RESENHA E ANALISE PSICANALITICA DO FILME “ Um Método Perigoso”

FACULDADE ANGLO AMERICANO – FOZ DO IGUAÇU

ACADÊMICA:  Carina Paula B. Godoy

CURSO: PSICOLOGIA                         PERÍODO: 5º período – Noturno

DOCENTE: Pricila Poitevin

RESENHA E ANALISE PSICANALITICA DO FILME  “ Um Método Perigoso”

“Um Método Perigoso” é um filme que aborda o processo do nascimento da base psicanalítica e que revela as diferenças dos dois grandes nomes da psicanálise – Carl Jung e Sigmund Freud - não somente na forma de pensar, mas também na etnia, já que Jung era ariano e Freud judeu, e o embate entre eles aconteceram em plena Alemanha de 1930. O filme analisa a complexidade da mente humana e como somos capazes de ter os desejos mais obscuros. E, principalmente, mostra como é difícil lutar contra os nossos próprios impulsos.

A história começa no ano de 1904 quando uma jovem russa de 18 anos chamada Sabina é internada num Hospital Psiquiátrico, na cidade de Zurique, na Suíça, em surto psicótico. A moça, bastante agitada é atendida, pelo médico psiquiatra Dr. Jung. Jung resolve utilizar o Método Psicanalítico “A cura pela fala”, desenvolvido anteriormente pelo Dr. Freud.

As crises de histeria de Sabina surgem toda vez que era provocada com gestos e cenas de violência. Esses gestos de agressão faziam com que a moça se lembrasse da sua traumática infância e das surras que levava de seu pai. A principio tudo leva a crer que ela diria ser abusada pelo pai, mas pelo contrário, essas surras são justamente a sua fonte de prazer sexual e toda vez que passava por momento parecido ou igual excitava-se loucamente e o prazer era eminente.

No ano 1906 Jung resolve viajar para Viena em busca do seu colega medico psiquiátrico Dr. Freud, para conta-lhe o caso de Sabina. Porem acabou utilizando outro método a conselho e incentivo do Dr. Otto Gross, um psiquiatra psicótico, de realizar os desejos sexuais de suas pacientes na busca da libertação sexual e cura delas. Dr. Gross defendia a idéia de que ninguém deveria reprimir os seus desejos, até porque a monogamia era uma afronta ao indivíduo. Sua racionalidade, mesmo que muitos possam considerá-la equivocada, fez com que Jung se lançasse em direções que ele antes não havia experimentado. Sendo assim, Jung, influenciado pela ideia, acabou se relacionando intimamente com Sabina, formando um vinculo amoroso entre ambos. Surge então, o fenômeno de Transferência entre Jung e Sabina.  Na Psicanálise, a transferência é um fenômeno que ocorre na relação entre o paciente e o terapeuta, quando o desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostos para o analista, e assim sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade.  A principio, os médicos Jung e Freud, passaram a se encontrar e tentam estabelecer uma parceria, porém com o tempo,  Jung manifesta desacordo em relação à teoria de Freud sobre a sexualidade humana, o que posteriormente culminou no afastamento de ambos. Para Freud, a sexualidade humana era o fator principal na etiologia das neuroses. Este era o ponto central de sua teoria - a experiência da sexualidade, para os seres humanos, é sempre traumática. Jung aceitava que a sexualidade era um fator importante no desenvolvimento das neuroses, mas não aceitava que fosse o único e nem o principal. Curiosamente, suas dúvidas quanto ao método psicanalítico eclodem quando Jung recebeu Sabina como paciente, cujos sofrimentos histéricos mostraram-se inequivocamente de origem traumática sexual.