seus colaboradores e na produtividade de cada um.
Investir na qualidade de vida no trabalho atualmente torna-se necessário, pois muitos colaboradores estão se afastando do trabalho devido às doenças decorrentes do estresse e a QVT adota condutas preventivas diminuindo o custo relacionado ao afastamento de um empregado por motivos de saúde, uma vez que hoje as pessoas passam grande parte de sua vida no ambiente organizacional.
A QVT tem como objetivo unificar os interesses das organizações quanto à produtividade que lhe proporcionará lucro, com a solicitação dos colaboradores que está relacionada à satisfação no trabalho e ao seu bem-estar dentro do ambiente organizacional.
Sendo assim, será abordado neste artigo, através de pesquisa bibliográfica, a importância da qualidade de vida no trabalho e como ela pode ser útil à organização no que diz respeito a um bom ambiente organizacional e na melhoria da produtividade de seus colaboradores.
METODOLOGIA
A necessidade de pesquisar sobre este assunto surgiu analisando a importância da atuação da área de gestão de pessoas na implantação de um programa de QVT, sendo ela um aspecto determinante para garantir a eficiência organizacional.
Esta pesquisa foi realizada através de uma revisão bibliográfica, utilizando o método da pesquisa teórica para expor a importância da QVT dentro das organizações. Com este método é possível apresentar a relação entre os conceitos de vários autores a respeito do tema abordado.
Este tipo de pesquisa possui como característica principal a busca privilegiada de informações encontradas em referências já publicadas.
REFERENCIAL TEÓRICO
Origem e Evolução da Qualidade de Vida
Para alguns autores a expressão Qualidade de Vida no Trabalho surgiu por volta de 1950 com os estudos de Eric Trist em Londres, juntamente com outros pesquisadores no Instituto Tavistock. O enfoque desses estudiosos era melhorar a produtividade, tornar a vida dos trabalhadores menos penosa e reduzir os conflitos. Esse movimento tinha como objetivo o que hoje é conhecido e muito comum para nós, equilibrar o indivíduo com a organização, considerando as necessidades do empregador e do empregado.
O movimento de QVT ganhou força na década de 60 quando foi desenvolvida a Teoria Contingencial, cujo ensinamento básico era de que cada organização possui características específicas, sendo também influenciada pelo ambiente externo (concorrentes, clientes, fornecedores, etc.). Também nessa década os trabalhadores começaram a receber mais atenção, sobretudo nos Estados Unidos, onde houve uma grande preocupação com impactos da saúde e bem-estar do trabalhador nas organizações.
Podemos analisar a evolução do conceito de QVT na tabela 1. de NADLER E LAWLER apud FERNANDES (1996), que segue abaixo:
Tabela 1- Evolução do Conceito de QVT
1.QVT como uma variável (1959 a 1972): Reação do indivíduo ao trabalho. Investigava-se como melhorar a qualidade de vida no trabalho para o indivíduo.
2.QVT como uma abordagem (1969 a 1974): O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional; mas, ao mesmo tempo, buscava-se trazer melhorias tanto ao empregado como à direção.
3.QVT como um método (1972 a 1975): Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para melhorar o ambiente de trabalho e tornar as atividades mais produtivas e mais satisfatórias. QVT era vista como sinônimo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de cargo ou desenho de novas plantas com integração social e técnica.
4.QVT como um movimento (1975 a 1980): Declaração Ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações dos trabalhadores com a organização. Os termos "administração participativa" e "democracia industrial" eram frequentemente ditos como ideais do movimento de QVT.
5.QVT como tudo (1979 a 1982): Como panaceia contra a competição estrangeira, problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade, problemas de queixas e outros problemas organizacionais.
6.QVT como nada (futuro): No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no futuro, não passaria de um modismo passageiro.
Segundo Rodrigues (1994), a qualidade de vida no trabalho tem sido uma preocupação do homem desde o início de sua existência, com outros títulos e em outros contextos, mas sempre voltada para a satisfação e o bem-estar do trabalhador na execução de suas tarefas.
A QVT acontece em um momento no qual as empresas começam a tomar consciência de que seus colaboradores são parte fundamentais para a organização. Para Chiavenato (2008), olhando a QVT sob um prisma mais amplo entendemos que ela constitui uma dosagem perfeita da aglutinação entre os talentos envolvidos e empoderados, com a arquitetura organizacional conectada (organização do trabalho em equipe), cultura organizacional amigável e envolvente e um estilo de gestão democrático e participativo.
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