RESENHA DO TEXTO “PSICODRAMA E PSICOTERAPIA BREVE”
Por: magoncalves_89 • 25/2/2019 • Trabalho acadêmico • 983 Palavras (4 Páginas) • 871 Visualizações
RESENHA DO TEXTO “PSICODRAMA E PSICOTERAPIA BREVE”
FERREIRA-SANTOS, EDUARDO. In: Psicodrama nas Instituições. Psicodrama e Psicoterapia Breve, São Paulo: Ágora, 1990. p. 57-83.
Marcela Carvalho Gonçalves
Moreno apresenta que a psicoterapia psicodramática tem como meta a cura do paciente, considerando a possibilidade de retornar as condições psíquicas anteriores à doença. Para isto, destaca que o paciente precisa aceitar a realidade de seu ser-no-mundo, além de penetrar no psiquismo e auxiliar na realização de si mesma, permitindo que esta tenha controle sobre suas próprias variáveis, reintegrando o doente, ajudando-o a manifestar seu potencial nos campos da criatividade.
Complementando o exposto acima, a psicoterapia breve mescla os conteúdos psicodramáticos com outras psicoterapias e apresenta premissas de encontrar a solução para a aflição, junto com o indivíduo, buscando inicialmente no mundo externo, para depois partir para o mundo interno do indivíduo, as origens do sofrimento, sendo breve por não estender ramificações, havendo foco.
A psicoterapia breve determina no início do processo os objetivos a serem atingidos, o foco do problema, com limite estabelecido de tempo e postura ativa do terapeuta ao agir como “ego-auxiliar”. É importante ressaltar que a delimitação do foco destaca-se com os sintomas apresentados, partindo da ansiedade que deu origem e o conflito atual que gerou tal ansiedade, uma vez que um sintoma é a manifestação visível e sensível de uma estrutura.
Na psicoterapia breve a relação é entre terapeuta e cliente, estruturada em empatia, a fim de permitir que ocorra no contexto dramático e/ou relacional experiências emocionais de correção, que possibilitam a emergência dos aspectos inconscientes agregados à situação vivida no presente pelo paciente, reconhecendo os aspectos mais profundos, liberando as cargas emocionais bloqueadas, despertando no paciente um novo modo de ver e compreender a si mesmo, um ser integrado biopsicossocial.
A Psicoterapia breve pode ser dividida em diferentes tipos como a Psicoterapia breve mobilizadora, que tem como objetivo colocar em evidencia a ansiedade apresentada pelo paciente; psicoterapia breve de apoio, que é um processo de ação terapêutica que visa diminuir a ansiedade de um paciente que sofre de dificuldades emocionais; psicoterapia breve resolutiva que procura a origem intrapsíquica que originou a situação de crise vivida pelo paciente para resolver o quadro apresentado, com a resolução do problema, delimitando o campo de trabalho.
O processo da psicoterapia breve pressupõe que o terapeuta mostre ao paciente o que está acontecendo e sua reação, para depois apresentar alternativas de solução, para então intervir de forma psicodramática nos conteúdos internos que impedem o livre desempenho.
A indicação deste tipo de psicoterapia se dá quando os sintomas estão presentes há pouco tempo, configurando uma crise; com a capacidade do paciente em tolerar a ansiedade e a frustração, verificando a capacidade de insight; identificando a motivação para o tratamento, além da capacidade de empatia e não identificação do terapeuta com o paciente. As principais contraindicações referem-se frente à psicoses, doenças psicossomáticas, psicopatias, drogadicção, obsessões graves, debilidades egóicas.
O autor destaca que é importante que o terapeuta avalie no início a possibilidade da indicação e consequente aplicação da psicoterapia breve, estipulando o tempo limite de dez sessões, deixando em aberto a possibilidade da realização de um novo bloco de dez sessões, caso necessário.
O autor apresenta uma sistematização do processo de psicoterapia breve que é composto inicialmente pela postura de ego-auxiliar do terapeuta, que ilumina o momento de vida do paciente, comparado à Matriz de Identidade Indiferenciada, onde forma um vínculo momentâneo com técnicas de treinamento da espontaneidade e reconhecimento do eu, fornecendo dados e elementos para fortalecimento da parte sadia do cliente. Portanto, atenta-se para a capacidade empática do terapeuta.
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